sexta-feira, 31 de agosto de 2018

SYMMETRYA - Beyond the Darkness


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Selo: Independente
Nacional


Tracklist:

1. Recipe for Disaster
2. Rose the Hat
3. Fragments of Life
4. Lights Go Down
5. Dying Hard
6. Crime of the Century
7. Seeds of Suicide
8. Black Mirror
9. Harvester of Dreams
10. Insidious


Banda:


Jurandir Moreira - Vocais
Alexandre Lamim - Guitarras
Milton Maia - Teclados
Gean Carlos - Baixo
Marcos Vinicius - Bateria


Ficha Técnica:

Carlos Fides - Arte da capa, layout


Contatos:


Texto: “Metal Mark” Garcia


Em geral, fazer o “blend” de gêneros de Metal com elementos do Rock Progressivo em geral pode abranger um “range” amplo de musicalidades, e que pode dar em um belo “fail” ou em algo sublime. É preciso entender que este gênero em especial (que começou com o RUSH lá nos anos 70) tem particularidades que necessitam ser levadas em conta quando ouvimos discos deste. O Brasil tem bons representantes no gênero, e o SYMMETRYA, de Joinville (SC), mostra-se uma banda excelente, como o ótimo “Beyond the Darkness” deixa isso claro.

Eles preferem algo mais próximo ao “approach” clássico do Prog Metal, com muito peso, ótimas melodias e linhas vocais limpas (e que belo trabalho em termos de backing vocals, digamos de passagem). Não chega a ser um pecado dar como referência para eles bandas como QUUENRYCHE e FATES WARNING, uma vez que eles evitam exagerar na técnica. Mas o grande diferencial da banda é a capacidade de explorar possibilidades em termos de ambientação sonora, e fogem ao ponto comum ao qual estamos acostumados. Uma diferença sutil, mas que é extremamente importante para explica como essas canções grudam em nossos tímpanos!

Sim, “Beyond the Darkness” é um discão!

A sonoridade do disco nos dá a clara idéia de que tudo foi trabalhado com calma e esmero, em busca dos melhores timbres, e de uma qualidade sonora que pudesse ser limpa, e com as doses certas de peso e agressividade. As melodias estão bem audíveis, assim como todas as camadas sonoras e elementos que tornam o trabalho do grupo bem pessoal (e mais um ponto legal: há certos momentos em que a banda não coloca bases sob os solos de guitarra, o que os faz soar espontâneos). E a arte, feita por Carlos Fideis, é linda, algo que realmente chama nossa atenção e parece paralela aos temas líricos do grupo (que são baseados na literatura, ou sejam, eles buscam sua inspiração em livros, o que é algo sensacional para um país como o nosso, que carece de maior conhecimento).

Vocais bem trabalhados, guitarras com riffs e solos excelentes, baixo e bateria com boa dose de técnica e peso, e teclados que sempre criam atmosferas perfeitas, nós podemos dizer que a capacidade do SYMMETRYA em fazer música é talentosa, coisa de primeiro mundo. E a versatilidade eclética em termos de camadas sonoras (pois o grupo não se furta de usar elementos de outros gêneros do Metal em sua música) e arranjos que se encaixam como um Lego ajudam muito as canções de “Beyond the Darkness”.

Outro ponto forte: tirando “Insidious” e seus mais de 8 minutos de duração, a maioria das músicas dura, em média, entre 4 e 5 minutos, o que as torna mais simples de sere assimiladas pelos ouvintes não iniciados no estilo. E é preciso dizer que “Recipe for Disaster” (que transita entre o Metal tradicional e o Prog Metal belamente, e que tem um refrão precioso e um trabalho de baixo e bateria ótimo), as passagens mais etéreas bem arranjadas da bem balanceada “Rose the Hat” (o trabalho dos vocais ficou muito bom, com boa dicção e variação de timbres, além de um refrão carregado de bons backing vocals e teclados inteligentes), a grudenta e introspectiva “Fragments of Life” (mais uma vez, baixo e bateria se postando com boa diversidade técnica, sem exagerarem, e que refrão), a melodiosa balada de peso “Lights Go Down”, o peso melodioso e Prog Metal de “Dying Hard” (reparem como o jeito mais abrasivo dos riffs de guitarra pegou bem), as linhas melodiosas mais técnicas e grudentas de “Crime of the Century”, o peso moderno intenso e quase Groove que flui em meio aos arranjos de teclados de “Seeds of Suicide (S.O.S.)” (baixo e bateria arrasando mais uma vez), a maciez rascante e bem feita que transpira dos arranjos de “Black Mirror”, a dinâmica mezzo Hard ‘n’ Heavy, mezzo Prog Metal de “Harvester of Dreams”, e a viagem multifacetada de “Insidious” vão fazer a alegria de muitos fãs de Prog Metal mais ortodoxos, e de fãs de Metal que apenas querem ouvir algo de primeira. Ou seja, é um disco para se aplaudir de pé.

No mais, “Beyond the Darkness” é um disco de primeira grandeza, merece uma ouvida carinhosa, e é indicado para todos os fãs não só de Prog Metal, mas de música pesada em geral.

Nota: 97%


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