Ano: 2019
Tipo: DVD
Selo: Roadie Metal Records
Nacional
Tracklist:
1. TORTURE SQUAD - Don’t Cross My Path
2. TRATOR BR - Floresta Armada
3. DEATH CHAOS - Hammerdown
4. MELANIE KLAIN - Lavagem Cerebral
5. DYNASTY - Step By Step
6. HEAVENLESS
- The Reclaim
7. SINERA -
Com as Próprias Mãos
8. SEVENTH SIGN FROM HEAVEN - The Devil Fears My Name
9. VALLEY OF ARMORES HEART - Brave Armores Heart
10. NETUNO DOOM - The Second Sun
11. ARTILHARIA - Assalto ao Monte Castelo
12. KAVERNOSOS - Por Fé Final
13. FACES OF DEATH - Consummatum Est
Contatos:
Site Oficial:
http://roadie-metal.com/
Facebook: https://www.facebook.com/RoadieMetal/
Instagram: https://www.instagram.com/roadie_metal/
Assessoria: http://roadie-metal.com/press/
E-mail: gleison@roadie-metal.com
Introdução: DVDs, até alguns anos atrás, vinham
apenas suprir a lacuna deixada por shows em países de difícil acesso (imaginem a dificuldade de se tocar em países do Oriente Médio ou mesmo em Bangladesh), ou como
documentários sobre uma banda (ou dado momento de suas carreiras, como a
gravação de um novo disco). Mas um novo formato começa a estabelecer-se no
cenário: as coletâneas de bandas em DVD, uma forma de distribuir e divulgar
trabalhos de uma forma delas que, apesar da existência das plataformas digitais
na internet, ainda possuem enorme “appeal”. Sim, ali se encontram vídeos
oficiais e lyric vídeos das mesmas, em um pacote eclético. E um nome que começa
a sua sequência em série é da “Roadie Metal”, que chega ao segundo volume nesse
formato.
Análise geral: No caso, tem-se dessa vez um DVD
simples (o primeiro volume foi duplo), com 13 bandas de vertentes diferentes de
Metal. Tal ecletismo sempre foi um problema para os fãs mais radicais, mas é
justamente onde o fã irá ganhar: tem uma banda que gosta, pode achar nas outras
algo diferente que venha a gostar.
No caso,
tem-se o Death Metal bruto e bem feito do DEATH
CHAOS ao lado do Metal moderno e grooveado do MELANIE KLAIN; o Metal tradicional pesado do DYNASTY vivendo harmoniosamente ao lado da sujeira Stoner
Rock/Metal do KAVERNOSOS e pelo
Metalcore explosivo do SINERA. E
sim, cada banda vem mostrando seu valor e potencial. Poderiam mesmo suceder grandes
nomes do exterior que vivem do próprio passado (e do fanatismo dos fãs mais
chatos).
Sim, o
resultado final é muito, muito bom.
Qualidade sonora/visual: Com sempre ocorre em coletâneas, não
há como homogeneizar toda a qualidade sonora e visual, já que cada banda grava
conforme seus recursos e sonoridade característica. Mas é perceptível que o
profissionalismo anda caminhando a passos largos por aqui, pois mesmo os grupos
que poderíamos caracterizar como “amadores” (sem ser ofensivo) fizeram vídeos
de primeira.
Há apenas uma
crítica: o menu para escolhas poderia ser mais personalizado. Esse jeito mais
simples é bem legal, mas poderia ser melhor.
Arte gráfica/capa: A capa ficou ótima, como é de costume
dos lançamentos da Roadie Metal
desde a época das coletâneas em CD simples. Mas o encarte é que deu uma
evoluída muito boa, pois com o menor número de bandas, o espaço aumentou, então
aparecem minibiografias de cada grupo, links de contato e fotos mais visíveis
de cada grupo.
Destaques musicais/vídeos: Em termos de coletâneas, esta é a
parte mais injusta, onde se deve referenciar os que se destacam. Visando dar
destaques e pormenorizar o trabalho de cada um, e tendo em vista que são 13
bandas apenas, todas foram resenhadas.
Vamos lá:
TORTURE SQUAD - “Don’t Cross My Path”:
Hoje um dos nomes mais conhecidos do cenário, o quarteto de Death/Thrash Metal
de São Paulo (SP) usou de imagens ao vivo com a música de estúdio tocando. Uma
estratégia antiga, mas que sempre funciona bem. Impossível não falar da técnica
de baixo e bateria.
TRATOR BR - “Floresta Armada”:
de Bauru (SP) vem esse grupo com um mix bem feito de Death Metal, Grindcore e
elementos de Thrasg Metal, com um vídeo feito em forma de animação, ou seja, um
desenho animado (mesmo os músicos aparecem estilizados) que tem uma música
brutal e técnica. Uma ideia bem diferente do usual.
DEATH CHAOS - “Hammerdown”:
Com uma pegada Death Metal tradicional e alguns elementos modernos permeando
sua canção, os curitibanos mostram um jeito já conhecido de fazer vídeo aqui:
cenas da banda tocando em meio à mata entremeados por partes onde uma estória
(focada em um serial killer, pelo visto) é contada. As guitarras mostram um
trabalho arrasador em termos de riffs e solos.
MELANIE KLAIN - “Lavagem Cerebral”:
o quinteto de Mococa (SP) é outro que usa do recurso de alternar imagens de
protesto engajado com cenas do grupo tocando em um galpão. Metal moderno com
toques de Groove Metal, New Metal e Metalcore que ficou ótimo, especialmente
pelos vocais.
DYNASTY - “Step By Step”: Metal
tradicional com alguns toques agressivos em suas melodias e mesmo partes de
Hard Rock aqui e ali. Outra vez, a mescla de imagens da banda tocando com
imagens normais (sem que exista uma estória a ser contada). Belíssima canção
dessa turma de Nova Lima (MG), diga-se de passagem.
HEAVENLESS - “The Reclaim”:
o trio de Death Metal com toques de Thrash Metal moderno de Mossoró (RN) fez
algo mais sinistro, em um ambiente noturno ao ar livre, com foco na banda
tocando, mas com imagens entremeadas de alguém vestido de capuz carregando uma
cruz invertida (e outra pegando fogo). Uma canção cadenciada e bruta, com um
trabalho muito bom das guitarras.
SINERA - “Com as Próprias Mãos”: Metalcore
puro, direto e agressivo, usando mais vocais urrados que normais. A canção é de
um peso absurdo, sem mencionar que o vídeo é interessante, já que optaram por
mostrar cenas de uma luta de MMA e seus preparativos. Esse grupo de
Santos (SP) promete!
SEVENTH SIGN FROM HEAVEN - “The Devil Fears My Name”: E lá do Norte do Brasil, de Picus (PI)
vem com um Metal melodioso e moderno, com muita energia e um jeito grudento de
ser. Um dos clipes mais legais da coletânea, pois o uso de cenas de um show ao
vivo, entremeadas por cenas do público curtindo a apresentação, é algo valioso,
pois deixa de ser artificial ou forçado.
VALLEY OF ARMORED HEART - “Brave Armored Heart”: Um grupo de Folk/Pagan Metal com
jeitão melodioso à lá e pegada agressiva (e com toques de músicas regionais do
Brasil). O mais interessante é o foco visual em algo voltado ao indígena, só
que com alto astral, longe do pessimismo de tantos. A banda ainda precisa
melhorar os vocais masculinos, mas de resto, essa turma de São José dos Campos
(S) está no caminho certo.
NETUNO DOOM - “The Second Sun”:
Doom Metal sujo vindo direto de Fortaleza (CE). Pesado e com o ritmo bem
arrastado, é um nome promissor, só precisando dar uma melhorada nos vocais (são
bons, mas não tão compatíveis como podem ser). Bem diferente em termos de
vídeo, temos a banda sendo captada em um ensaio, algo bem simples, na cara e
funcional. Tem futuro.
ARTILHARIA - “Assalto ao Monte Castelo”: E Gravatá (PE) mostra que tem Metal tradicional agressivo
à lá NWOBHM de primeira. O grupo resolveu fazer suas filmagens em um terreno de
algo parecido com uma fábrica antiga, focando tudo na banda (exceto no início,
onde se fala um pouco da Batalha de Monte Castelo, uma das realizações da FEB
na campanha da Itália na Segunda Guerra Mundial). Uma música ótima, a banda faz
bonito, mas a qualidade de gravação pode melhorar, pois pelo visto e sem estigmatizar
a banda, estamos vendo o SABATON
brasileiro em ação. Merecem aplausos!
KAVERNOSOS - “Por Fé Final”:
Apesar de se denominarem Stoner, esse trio de Colatina (ES) tem um jeitão Rock à
lá MOTÖRHEAD sujo e melódico evidente, com melodias de simples assimilação e
muita energia. É outro que preferiu gravar tudo em um estúdio de ensaios,
focando unicamente na banda. É uma canção curta e que deia aquele sentimento de
“quero mais” no ouvinte.
FACES OF DEATH - “Consummatum Est”: o
quarteto Thrasher de Pindamonhangaba (SP) preferiu usar um lyric video mais no
sentido tradicional, com imagens de tensão armamentista e caos que se mesclam à
letras da música. E o Thrash metal moderno e bruto do grupo é algo digno de
aplausos e menções honrosas, especialmente pelas guitarras.
Conclusão: Mais uma vez, um DVD da Roadie Metal nos mostra o quanto o cenário
nacional é rico em musicalidade. Ouça, veja e aproveite!
Nota: 90%
Nenhum comentário:
Postar um comentário