Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional
Tracklist:
1. The Unveiling
2. Interdimensional Summit
3. ÆTheric
4. Council of Wolves and Snakes
5. The Empyrean Phoenix
6. Lightbringer
7. I Am Sovereign
8. Archaic Correspondence
9. Alpha Aeon Omega
10. Rite of Passage
Banda:
Shagrath - Vocais
Silenoz - Guitarra base
Galder - Guitarra solo
Ficha Técnica:
Dimmu Borgir -
Produção
Jens Bogren -
Engenharia,
Daray - Bateria
Gerlioz - Teclados
Gaute Storås -
Arranjos de ópera e orquestrações
Schola Cantrum Choir
- Corais
Francesco Ferrini -
Orquestrações
Zbigniew Bielak - Artwork
Contatos:
Site Oficial: https://www.dimmu-borgir.com/
Facebook:
https://www.facebook.com/dimmuborgir
Assessoria:
E-mail:
Texto: Marcos Garcia
Uma das coisas mais chatas de se ver quando falamos de
lançamentos de discos de bandas consagradas são as comparações. Os fãs parecem
esquecer que uma banda é composta de pessoas, e uma dinâmica de transformação
sempre as guia em busca de novas conquistas e expressões musicais. Raras são as
bandas que tendem ao continuísmo puro e simples. Mas existem aqueles que
parecem nos desafiar com seus discos novos, de uma forma em que reações estilo “amo
ou odeio” começam a surgir. E desde que despontaram para o sucesso, o DIMMU BORGIR sempre causa frisson em
seus fãs (e longas reclamações e “mimimis” nas mídias sociais). Com “Eonian” (lançado por
aqui pela parceria da Shinigami Records
com a Nuclear Blast Brasil) não
seria diferente.
Para início de conversa, é preciso ter em mente que o grupo
possui fases distintas: aquela mais atmosférica e focada em ambientações
sombrias (que pode ser ouvida em “For All
Tid” de 1995, e “Stormblåst” de 1996),
o início do uso de maior agressividade aliada a teclados mais diversificados
(em “Enthrone Darkness Triumphant”
de 1997 e “Spiritual Black Dimensions”
de 1999), a fase de grandiosidade técnica, agressividade ainda maior e
orquestrações mais evidentes (que se ouve em “Puritanical Euphoric Misanthropia” de 2001, “Death Cult Armageddon” de 2003, e “In Sorte Diaboli” de 2007), e o início de um trabalho mais esmerado
no uso de orquestra e corais operísticos (em “Abrahadabra”, de 2010). Com uma diversidade musical tão grande, é
preciso ter em mente que o trio pode lançar mão de muitas possibilidades. Em “Eonian”, oito anos desde seu último
álbum de músicas inéditas, o DIMMU
BORGIR rebusca a simplicidade técnica da era de “Enthrone Darkness Triumphant” e “Spiritual Black Dimensions”, mas com o mesmo “approach” sinfônico
de “Abrahadabra”, só que mais
espontâneo e menos mecânico que este (o que nos leva a questionar se as
confusões na banda naqueles tempos não influíram nisso).
Ou seja: o trio está de volta em grande estilo, doa a quem
doer.
Desta vez, a banda buscou a ajuda de Jens Bogren para a engenharia de som, visando uma sonoridade mais
orgânica, e acertaram: o que se ouve em “Eonian”
é algo realmente limpo e bem cuidado, mas pesado, denso e com aquela
ambientação mezzo sinfônica, mezzo soturna, e com uma escolha de timbres
ótima. Tudo está em seu devido lugar, soando pesado e agressivo, mas com as
melodias da banda bem evidentes.
E diferentemente do que fazem há um tempo, o trio preferiu
uma arte gráfica mais simples, com apenas duas cores, e que foi feita por Zbigniew Bielak. O desenho é ótimo, verdade seja dita, mas esta aproximação um pouco mais simples, provavelmente, deve ser para que os fãs fiquem com as atenções
todas voltadas apenas ao mais importante: a música.
E em termos musicais, muito já se viu de “mimimi” desde que
a banda lançou as primeiras músicas de divulgação de “Eonian”. No fundo, creio que muitas palavras e poucas audições
causaram uma ilusão em massa, pois o disco inteiro é muito bom. O DIMMU BORGIR soube se renovar, e ao
mesmo tempo, expandir fronteiras em termo de criatividade e arranjos. E mais
uma vez, o grupo levou sua criatividade e capacidade de criar arranjos musicais
a extremo, mesmo nessa singela simplicidade em termos de linhas melódicas.
Todas as músicas são excelentes, e vale destacar algumas
como referência nas primeiras audições.
A força melódica soturna e simples de “Interdimensional Summit” com seus corais e vocais bem encaixados (esta
é o primeiro Single do disco, e mostra um belo contraste entre o suave e o
extremo), o sabor suave e denso que possui “ÆTheric”
(com arranjos mais simples, mas mostrando um excelente trabalho de guitarras),
as passagens sinistras das harmonias bem estruturadas de “Council of Wolves and Snakes”, o toque atmosférico que se percebe
em “Lightbringer” (boas variações rítmicas,
e um trabalho muito bom na bateria), o mix inteligente de partes orquestrais e
corais sinistros de “I Am Sovereign”,
o feeling opressivo dos tempos de “Archaic
Correspondence” (onde um pouco da velha agressividade do grupo surge de
forma mais evidente), e a ótima “Alpha
Aeon Omega” (que possui estruturação harmônica que lembra demais os tempos
de “Enthrone Darkness Triumphant”, mas
usando do alinhavo orquestral e sinfônico de hoje em dia).
Se me perguntarem se os 8 anos valeram a pena, direi que “Eonian” está bem acima das expectativas,
e vem para firmar de vez o DIMMU BORGIR
como um dos grandes nomes do Metal mundial (já que eles transcenderam as
barreiras do Black Metal há anos). Mas se vocês querem ficar reclamando da
banda e comparando-os a outros grupos, sinceramente, creio que você deveria ir
ouvir MPB ou similares...
P.S.: o disco sai agora, dia 4 de Maio, logo, deve estar nas
lojas em breve.
Nota: 100%
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