Ano: 2018
Tipo: Full Length
Selo: Shinigami Records
Nacional
Tracklist:
1. Fleeing Terror
2. Murders
3. Mission
4. Lucky
5. Cure and Disease
6. Toy Soldier
7. Keep Yourself Alive
8. Marching Over Lies
9. Apocalypse Watch
10. A Circus Called Brazil
Banda:
Alexandre da Cunha -
Bateria, vocais
Décio Frignani -
Guitarras
Alexandre “Dumbo” -
Guitarras, backing vocals
“Morto” - Baixo,
guitarras, backing vocals
Contatos:
Site Oficial: http://bandamx.com.br
Facebook:
https://www.facebook.com/mxthrash
Assessoria: https://www.facebook.com/lpmetalpress/
(LP Metal Press)
E-mail: contato@bandamx.com.br
Texto: Marcos Garcia
Muitas vezes se pergunta a motivação para a vocação
barulhenta (no bom sentido) do Metal brasileiro. No fundo, a resposta é bem simples: os estilos
extremos andavam em voga em meados dos anos 80, quando a cena brasileira
começou uma produção massiva de trabalhos musicais. Demos, EPs, álbuns...
Enfim, tudo que podia ser feito, estava sendo feito em termos das vertentes extremas (embora as bandas de Metal mais melodioso também tivesse seu espaço garantido). Óbvio que a seleção natural fez
sua parte, e muitos dos sobreviventes mostravam a que vinham. E um dos nomes
mais celebrados lá por 1987 e 1988 era o do quarteto MX, de Santo André, cuja força de sua música era realmente
impactante.
Mas a que vem esse grupo veterano com “A Circus Called Brazil”, após 18 sem lançarem nada de inédito?
Bem, a verdade é que a maturidade fez com o quarteto algo
similar à agua de rios em rochas que estão em seu leito: foram modelando o
grupo, aparando arestas e colocando-os como uma potência do Thrash Metal
brasileiro. O MX sabe não só criar
músicas agressivas e com boas melodias, linhas harmônicas bem definidas, mas os refrães e backing vocals
de suas músicas são sempre construídos de forma que entram nos ouvidos e não saem mais, uma das características mais seminais do grupo.
Óbvio que o disco mostra a veia musical que nos remete a “Simoniacal” e “Mental
Slavery”, apenas mais encorpado e amadurecido pelo tempo.
Ah, se o disco é bom?
Meus caros: “A Circus Called Brazil” é um discão, um murro bem dado nos tímpanos!
Meus caros: “A Circus Called Brazil” é um discão, um murro bem dado nos tímpanos!
Em termos de sonoridade, o disco mostra timbres muito bons,
com bom equilíbrio entre agressividade musical e limpeza. Fica óbvio que a
escolha da sonoridade mais seca e bem delineada visa dar ao ouvinte a clara
noção do que a banda está tocando, além de soar não tão rígida e moderna assim
(mesmo porque estamos falando de uma banda da Velha Guarda), ou seja, em busca
de algo mais cru e direto, sem muitas firulas.
A arte como é uma característica do grupo, mostra uma fina
dose de ironia: política, religião e militarismo em uma ciranda de corrupção,
onde o palhaço do circo é o povo, não importando orientação política. E o povo
faz parte da ciranda, mostrando-se culpado de tudo de ruim que se faz nesse
circo chamado Brasil.
No disco, o MX se
mostra transitando entre um enfoque mais atual de sua música com
características seminais que nos remetem aos clássicos da banda mencionados
acima. A música do grupo soa cheia de vida, vigorosa e agressiva, um murro no
conformismo musical de muitos. E é moshpit certo, um disco para se ouvir com o
volume das alturas e punir aqueles vizinhos chatos que enchem os ouvidos
alheios com estilo musicais populares (e lixosos).
Composto de 10 torpedos, “A Circus Called Brazil” vem para mostrar que eles não estão de
brincadeiras.
Se destacam a ótima e rápida “Fleeing Terror” com suas guitarras excelentes de primeira (e certo
toque de groove nas partes mais lentas), a azeda e sinuosa “Murders” (com sua mistura entre tempos mais velozes e outros nem
tanto, mostrando boas partes de baixo e bateria), a mais cadenciada e densa “Mission” (tem certo acento moderno,
mas com vocais com timbres mais rasgados de primeira), o murro sem dó nos
ouvidos de “Lucky” (ótimas partes de
guitarras, backing vocals insanos, e uma energia empolgante que irá causar
moshpits), a técnica e opressiva “Cure
and Disease” com seu ritmo mais lento, a mais “Old Days” “Keep Yourself Alive” (os andamentos
nos remetem mesmo aos tempos de “Mental
Slavery”, com um trabalho técnico ótimo da base rítmica), e o peso massivo
e agressividade que fluem de “A Circus
Called Brazil” (conduções em dois bumbos de acertadamente colocadas, além
de ser bem diversificada musicalmente e ter algumas partes em que o timbre dos vocais ficam bem próximos dos de João Gordo).
Óbvio que a situação do país realmente está crítica, e o MX vem para mostrar em “A Circus Called Brazil” o que está
acontecendo por aqui. Mas a envoltória musical que eles compuseram realmente é excelente!
E a versão física é da Shinigami Records!
E a versão física é da Shinigami Records!
Nota: 92%
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