Ano: 2018
Tipo: Full Length
Selo: Napalm Records
(distribuição nacional pela Shinigami Records)
Importado com distribuição no Brasil
Tracklist:
1. Intro
2. Horrordome
3. Never Forget, Never Repeat
4. Enslave
5. Bleeding
6. ... And Justice for Whom?
7. Vultures
8. Kill the Silence
9. No Mercy
10. Raise Your Fist!
11. Fear, Violence and Massacre
12. Conflict
13. Cultura do Estupro
14. Selfish Battle
Banda:
Fernanda Lima - Baixo,
vocais
Prika Amaral -
Guitarras
Luana Dametto - Bateria
Ficha Técnica:
Martin Furia - Produção
Hugo Silva - Arte da
capa, design, artwork
V.O. Pulver - Mixagem
Alan Douches - MasterizaçãoMichael Gilbert - Guitarras (convidado especial)
Rodrigo Oliveira -
Bateria (convidado especial)
João Gordo - Vocais (convidado
especial)
Contatos:
Site Oficial: http://nervosaofficial.com/
Facebook:
https://www.facebook.com/femalethrash
Assessoria: https://www.facebook.com/lpmetalpress/
(LP Metal Press)
E-mail: nervosathrash@gmail.com
Texto: Marcos Garcia
“Victim of Yourself” trouxe um Thrash Metal Old School bruto, cru e
direto; “Agony” já mostrou maior
abrangência musical, com muito da energia do Death Metal surgindo entre as
linhas melódicas do Thrash Metal mais moderno. Logo, a pergunta que surge é:
como o NERVOSA, trio de Thrash Metal
de São Paulo (SP) se apresenta em “Downfall
of Mankind”, recém-lançado terceiro disco da banda?
Basicamente, o grupo mistura um pouco dos dois discos
anteriores, sem contar que mostra que vai adiante. As músicas de “Downfall of Mankind” soam mais duras e
diretas (algo que remeterá ao primeiro álbum), enquanto a pegada furiosa e
cheia de brutalidade em algumas partes, juntamente com diversidade dos
andamentos entre as músicas, são evoluções do que se ouve em “Agony”. Mas se percebe que a fúria
sonora está em outro patamar, chega a doer os ouvidos menos experientes, especialmente
em partes bem extremas.
Logo, o NERVOSA
está mostrando suas garras, sua fúria incontida, e verdade seja dita: está
altamente empolgante!
Produzido pelo argentino Martin Furia (que cuidou da engenharia da banda em sua última turnê
europeia), que realmente deu uma sonoridade impactante e agressiva a “Downfall of Mankind”, e a escolha dos
timbres instrumentais deixa claro que o lance era soar como um coice de mula
nos dentes. Mas mesmo assim, se percebe que a estética bem acabada da produção
deixou a sonoridade clara de uma maneira que se consegue compreender o que elas
estão tocando. E mais um ponto: o disco soa vivo, moderno e pesado, fugindo da
estética “old school” que tantos adoram emular.
E a arte de Hugo
Silva dá uma ambientação sinistra ao disco, reforçando a atmosfera
opressiva.
A verdade seja dita: a experiência em grandes festivais e
longas turnês levou a banda a outro patamar musical. É um disco profissional,
mas feito com muita espontaneidade, capaz de deixar os ouvidos apitando devido
à agressividade desmedida. Mas se repararem, a banda mostra arranjos musicais
mais simples, e os andamentos mudam bastante de uma faixa para outra (e mesmo
dentro delas). E por ser o disco de estreia da baterista Luana, ela parece ter
chumbo nas mãos e nos pés, e trouxe muitos tempos do Death Metal consigo. Além
disso, temos a participação de alguns convidados, como o vocalista João Gordo (do RDP, como se fosse necessário maiores apresentações), o guitarrista
Michael Gilbert (do FLOTSAM & JETSAM), e o baterista Rodrigo Oliveira (do KORZUS). Agora, caiam dentro, e
preparem o queixo!
A verdade é que “Downfall
of Makind” transpira uma fúria musical absurda, e é do jeito “ame ou odeie”,
não tem meios termos. É para esmagar ossos e destruir pescoços!
“Horrordome” é
uma faixa incendiária, cheia de energia, e bem veloz, mostrando um ritmo insano
(e com ótimo trabalho da bateria), seguida da escarrada brutal de “Never Forget, Never Repeat”, que
possui passagens de tempos bem interessantes, fora riffs excelentes. Com uma
pegada Thrasher mais clássica com uma moldagem moderna, “Enslave” é rascante até os ossos (que urros extremos, e ótima
dicção). A cadência opressiva do início de “Bleeding”
é esmagadora, mas se alterna com partes rápidas que remetem a “Victim of Yourself”. E o moshpit come solto na empolgante “... And Justice for Whom?”, outra em que a banda rebusca seus elementos
mais clássicos (embora existam partes de 1X1 insanas). O clima Death/Thrash
fica ainda mais denso em “Vultures”,
um dos momentos mais agressivos do disco, mesmo em seus momentos Thrash Metal. Outra
que nos leva a pensar no primeiro disco em termos de energia e riffs é “Kill the Silence”, uma faixa ferina e
cheia de energia de fazer o queixo cair, fora boas mudanças de tempo, assim
como “No Mercy” (que tem alguns
momentos mais elaborados de baixo e bateria). Uma introdução que entremeia
discursos de líderes políticos revolucionários abre a explosão de agressividade
de “Raise Your Fist!”, que mais uma
vez mostra a junção dos elementos de “Victim
of Yourself” e “Agony”,
especialmente nas guitarras (a modernidade é tamanha que existem algumas partes
delas que nos remetem um pouco a “Chaos
A. D.”). Mais simples, direta e na cara é “Fear, Violence and Massacre”, onde a base baixo e bateria mostra
sua eficiência e coesão. Com uma diversidade técnica um pouco maior, temos “Conflict”, onde mais uma vez os vocais
estão ótimos (o uso de mudanças de timbre se tornou recorrente na música da
banda, o que é bom). A tradicional música cantada em português da banda é a
golfada de ódio de “Cultura do Estupro”,
com uma pegada bem tradicional do grupo, mostrando mais uma vez como baixo e
bateria estão bem entrosados (e onde vemos o dueto de Fernanda com João Gordo).
E a faixa-bônus “Selfish Battle” vem
encerrar o disco, sendo que existe uma ambientação diferente em algumas partes,
com ótimas melodias e vocais limpos ótimos (Fernanda, bem que poderias usar mais esse recurso, hein?), mas quem
rouba a cena é mesmo Prika com solos
melodiosos ótimos e bases bem feitas.
O NERVOSA deu um
passo adiante com “Downfall of Mankind”,
e logo serão o grande nome do Metal nacional no exterior, quer queiram, quer
não. E apesar de não existir previsão para lançamento nacional, ele será distribuído por aqui pela Shinigami Records.
Nota: 100%
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