Ano: 2011 /
Relançamento: 2018
Tipo: Full
Length
Selo: Shinigami Records
Nacional
Tracklist:
1. The Coming
(intro)
2. Feeble
Screams from Forests Unknown
3. Sassu Wunnu
(intro)
4. Ea. Lord of
the Depths
5. Spell of
Destruction
6. A Lost Forgotten
Sad Spirit
7. My Journey
to the Stars
8. Call of the
Siren (intro)
9. Key to the
Gate
10. Turn the
Sign of the Microcosm (Snu Mikrokosmos’ Tegn)
11. Channeling
the Power of Minds Into a New God
Banda:
Varg
Vikernes - Vocais, guitarras, baixo, teclados, sintetizadores, bateria
Ficha Técnica:
Varg Vikernes - Produção, mixagem
Pytten - Produção,
engenharia
Davide Bertolini - Produção, engenharia
Naweed -
Masterização
Dan Capp -
Artwork, Layout
Contatos:
Assessoria:
E-mail: fremmedehenvendelser@gmail.com
Texto: “Metal Mark” Garcia
Quando o Black Metal
ressurgiu na primeira metade dos anos 90, apesar de existirem cenas locais do
estilo na Grécia, na Suécia e mesmo nos EUA e Brasil, a atenção de todos estava
voltada para a cena da Noruega, por conta das polêmicas de incêndios de igrejas
e assassinatos. Além disso, três bandas se tornariam a espinha dorsal do estilo
renascido: DARKTHRONE (que foi o primeiro a gravar um disco do gênero, o
clássico “A Blaze in the Northern Sky”), MAYHEM (que recriara as
características sonoras e a estética visual do gênero), e o BURZUM. Este
último, seja pelas polêmicas ou por sua música, sempre foi uma força motriz
influenciadora do Black Metal. Para comprovar isso, uma ouvida em “From the
Depths of Darkness” (relançado no Brasil pela Shinigami Records)
mostra o quanto o som do grupo é profundamente seminal para o Black Metal.
Em termos de ineditismo, “From
the Depths of Darkness” nada mais é que a regravação de velhas canções da
banda (na realidade, como todos já sabem, uma “one man band”), músicas que
estão presentes em “Burzum” de 1992 e “Det Som Engang Var” de
1993. Não existem muitas diferenças em termos de músicas e arranjos (exceto
pelos tons vocais), mas com a sonoridade mais acurada, percebem-se as sutilezas
e nuances que o Black Metal possui, e que são originais do trabalho de Varg.
Momentos agressivos e outros mais melancólicos se mesclam em uma música em que
a técnica instrumental não é o foco principal, mas se preparem, pois em termos
de energia e partes envolventes, tudo está ainda melhor (novamente,
agradecimentos pela melhor qualidade sonora). Desta forma, poderíamos dizer que
este disco é a mostra clara de que (amem ou odeiem a afirmativa) o BURZUM
é tão importante para o gênero quanto os outros dois grupos supracitados.
Em termos de produção, Varg
co-produziu o disco juntamente com Dave Bertolini (que trabalhou nos
discos antigos do ENSLAVED, além de ter mixado “Bellus” e “Umskiptar”)
e Pytten (o mesmo produtor dos primeiros discos da banda, e que
trabalhou com EMPEROR, IMMORTAL, MAYHEM, entre muitos outros). O
resultado foi algo que capta o velho espírito do BURZUM, ou seja, cru e
frio como gelo, mas audível e compreensível. Além disso, a arte nada mais é que
um “recorte ampliado” da capa de “Det Som Engang Var”, ligando assim
este disco ao passado.
A capacidade do BURZUM
em criar partes agressivas que contrastam com momentos atmosféricos, e outros
em que existe uma ambientação musical densa e soturna é algo de assombroso.
Percebe-se que a simplicidade técnica da época nunca escondeu as ótimas
mudanças de ritmo e partes em que os arranjos dão aquele frio na espinha. Sim,
o disco é genial, sem sombra de dúvidas!
Um pouco do que era o
Black Metal nos velhos tempos fica evidente por todo o disco, e canções como “Feeble Screams
from Forests Unknown” (que mostra boas mudanças de ritmo, uma pegada crua e
sinistra bem característica da época), a clara influência do HELLHAMMER
em “Ea. Lord of the Depths” (embora os riffs das guitarras sejam
carregados de partes extremamente sombrias), no peso cadenciado e introspectivo
de “Spell of Destruction” (algumas conduções nos dois bumbos encaixaram
de maneira providencial à canção), as empolgantes “A Lost Forgotten Sad
Spirit” (boas harmonias, além de vocais bem encaixados, agora com timbres
mais graves que os originais) e “My Journey to the Stars” (outra cheia
de melodias densas e melancólicas criadas pelas guitarras), a clássica e brutal
“Key to the Gate” (quantos pescoços devem ter ficado com torcicolos nos
90 por conta de suas partes rápidas empolgantes, e as mentes seduzidas em suas
partes mais cadenciadas e atmosféricas), a alternância de ritmos de bom gosto
de “Turn the Sign of the Microcosm (Snu Mikrokosmos’ Tegn)” (o título
foi traduzido do original, que está entre parêntenses, e é uma das canções mais
cultuadas do segundo álbum da banda por sua aura obscura), e a sinistra “Channeling
the Power of Minds Into a New God” são legados para as futuras gerações. Óbvio que as introduções “The Coming”,
“Sassu Wunnu” e “Call of the Siren” são novas, criadas justamente
para este disco.
Óbvio que o momento exaltado por diferenças políticas por todo o mundo causam comoções, bem como as correntes politicamente corretas vivem denegrindo o trabalho de Varg por conta das visões pessoais do músico. Independente de qualquer coisa, o nome do BURZUM já está imortalizado no inconsciente coletivo dos fãs de Black Metal, e sua música permeia todo e qualquer fã do gênero. E assim, amem ou odeiem, a influência do grupo nunca desaparecerá, enquanto muitos dos detratores somem nas areias do tempo para nunca mais serem vistos...
Óbvio que o momento exaltado por diferenças políticas por todo o mundo causam comoções, bem como as correntes politicamente corretas vivem denegrindo o trabalho de Varg por conta das visões pessoais do músico. Independente de qualquer coisa, o nome do BURZUM já está imortalizado no inconsciente coletivo dos fãs de Black Metal, e sua música permeia todo e qualquer fã do gênero. E assim, amem ou odeiem, a influência do grupo nunca desaparecerá, enquanto muitos dos detratores somem nas areias do tempo para nunca mais serem vistos...
Um grande relançamento
que a Shinigami Records nos dá, e “From the Depths of Darkness” é
disco obrigatório para fãs de Black Metal, de Metal extremo e para todos que
desejam entender o motivo do estilo ter dominado o cenário do Metal extremo por
anos.
Isso é Black Metal 100%
puro! Isso é BURZUM!
Nota: 100%
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