Ano: 2019
Tipo: Full Length
Selo: Shinigami Records
Nacional
Tracklist:
1. Damned If You Do
2. The Black Things
3. By the Numbers
4. Revolution Underway
5. Guillotine
6. Rot Away
7. Into the Fold
8. Monkey Finger
9. Out of Balance
10. The War Electric
Banda:
Mike Howe - Vocais
Kurdt Vanderhoof - Guitarras, mellotron
Rick Van Zandt - Guitarra solo
Steve Unger - Baixo, backing vocals
Stet Howland - Bateria
Ficha Técnica:
Kurdt Vanderhoof - Engenharia, produção
Jean Michel - Artwork
Contatos:
Site Oficial: https://metalchurchofficial.com/
Instagram: http://instagram.com/metalchurchofficial
Assessoria:
E-mail:
Texto: “Metal Mark” Garcia
Introdução: Durante a primeira metade dos anos 80,
o cenário Metal norte-americano foi sendo finalmente sedimentado. As
influências do Metal europeu (especialmente as bandas dos anos 70 como JUDAS PRIEST e MOTÖRHEAD, e alguma coisinha da NWOBHM), fundidas ao Hard Rock
clássico e mesmo à valorização da técnica e do “approach” melodioso tão natural
dos EUA resultaram em uma invasão de bandas de diferentes estados e com
trabalhos musicais personalizados.
Nisso, se
consolidou o que se define como US Metal, ou seja, o jeito americano de se
fazer Heavy Metal tradicional. E esta escola possui muitos representantes
ilustres, entre eles o quinteto de Washington METAL
CHURCH, um dos responsáveis pela modernização do Heavy Metal tradicional
(embora poucos creditem isso a eles), que devido à formação consolidada (mesmo
com as troca de baterista que ocorreu ano passado) está vivendo uma fase
incrível em termos de criatividade. Que o diga “Damned If You Do”, novo
disco do quinteto recém lançado no Brasil pela Shinigami Records, inclusive com o uso de um obi.
Análise geral: É fato que o quinteto continua fazendo
o mesmo Heavy Metal vigoroso dos anos 80, com ótimos refrães, e estruturado de
maneira bem cuidada. O que para muitos pode parecer estagnação, para quem os
conhece sabe o quanto esse “Heavy Metal preachers” são capazes de criar
passagens incríveis sem mexer em sua personalidade.
Basicamente, “Damned
If You Do” é uma amostra clara do que é US Metal, sem tirar ou pôr
algo, e ao mesmo tempo em que avança para o futuro de cabeça erguida, se
percebe que tem muito dos clássicos “Blessing in Disguise” (1989) e “The
Human Factor” (1991).
Arranjos/composições: Aliás, nesse disco, tudo vai muito
bem.
A banda inteira
mostra um trabalho técnico de ótimo nível (sem exagerar e tornar tudo maçante),
com dinamismo fluido em termos de melodias e arranjos, e cada canção foi
montada com sabedoria para bater nos ouvidos e marcar o fã.
E é bom ser
dito uma coisa: nada nesse disco soa repetitivo, chato ou vai fazer o ouvinte
bocejar durante seus pouco mais de 45 minutos de duração.
METAL CHURCH |
Arte gráfica/capa: ironia é pouco para definir o ótimo
trabalho de Jean Michel, que inclusive transparece bem o tema pesado da faixa-título. E a arte do encarte ficou muito boa, mantendo uma diagramação simples. E a versão brasileira ainda tem um obi, ou seja, aquele papel lateral que tem informações do disco, que são muito comuns no mercado japonês.
Destaques musicais: Quando se fala nesse quinteto tão
experiente, é preciso entender que a injustiça de não terem sido gigantes nos
anos 80 não lhes tira seus méritos ou a capacidade de criarem canções marcantes
e de alto nível, e talvez o METAL CHURCH seja um dos melhores nomes do cenário
norte-americano. E se destacam as seguintes canções:
“Damned If You Do”: uma canção com uma ambientação bem agressiva
e mesmo soturna, com um trabalho de peso de baixo e bateria, sem mencionar o
refrão que não desgruda dos ouvidos.
“The Black Things”: novamente, o grupo tem um jeito mais soturno
em alguns momentos, com crescendos ótimos no refrão. E isso mostra a
versatilidade dos vocais, que estão excelentes no disco inteiro.
“By the Numbers”: é incrível ver essa energia, essa
pegada juvenil em uma banda tão experiente. Ótimo equilíbrio entre as linhas
melódicas e a força agressiva das guitarras nos riffs.
“Revolution Underway”: aqui surge o lado mais influenciado
pelas melodias do Hard Rock clássico, algo típico dos anos 80. Só que o jeito
em que eles arranjaram a canção permite que a canção soe atual, cheia de vida e
com vocais excelentes mais uma vez.
“Guillotine”: desta vez, eles foram buscar um jeito
mais voltado à época de “The Dark”, onde melodias do Metal
tradicional são mixadas com uma agressividade moderna quase thrashy, Mais um ótimo refrão, e que belas
mudanças de ritmo!
“Rot Away”: mais uma em que linhas melódicas se misturam
à agressividade sonora sem destoar. O ritmo não tão veloz permite que tanto os
vocais mostrem mais um ótimo trabalho, se encaixando muito bem na colcha
instrumental.
“Into the Fold”: esta parece ir buscar lá na primeira
metade dos anos 80 a energia e elegância típicas de quando o rótulo Power Metal
era usado para definir o que o cenário norte-americano produzia. Boas variações
harmônicas e mais um refrão grudento.
“Monkey Finger”: então, surge a influência do Metal
germânico (à lá ACCEPT) no trabalho
do grupo por conta dos tempos mais lentos e backing vocals que culminam em um
refrão muito legal.
“Out of Balance”: se o leitor sabe o que significa “ter
um andamento que empolga”, vai entender essa canção e assimilá-la sem problema
algum. Melodias mais simples e ótimas conduções de baixo e bateria são os
pontos fortes.
“The War Electric”:
Encerramento com
níveis de adrenalina altíssimos. Uma pancadaria que também é mais simples, onde
os vocais estão ótimos, mas sem desmerecer o trabalho de peso de baixo e
bateria.
Conclusão: O METAL CHURCH continua forte e vigoroso, lançando mais um disco que
merece aplausos. Sim, “Damned If You Do” é um daqueles
discos que merecem ser ouvidos no “repeat”, pois os "Heavy Metal Preachers" estão com todo gás!
Mais um para
o Top10 de muitos ao final do ano.
Nota: 100%
Damned If You
Do
By the
Numbers
Out of
Balance
Spotify
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