quinta-feira, 8 de novembro de 2018

BEHEMOTH - I Loved You at Your Darkest


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Selo: Nuclear Blast
Importado


Tracklist:

1. Solve
2. Wolves ov Siberia
3. God = Dog
4. Ecclesia Diabolica Catholica
5. Bartzabel
6. If Crucifixion Was Not Enough…
7. Angelvs XIII
8. Sabbath Mater
9. Havohej Pantocrator
10. Rom 5:8
11. We Are the Next 1000 Years
12. Coagvla


Banda:


Nergal - Guitarras, vocais
Inferno - Bateria, percussão
Orion - Baixo, backing vocals


Ficha Técnica:

Daniel Bergstrand - Produção
Matt Hyde - Mixagem
Tom Baker - Masterização
Krzysztof “Siegmar” Oloś - Samples
Jan Stokłosa - Arranjos orquestrais
Nicola Samori - Arte da capa


Contatos:

Site Oficial: https://behemoth.pl/
Assessoria:
E-mail:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Muitas bandas de nome lançaram seus discos novos este ano. Mas o nome do trio polonês BEHEMOTH sempre causa alvoroço, justamente pelo sucesso comercial que alcançaram, bem como pelos excelentes trabalhos desde que começaram a mistura musical que lhes abriu as portas do mundo em “Satanica”. Hoje, quase 30 anos depois, eles lançam I Loved You at Your Darkest”, e deixam uma pergunta no ar:

O disco é bom?

Sendo direto e reto: sim, é mais um excelente trabalho da banda.

Nele, encontramos o bom e velho Black/Death Metal do grupo em forma, cheio das nuances experimentais e criatividade de sempre. Musicalmente, o trabalho mostra algo como uma fusão do que eles haviam feito em termos de arranjos e mesmo aquele jeito experimental avant-garde que os caracterizou em “The Apostasy” e “Evangelion”, mas com o jeito bruto mais direto de “The Satanist”. Além disso, se percebe que as canções estão um pouco mais curtas, pois a maioria mal passa dos 4 minutos de duração. Mas aquele impacto musical ainda se faz presente, com ótimas mudanças de ritmo e partes cheias de vocais gregorianos, mas com uma sonoridade um pouco menos extremada.

Sim, ainda é o BEHEMOTH, só com um toque mais sofisticado em termos de sonoridade.

As mãos de Daniel Bergstrand novamente assumiram a produção do disco, tendo Matt Hyde de novo na mixagem, e Tom Baker na masterização. O interessante é que eles buscaram algo mais bem definido, ainda com o peso de sempre, mas que permite o som da banda ser mais polido e compreensível. Nisso, o lado mais melodioso do grupo ficou mais evidente, especialmente nos momentos mais soturnos. Até os timbres dos instrumentos estão mais definidos que antes. E na capa, um trabalho artístico belíssimo de Nicola Samori.

Musicalmente, o BEHEMOTH não precisa provar nada a quem quer que seja. Sua capacidade de compor músicas marcantes, com uma boa dose de complexidade técnica, evoluiu com o tempo. E a cada novo disco, temos uma bela caixa de surpresas, e dessa forma, “I Loved You at Your Darkest” vem trazendo o grupo renovado, ainda criativo e agressivo, com músicas bem arranjadas, e sabendo transitar entre partes velozes e momentos mais climáticos. Óbvio que temos momentos em que a banda rebusca mais seu lado Black Metal dos primórdios, mas sempre sob o alinhavo de sua sonoridade característica (caso de “Wolves Ov Siberia”).

Nove canções chegam para matar a sede dos fãs por algo da banda, sendo que os destaques são “Wolves ov Siberia” (uma referência a discos como “Sventevith (Storming Near the Baltic)” e “Grom”, com ótimos riffs), “God = Dog” (com partes influenciadas por Jazz em seu início, antes de virar uma hecatombe de peso e agressividade, inclusive com uso de momentos de canto gregoriano de fundo, evidenciando o trabalho de baixo e bateria), a envolvente “Ecclesia Diabolica Catholica” (cheia de momentos que grudam nos nossos ouvidos e não saem mais da cabeça), a influência de Black ‘n’ Roll no ritmo de “If Crucifixion Was Not Enough…” (algo vindo das influências de Hardcore/Punk Rock do estilo), as melodias sinuosas e agressivas de “Sabbath Mater” (outra com influências de Black/Thrash dos anos 80 em alguns momentos), a épica e densa “Havohej Pantocrator” (com melodias bem melancólicas, mostrando um trabalho bem técnico nas guitarras e vocais, além de mudanças de andamento consensuais), a fogosa e intensa “Rom 5:8” (cujo título é uma citação à carta de São Paulo aos Romanos, e fora do contexto original, é “Mas eis aqui uma prova brilhante de amor de Deus por nós: quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós”), e a brutal e rápida “We Are the Next 1000 Years”.

No mais, apesar de não trazer nenhuma canção que seja candidata a clássico instantâneo (como foi o caso de “Blow Your Trumpet Gabriel” e “O Father O Satan O Sun!” de “The Satanist”) “I Loved You at Your Darkest” é um disco ótimo e mostra que o BEHEMOTH está muito bem e ainda criativo.

Nota: 95%










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