terça-feira, 5 de junho de 2018

MX - A Circus Called Brazil


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Fleeing Terror
2. Murders
3. Mission
4. Lucky
5. Cure and Disease
6. Toy Soldier
7. Keep Yourself Alive
8. Marching Over Lies
9. Apocalypse Watch
10. A Circus Called Brazil


Banda:


Alexandre da Cunha - Bateria, vocais
Décio Frignani - Guitarras
Alexandre “Dumbo” - Guitarras, backing vocals
“Morto” - Baixo, guitarras, backing vocals


Contatos:

Site Oficial: http://bandamx.com.br
Assessoria: https://www.facebook.com/lpmetalpress/ (LP Metal Press)

Texto: Marcos Garcia


Muitas vezes se pergunta a motivação para a vocação barulhenta (no bom sentido) do Metal brasileiro. No fundo, a resposta é bem simples: os estilos extremos andavam em voga em meados dos anos 80, quando a cena brasileira começou uma produção massiva de trabalhos musicais. Demos, EPs, álbuns... Enfim, tudo que podia ser feito, estava sendo feito em termos das vertentes extremas (embora as bandas de Metal mais melodioso também tivesse seu espaço garantido). Óbvio que a seleção natural fez sua parte, e muitos dos sobreviventes mostravam a que vinham. E um dos nomes mais celebrados lá por 1987 e 1988 era o do quarteto MX, de Santo André, cuja força de sua música era realmente impactante.

Mas a que vem esse grupo veterano com “A Circus Called Brazil”, após 18 sem lançarem nada de inédito?

Bem, a verdade é que a maturidade fez com o quarteto algo similar à agua de rios em rochas que estão em seu leito: foram modelando o grupo, aparando arestas e colocando-os como uma potência do Thrash Metal brasileiro. O MX sabe não só criar músicas agressivas e com boas melodias, linhas harmônicas bem definidas, mas os refrães e backing vocals de suas músicas são sempre construídos de forma que entram nos ouvidos e não saem mais, uma das características mais seminais do grupo. Óbvio que o disco mostra a veia musical que nos remete a “Simoniacal” e “Mental Slavery”, apenas mais encorpado e amadurecido pelo tempo.

Ah, se o disco é bom?

Meus caros: “A Circus Called Brazil” é um discão, um murro bem dado nos tímpanos!

Em termos de sonoridade, o disco mostra timbres muito bons, com bom equilíbrio entre agressividade musical e limpeza. Fica óbvio que a escolha da sonoridade mais seca e bem delineada visa dar ao ouvinte a clara noção do que a banda está tocando, além de soar não tão rígida e moderna assim (mesmo porque estamos falando de uma banda da Velha Guarda), ou seja, em busca de algo mais cru e direto, sem muitas firulas.

A arte como é uma característica do grupo, mostra uma fina dose de ironia: política, religião e militarismo em uma ciranda de corrupção, onde o palhaço do circo é o povo, não importando orientação política. E o povo faz parte da ciranda, mostrando-se culpado de tudo de ruim que se faz nesse circo chamado Brasil.

No disco, o MX se mostra transitando entre um enfoque mais atual de sua música com características seminais que nos remetem aos clássicos da banda mencionados acima. A música do grupo soa cheia de vida, vigorosa e agressiva, um murro no conformismo musical de muitos. E é moshpit certo, um disco para se ouvir com o volume das alturas e punir aqueles vizinhos chatos que enchem os ouvidos alheios com estilo musicais populares (e lixosos).

Composto de 10 torpedos, “A Circus Called Brazil” vem para mostrar que eles não estão de brincadeiras.

Se destacam a ótima e rápida “Fleeing Terror” com suas guitarras excelentes de primeira (e certo toque de groove nas partes mais lentas), a azeda e sinuosa “Murders” (com sua mistura entre tempos mais velozes e outros nem tanto, mostrando boas partes de baixo e bateria), a mais cadenciada e densa “Mission” (tem certo acento moderno, mas com vocais com timbres mais rasgados de primeira), o murro sem dó nos ouvidos de “Lucky” (ótimas partes de guitarras, backing vocals insanos, e uma energia empolgante que irá causar moshpits), a técnica e opressiva “Cure and Disease” com seu ritmo mais lento, a mais “Old Days” “Keep Yourself Alive” (os andamentos nos remetem mesmo aos tempos de “Mental Slavery”, com um trabalho técnico ótimo da base rítmica), e o peso massivo e agressividade que fluem de “A Circus Called Brazil” (conduções em dois bumbos de acertadamente colocadas, além de ser bem diversificada musicalmente e ter algumas partes em que o timbre dos vocais ficam bem próximos dos de João Gordo).

Óbvio que a situação do país realmente está crítica, e o MX vem para mostrar em “A Circus Called Brazil” o que está acontecendo por aqui. Mas a envoltória musical que eles compuseram realmente é excelente!

E a versão física é da Shinigami Records!

Nota: 92%



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