Ano: 2018
Tipo: Disco ao Vivo
Selo: Shinigami Records
Nacional
Tracklist:
1. Speed King
2. Strange Kind of Woman
3. Child in Time
4. Mandrake Root
Banda:
Ian Gillan - Vocais
Ritchie Blackmore - Guitarras
Roger Glover - Baixo
Jon Lord - Teclados
Ian Paice - Bateria
Ficha Técnica:
Martin Pullan - Masterização
Paul Lester Liner - Notas
Alexander Mertsch - Layout, artwork
Elliot Mass - Engenharia sonora
Contatos:
Site Oficial: http://www.deeppurple.com/
Assessoria:
E-mail:
Texto: Marcos Garcia
Realmente, a banda com mais discos ao vivo em todo mundo
deve ser o DEEP PURPLE. Em uma conta
pessoal, eles chegam aos 30 títulos em toda sua história, mas é preciso dizer
que cada um deles tem seu valor, e muitas vezes, uma estória para contar. E há
algo de especial em “Live in Long Beach 1971”,
que acaba de sair por aqui pela Shinigami
Records.
O principal: temos uma apresentação da MK II em 30/07/1971,
a mais clássica das formações do grupo. Esta apresentação ocorre pouco depois
do lançamento de “Fireball” (cuja
data é 09/07/1971), embora sem nenhuma faixa deste. O grosso do material é de “In Rock”, embora “Mandrake Root” venha do primeiro disco da banda, “Shades of Deep Purple”, e “Strange Kind of Woman” seja uma canção
de um Single de fevereiro de 1971 (e que acabou sendo lançada nas versões do
disco lançadas nos EUA, Canadá e Japão no lugar de “Devil’s Eyes” da versão europeia). Este show (onde o quinteto foi
suporte para a banda de Rod Stewart,
o THE FACES) foi transmitido pela
rádio KUSC 91,5 FM, e mostra a banda destilando sua capacidade de improvisar
nos palcos.
Sim, improvisação, algo que muitos fãs mais modernos,
acostumados à música engessada, e muitas vezes fria e burocrática, talvez
estranhem. Mas isso era comum naqueles anos de ouro onde rótulos e outras perdas
de tempo não existiam. A música era o mais importante, e isso meus caros, o DEEP PURPLE sempre teve. Aliás, são
mestres nisso!
A sonoridade do disco é extremamente orgânica, com a energia
do quinteto “in your face”, e se consegue ouvir a performance individual de
cada músico sem problemas. A remasterização de 2014 de um brilho a mais, sem
descaracterizar a qualidade de áudio original. Além disso, o encarte é uma
coisa linda, com fotos e detalhes da época, e toda uma explicação para aquela
apresentação. Muito, muito bom.
O traço mais forte da MK II era que a guerra de egos entre
os integrantes do DEEP PURPLE os
levava a um misto de influências que criava um Hard Rock/Classic Rock sólido, agressivo
e com ótimas melodias. Dos vocais bluesy gritados aos fraseados rocker com
toque de música clássica, passado pelos teclados noir e uma solidez técnica de
baixo e bateria, tudo funciona em equilíbrio, aglutinando influências e
marcando época.
O disco tem 4 canções. Óbvio que isso vai causar
estranhamento entre os fãs, mas é preciso lembrar que, em cada uma delas, o
improviso é a tônica. “Speed King” e
“Strange Kind of Woman”, hinos
agressivos e potentes em suas versões originais, feitos com excelentes guitarras
e vocais, aqui se tornam gigantes de mais de 11 minutos cada, onde a banda
inteira mostra sua capacidade jazzística de improvisar. A vida que a clássica “Child in Time” ganhou graças aos longos
solos de teclados é incrível, e saltou de seus 10 minutos originais para um
gigante de 20 minutos. E de um Rock ‘n’ Roll clássico, “Mandrake Root” ganhou peso e uma interpretação vocal mais intensa
e emotiva (por conta do toque bluesy da voz de Ian), sem contar que baixo e bateria está ótimo (falar do solo de
guitarra é mera formalidade). Ou seja, a MK II consegue melhorar o material que
a MK I gravou, graças a excelência de seus músicos.
Desta forma “Live in
Long Beach 1971” documenta o auge da MK II, já que as guerras internas
iriam desfazê-la em algum tempo.
Nota: 88%
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