Ano: 2018
Tipo: Full Length/Extended Play (EP)
Selo: Independente
Nacional
1. HCRC
2. Campo Minado
3. Corrupção FDP
4. Estado de Choque
5. Espelho Imoral
6. Domínio do Mal
7. Guerra Santa
8. Anguere
9. Liberdade
10. Mecanismo
Corroído
11. Olho Cego
12. Repressão
Banda:
Thiago Soares -
Vocais
Cléber Roccon -
Guitarras
Luciano Cecagno -
Baixo
Adriano R. Padro -
Bateria
Ficha Técnica:
Anguere - Produção
JB Estúdio - Gravação,
mixagem, masterização
Wildner Lima - Artwork
“Cadeia”
Tracklist:
1. Barricada
2. Cadeia
3. N.O.I.A. (Ninguém
Olha para Indivíduos Atormentados)
Banda:
Thiago Soares -
Vocais
Cleber Roccon -
Guitarras
Adriano R. Prado -
Bateria
Ficha Técnica:
Anguere - Produção
Thiago Zepon - Gravação, mixagem, masterização
Contatos:
Site Oficial: www.anguerehc.wix.com/banda
Facebook:
https://www.facebook.com/anguere
Assessoria:
E-mail: thiago_soarest@hotmail.com
Texto: “Metal Mark” Garcia
Com o tempo, muitas vezes, a noção do que seria um estilo
musical “de raiz” vai ficando mais e mais distante de nossas mentes, fato
ocorrido devido à evolução constante que a música possui. Mas ainda bem que
existem bandas que se prendem ao que há na Velha Escola, mantendo assim a chama
acesa. No caso do Hardcore/Crossover, podemos aferir que o ANGUERE, de Rio Claro (SP), vem despejando uma violência extrema em
“Choque” (de 2015) e no EP “Cadeia” (2017).
O grupo tem foco em um Hardcore/Thrashcore/Crossover com
alguns “inserts” de ritmos regionais e mesmo os “blast beats” do Grindcore (que
são perceptíveis em “Domínio do Mal”),
mas sem ferir a aura impactante e suja do Hardcore. Nada disso, e nem de longe
o grupo chega perto do Harcore moderno ou dos estilos mais melodiosos, aqui é cortunada
na porta e dedada nos olhos, esbanjando energia e violência pelos falantes. E
não adianta: eles não pegam leve de jeito nenhum, e isso é bom, já que sua
música é um convite ao pogo sem dó, tamanha a energia que flui de suas canções.
Em “Choque”, imperam a agressividade
e o jeito mais voltado ao Crossover tradicional, enquanto em “Cadeia”, os inserts regionais e
passagens com Groove são mais evidentes, fruto da evolução sonora do grupo, mas
que de forma alguma descaracteriza sua música.
A produção tanto de “Choque”
busca ser orgânica e abrasiva, fazendo com que a sonoridade seja mais suja e
impactante, mas sempre com boa definição em termos de clareza. No caso de “Cadeia”, temos algo sonoramente mais
burilado, profissional, mas mesmo assim, a brutalidade musical do grupo não
ficou alterada (pelo contrário, parece ainda mais agressivo que antes). E a
arte em ambos os lançamentos mostra algo simples, funcional, o espírito mais
puro do HC feito em imagens, e casaram bem com os discos. A banda produziu ambos os discos, diferindo apenas em quem fez a mixagem e a masterização.
Se compararmos ambos os discos, veremos que “Choque” é um autêntico telefone nos
tímpanos dado com tijolos, pois a musicalidade do grupo está mais direta e
intensa, enquanto “Cadeia” nos
mostra algo mais bem trabalhado, com uma musicalidade onde o Groove e passagens
regionais ficaram mais evidentes (pois antes eram mais subjetivas devido à
massa sonora que eles criavam). Mas a primeira ideia que se tem é que eles
mantiveram sua identidade, pois impera a consensualidade, apesar dos anos que
separam ambos os lançamentos.
“Choque” nos
brinda com 12 tijoladas nos ouvidos, mostrando uma fúria HC como não se ouve há
muitos anos. A curta e grossa “HCRC”
(11 segundos de tiro e queda), o jeito Thrashcore moderno de “Campo Minado” (ritmo alternando entre
a velocidade abusiva e as partes mais cadenciadas nos mostram como baixo e
bateria são firmes e apresentam boa técnica), os toques regionais que surgem no
meio do caos brutal de “Corrupção FDP” (andamento
mais lento, vocais urrados no meio de riffs agressivos) e em “Estado de Choque” (esta com partes
velozes empolgantes, além das partes mais grooveadas valorizadas por baixo e
bateria), a pancadaria desmedida de “Domínio
do Mal” (as partes com “blast beats” encaixam-se como uma luva à canção), o
massacre grooveado de “Anguere”
(onde elementos que se tornarão evidentes no futuro ficam bem claros aos nossos
ouvidos), o Thrashcore trincado de “Mecanismo
Corroído”, e a raiva gotejante de “Olho
Cego” são os momentos mais marcantes do álbum, embora ele seja todo muito
bom.
Já “Cadeia” tem
apenas 3 canções, mas serve para mostrar como a música do grupo evoluiu. Há
mais cuidados com o acabamento de cada uma das três, logo, se preparem. Em “Barricada” está presente um “blend”
entre a agressividade de antes com maior presença de elementos regionais e
mesmo passagens Rappeadas (e os vocais ficaram mais ricos em termos de timbres);
em “Cadeia”, fora o groove intenso
de antes, estão presentes partes com ritmos quebrados muito bons, que mostram a
coesão de baixo e bateria; e fechando, temos “N.O.I.A. (Ninguém Olha para Indivíduos Atormentados)”, uma cuspida
hardcorizada nos olhos, onde Groove e Thrashcore se fundem ao Hardcore para
gerar algo bruto e empolgante,
Desta forma, percebe-se que “Choque” e “Cadeia” são
discos que nos mostram uma banda com muita energia, disposta a ir longe. E
digamos de passagem: o ANGUERE tem
pegada e disposição para tanto!
Nota: 86% (cada disco)
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