segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

TUATHA DE DANANN - The Tribes of Witching Souls


Ano: 2019
Tipo: Extended Play (EP)
Nacional

Tracklist:

1. The Tribes of Witching Souls
2. Turn
3. Warrior Queen
4. Your Wall Shall Fall
5. Conjura
6. Outcry
7. Tan Pinga Ra Tan
8. Rhymes Against Humanity (Demo 2004) (faixa bônus)
9. The Tribes of Witching Souls (Demo Instrumental) (faixa bônus)


Banda:



Bruno Maia - Vocais, flautas, guitarras, viola, bouzouki, mandolin, banjo
Giovani Gomes - Baixo, vocais urrados
Edgard Brito - Teclados


Ficha Técnica:

Bruno Maia - Produção
Brendan Duffey - Mixagem de “The Tribes of Witching Souls”, “Turn”, “Warrior Queen”, “Your Wall Shall Fall” e “Conjura”, masterização
Fabrício Altino - Bateria, mixagem de “Outcry” e “Tan Pinga Ra Tan”
Paulo “Coruja” Oliveira - Arte da capa
Edgar Franco - Ilustração de Gaia (encarte)
Eduardo Vidiabos - Ilustração do Bardo (parte interna da capa)
Martin Walkyier - Vocais em “Your Wall Shall Fall”
Dana Russi Maia - Vocais em “Warrior Queen”
Daisa Munhoz - Vocais em “Warrior Queen”
Fernanda Lira - Vocais em “Tan Pinga Ra Tan”
Nita Rodrigues - Vocais em “Tan Pinga Ra Tan”
Rodrigo Abreu - Bateria em “Your Wall Shall Fall”
Alex Navar - Gaita de fole em “Turn” e “Your Wall Shall Fall”
Nathan Viana - Violino
Jacqueline Taylor - Guitarra em “Your Wall Shall Fall”
David Briggs - Bodhan em “Warrior Queen”
Rafael Salobrena - Bodhan em “Warrior Queen”

Contatos:

Site Oficial: http://www.tuathadedanann.art.br/
Facebook: https://www.facebook.com/Tuathadedanannofficial/
Instagram: https://www.instagram.com/tuathaofficial/
Assessoria:
E-mail: contato@tuathadedanann.art.br

Texto: “Metal Mark” Garcia



Introdução: Fazer algo dentro do conhecido Folk Metal no Brasil sempre foi difícil, pois lidar com o preconceito “true Metal” que acaba tornando muitos fãs surdos a algo fora do convencional não é fácil. É preciso talento para calar e convencer os que acreditam nisso.

Mas ainda bem que tal fato não impede muitas bandas de trilharem por este caminho. E o pioneiro do gênero por aqui é o TUATHA DE DANANN, os bardos de Varginha (MG), que tiveram enorme sucesso nos primeiros anos da década passada, e que após ficarem em silêncio de 2004 a 2015 (somente um vídeo ao vivo foi lançado em 2009), eles voltaram em 2015 com “Dawn of a New Sun” e estão em atividade constante, fazendo shows e agora, sedimentam esse retorno em alto nível com “The Tribes of Witching Souls”, seu mais recente lançamento, um EP que a Heavy Metal Rock colocou no mercado.


Análise geral: Basicamente, o estilo do grupo foi amadurecendo com o passar dos anos, ficando cada vez mais Folk/Celtic Metal, e mesmo mantendo algumas influências extremas pontuais (alguns vocais mais agressivos), ele está mais encorpado e justo. Fica óbvio aos ouvidos mais experientes que o grupo tem (como sempre teve) um toque de Rock Progressivo dos anos 70 (algo de JETHRO TULL) mesclado às influências de Metal tradicional e Power Metal, além da adição de música Folk e Celta do Velho Continente.

Basicamente: o grupo criou uma forma musical para si em uma época em que esta vertente do Metal ainda engatinhava, onde a maioria apenas usava de melodias Folk com uma pegada Metal. Isso porque o grupo foi fundado em 1995, poucos anos depois do pioneiro SKYCLAD dar o ponto de partida, usando violinos.

Desta forma, estabelece-se a importância histórica e a originalidade do TUATHA DE DANANN.


Visão interna da arte
Arranjos/composições: A beleza de suas composições não precisa ser mais exaltada do que comumente já é. A riqueza de arranjos e a capacidade de unir tantas influências díspares em uma música sólida e consensual não é um trabalho lá muito fácil. Mas eles conseguiram nos passado e ainda conseguem, especialmente quando saem do convencional, como na versão orquestral de Tan Pinga Ra Tan” (originalmente do clássico “Tingaralatingadun”), e na beleza interiorizada da versão acústica de “Outcry” (de “Dawn of a New Sun”).

Ah, nas inéditas? 

Eles simplesmente mostram o motivo de serem tão respeitados no cenário: não deixam espaços para palavras negativas, com arranjos muito bem feitos, linhas melódicas de simples assimilação e bom nível técnico. E isso sem mencionar os convidados especiais que deram um brilho todo especial às canções onde aparecem.


Qualidade sonora: O fundador do grupo, Bruno Maia, tomou as rédeas da produção do EP, tendo Brendan DuffeyFabrício Altino cuidando da mixagem (sendo que Brendan ainda fez a masterização). A sonoridade de “The Tribes of Witching Souls” é linda, consegue ter peso, clareza e agressividade necessárias para que as canções soem consensuais e inteligíveis para os ouvintes. E fazer isso com tantos instrumentos musicais diferentes é bem difícil, que fique claro.


Arte gráfica/capa: Não é de se espantar que o trabalho gráfico do EP seja tão belo e de alto nível, com capa, espelho, contracapa e encarte perfeitos em termos de arte visual. Sempre fizeram algo mais belo, que apresentasse aos fãs e ouvintes aquilo que a música vem a transmitir.
Arte de Gaia de Edgar Franco (usada no encarte e
na capa do Single 
“Your Wall Shall Fall”).


Destaques musicais: Basicamente, não existem “melhores momentos” em “The Tribes of Witching Souls”, pois o EP inteiro é irresistivelmente maravilhoso. Não há música no disco que seja dispensável, que esteja abaixo ou acima das outras.

“The Tribes of Witching Souls”: É uma típica canção que o grupo costuma fazer, com ótimas linhas melódicas de simples assimilação, andamento nem lento ou veloz, e tudo adornado com ótimos arranjos de instrumentos Folk. Óbvio que os vocais estão maravilhosos, tanto nos normais, nos corais e mesmo nos pontuais urros guturais.

“Turn”: Aqui já surge uma “vibe” um pouco mais moderna e agressiva devido à predominância dos ótimos riffs de guitarra. Mas certo toque de Prog metal surge na ambientação da canção, isso sem mencionar que os teclados e refrão estão excelentes.

“Warrior Queen”: Belíssimos vocais femininos adornam essa canção que está muito mais próxima ao Folk puro por conta das melodias e prevalência de teclados, violinos e flautas. E que toque de beleza extra graças aos vocais femininos.

“Your Wall Shall Fall”: Apesar da ambientação Celta/Épica, a voz marcante e ríspida de Martin Walkyier (o fundador do SKYCLAD, que tem passagens pelo SABBAT e HELL, e é o pai por direito do Folk Metal, e que já havia gravado uma participação com os mineiros em “Rhymes Against Humanity” no disco anterior) dá aquela dose extra de agressividade. E é praticamente impossível não cantarolar o refrão após a primeira audição.

“Conjura”: Uma canção mestiça, aonde um jeito mais bruto vindo do Metal moderno se encaixa na base inspirada pelo Rock Progressivo setentista. Óbvio que as melodias inspiradas pelo Folk estão presentes graças aos instrumentos característicos do gênero, mas o conjunto dos vocais é belíssimo, bem como a força da base rítmica de baixo e bateria.

“Outcry”: Como já citado, é a versão acústica da mesma canção presente em “Dawn of a New Sun”. Mas é incrível como o uso de viola cria uma ambientação melancólica e intimista, e que ótimos vocais.

“Tan Pinga Ra Tan”: O jeito mais intimista casou bem com essa canção puramente Folk. A voz limpa de Fernanda Lira (do NERVOSA) e de Nita Rodrigues encaixaram perfeitamente nesse “remake” providencial (isso sem mencionar que o uso de flautas e violas é de alto nível).

As duas faixas bônus são as versões Demo de “Rhymes Against Humanity” (lá de 2004) e “The Tribes of Witching Souls” (aqui em sua forma Instrumental) são ótimas, e servem para dar aquele encerramento com chave de ouro ao disco.

Ah, sim: “Your Wall Shall Fall” e “Conjura” estão com a ordem trocada na contracapa do EP.


Conclusão: O TUATHA DE DANANN mostra em “Tribes of the Witching Souls” que ainda são únicos dentro do que fazem, que merecem aplausos e fizeram deste EP um dos melhores lançamentos do ano.

Nota: +100%

“Tribes of the Witching Souls”: http://bit.ly/2NoOKM0




“Your Wall Shall Fall”http://bit.ly/2NoOKM0

4 comentários:

  1. MUITO Obrigado pela resenha!!! QUe legal ler essas linhas e saber essas impressões! Muito obrigado, mesmo.

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    1. Oi Bruno.
      Não tem pelo que agradecer, o trabalho ficou fenomenal, e no que precisar, tamo junto!
      Abração!

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  2. Respostas
    1. Sim, é um disco excelente, e é forte candidato a um dos melhores lançamentos do ano.
      O grupo continua sendo um nome muito forte no cenário.
      Obrigado pelo comentário, :)

      Abração!

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