sexta-feira, 18 de maio de 2018

DEEP PURPLE - Live in Long Beach 1971


Ano: 2018
Tipo: Disco ao Vivo
Nacional


Tracklist:

1. Speed King
2. Strange Kind of Woman
3. Child in Time
4. Mandrake Root


Banda:


Ian Gillan - Vocais
Ritchie Blackmore - Guitarras
Roger Glover - Baixo
Jon Lord - Teclados
Ian Paice - Bateria


Ficha Técnica:
  
Martin Pullan - Masterização
Paul Lester    Liner - Notas
Alexander Mertsch - Layout, artwork
Elliot Mass - Engenharia sonora


Contatos:

Assessoria:  

E-mail:

Texto: Marcos Garcia


Realmente, a banda com mais discos ao vivo em todo mundo deve ser o DEEP PURPLE. Em uma conta pessoal, eles chegam aos 30 títulos em toda sua história, mas é preciso dizer que cada um deles tem seu valor, e muitas vezes, uma estória para contar. E há algo de especial em “Live in Long Beach 1971”, que acaba de sair por aqui pela Shinigami Records.

O principal: temos uma apresentação da MK II em 30/07/1971, a mais clássica das formações do grupo. Esta apresentação ocorre pouco depois do lançamento de “Fireball” (cuja data é 09/07/1971), embora sem nenhuma faixa deste. O grosso do material é de “In Rock”, embora “Mandrake Root” venha do primeiro disco da banda, “Shades of Deep Purple”, e “Strange Kind of Woman” seja uma canção de um Single de fevereiro de 1971 (e que acabou sendo lançada nas versões do disco lançadas nos EUA, Canadá e Japão no lugar de “Devil’s Eyes” da versão europeia). Este show (onde o quinteto foi suporte para a banda de Rod Stewart, o THE FACES) foi transmitido pela rádio KUSC 91,5 FM, e mostra a banda destilando sua capacidade de improvisar nos palcos.

Sim, improvisação, algo que muitos fãs mais modernos, acostumados à música engessada, e muitas vezes fria e burocrática, talvez estranhem. Mas isso era comum naqueles anos de ouro onde rótulos e outras perdas de tempo não existiam. A música era o mais importante, e isso meus caros, o DEEP PURPLE sempre teve. Aliás, são mestres nisso!

A sonoridade do disco é extremamente orgânica, com a energia do quinteto “in your face”, e se consegue ouvir a performance individual de cada músico sem problemas. A remasterização de 2014 de um brilho a mais, sem descaracterizar a qualidade de áudio original. Além disso, o encarte é uma coisa linda, com fotos e detalhes da época, e toda uma explicação para aquela apresentação. Muito, muito bom.

O traço mais forte da MK II era que a guerra de egos entre os integrantes do DEEP PURPLE os levava a um misto de influências que criava um Hard Rock/Classic Rock sólido, agressivo e com ótimas melodias. Dos vocais bluesy gritados aos fraseados rocker com toque de música clássica, passado pelos teclados noir e uma solidez técnica de baixo e bateria, tudo funciona em equilíbrio, aglutinando influências e marcando época.

O disco tem 4 canções. Óbvio que isso vai causar estranhamento entre os fãs, mas é preciso lembrar que, em cada uma delas, o improviso é a tônica. “Speed King” e “Strange Kind of Woman”, hinos agressivos e potentes em suas versões originais, feitos com excelentes guitarras e vocais, aqui se tornam gigantes de mais de 11 minutos cada, onde a banda inteira mostra sua capacidade jazzística de improvisar. A vida que a clássica “Child in Time” ganhou graças aos longos solos de teclados é incrível, e saltou de seus 10 minutos originais para um gigante de 20 minutos. E de um Rock ‘n’ Roll clássico, “Mandrake Root” ganhou peso e uma interpretação vocal mais intensa e emotiva (por conta do toque bluesy da voz de Ian), sem contar que baixo e bateria está ótimo (falar do solo de guitarra é mera formalidade). Ou seja, a MK II consegue melhorar o material que a MK I gravou, graças a excelência de seus músicos.

Desta forma “Live in Long Beach 1971” documenta o auge da MK II, já que as guerras internas iriam desfazê-la em algum tempo.

Nota: 88%

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