Ano: 2018
Tipo: Extended Play (EP)
Selo: Napalm Records
Importado
Tracklist:
1. House of Doom
2. Flowers of Deception
3. Fortuneteller
4. Dolls on a Wall
Banda:
Mats Levén - Vocais
Mats “Mappe” Björkman - Guitarra base
Lars “Lasse” Johansson - Guitarra solo
Leif Edling - Baixo
Jan Lindh - Bateria
Ficha Técnica:
Leif Edling - Produção
Tobias Forge - Vocais em “House of Doom” (na versão em vinil do EP)
Contatos:
Site Oficial: http://www.candlemass.se/
Facebook:
https://www.facebook.com/candlemass
Assessoria: olebang@newmail.dk (Ole Bang)
E-mail:
Texto: Marcos Garcia
Talvez um dos estilos mais inóspitos do Metal seja o Doom
Metal. Sim, pois o jeito de ser lento e azedo, rebuscando os elementos mais
pesados e densos que o BLACK SABBATH
deu origem em seus 3 primeiros discos, não é palatável para todos os fãs de
Metal. Mas mesmo assim, é um gênero fascinante e cheio de belezas para aqueles
que o conhecem a fundo. E assim, um dos pioneiros do estilo, o quinteto sueco CANDLEMASS, retorna à carga com o EP “House of Doom”, mostrando que apesar
dos projetos paralelos de Leif Edling
(seu baixista e mentor), a banda ainda tem lenha para queimar.
Óbvio que o EP vai trazer polêmicas pela presença de Mats Levén nos vocais, ocupando o lugar
de monstros como Messiah Marcolin e Robert Lowe. No fundo, toda troca de
vocalistas gera desconforto, mas no caso do quinteto, o que temos no EP é o
mais puro Doom Metal que possam imaginar. Embora distante de ser algo
revolucionário como o que se ouve em vários álbuns da banda, “House of Doom” é um bom trabalho, e
que vem para mostrar que o CANDLEMASS
está vivo, pronto para desafios maiores.
Como falamos de Doom Metal, existe aquela sujeira essencial
ao estilo permeando a sonoridade, mas sem que a qualidade sonora limpa e
inteligível (coisa a qual o grupo nunca abriu mão). Ou seja, a produção busca
caprichar no som mais característico do grupo, sem pesar demais a mão na
agressividade e peso, mas sem deixar limpo demais e descaracterizado. É o tipo
de sonoridade que nos acostumamos aos últimos discos da banda: pesado e denso,
mas bem delineado em termos de instrumental.
Se por um lado “House
of Doom” não chega ao alto nível musical que conhecemos de “Nightfall”, “Tales of Creation” e “King of the Grey Islands”, por outro não
podemos acusar o CANDLEMASS de estar
se repetindo ou de ser um disco ruim. Não, de forma alguma este EP é uma cicatriza
na carreira da banda. Com suas diferenças, aponta para o futuro, mostrando que
o quinteto ainda tem o que mostrar e ensinar aos mais novos em seu enfoque
clássico e melódico do Doom Metal.
“House of Doom” abre
o EP mostrando uma energia crua e uma pegada pesada e ganchuda, baseando sua
força em riffs de guitarra excelentes e marcantes (além de um refrão magistral
e simples de se absorver). Seguindo nessa mesma linha, temos “Flowers of Deception”, outra pesada e
com ritmo intenso, mas com boas melodias e uma base rítmica sólida e simples
(coisa que sempre foi uma característica da banda). Ambas duram mais de seis
minutos.
Já “Fortuneteller”
é uma balada mais melodiosa, baseada em melodias soturnas de violões e um vocal
com tons mais naturais (onde se percebe maior versatilidade no trabalho de Mats). Fechando, o azedume carregado e
lento da instrumental “Dolls on a Wall”,
algo mais rebuscado em termos de Doom Metal, uma releitura dos elementos
Sabbathícos de início.
Óbvio que muitos não se adaptaram ao vocal de Mats, algo compreensível. Mas não se
pode negar: “House of Doom” vem em
boa hora, mostrando que a aposentadoria do CANDLEMASS
se encontra distante. E em tempos que as bandas antigas estão mostrando as
garras, podemos esperar que o disco novo do quinteto venha matador!
Nota: 81%
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