Ano: 2018
Tipo: Full Length
Selo: Independente
Nacional
Tracklist:
1. My Delirium
2. Fantasy
3. Dead Light
4. Eye of the
Maze
5. Lucid Dream
6. Faded
7. Ashes to
Ashes
8. Zizi
9. Poison of
Myself
10. Run &
Burn
Banda:
Verônica
Vox - Vocais
Fe
Schenker - Guitarras, backing vocal
Roberta
Tesch - Guitarras, backing vocal
Nena
Accioly - Baixo, vocais guturais
Ana de Ferreira - Bateria
Ficha Técnica:
Celo Oliveira - Produção, mixagem, masterização,
gravação
Carlos Fides - Arte da capa
Daniel
Accioly - Arte do encarte
Contatos:
Facebook: https://www.facebook.com/melyraband
Assessoria:
E-mail: melyra.band@gmail.com
Texto: “Metal Mark” Garcia
Observar o cenário underground do Metal brasileiro
é como olhar para um iceberg no oceano: vê-se muito pouco do que realmente é de
toda a coisa. Óbvio que nomes como SEPULTURA,
ANGRA e KRISIUN são
estabelecidos e reconhecidos internacionalmente. Esta é a “ponta do iceberg” do
Metal brasileiro, mas existem bandas tão boas quanto elas que, muitas vezes,
não recebem as mesmas chances e/ou atenção (por mais que mereçam). Um dos nomes
que desponta no Metal nacional de forma lenta é o do quinteto carioca MELYRA, que enfim chega com seu
primeiro álbum, “Saving You From Reality”,
uma aula para muitos de como se faz música de bom gosto e alto nível.
Para quem ainda não conhece o trabalho do grupo,
estamos falando de uma “female band”, ou seja, uma banda composta
exclusivamente por integrantes mulheres. Se no EP “Catch Me If You Can” (de 2014) elas nos brindavam com um Metal
tradicional à lá NWOBHM, agora temos o mesmo estilo, apenas com contornos e
energia mais atualizados, além de influências do Hard Rock surgirem em vários
momentos. Sim, agora elas ganharam toda uma vibração moderna, com mais peso e
mesmo vocais guturais, mas sem abandonar sua capacidade de criar ótimas
melodias, refrães marcantes (que se ouve uma vez e se cantarola na segunda
ouvida), e com uma pegada que empolga os ouvintes.
Sim, “Saving
You From Reality” é realmente o que o título diz: uma fuga da realidade em
prol de algum tempo de boa música e muita diversão que a banda nos proporciona.
Celo Oliveira (um dos
melhores produtores do gênero do RJ) fez a produção, mixagem,
masterização e gravação do álbum. E ele acertou a mão em equilibrar peso e
agressividade na qualidade sonora, que por sua vez é pesada e limpa do jeito
que a música do quinteto precisava. Tudo pode ser entendido e assimilado sem
dificuldades, além do capricho com a timbragem dos instrumentos. E a arte da
capa, feita por Carlos Fides estar muito bonita e consensual com as
letras do disco.
A bem da verdade, o
quinteto não inventa nada de novo, mas são capazes de meter a mão na massa e
fazer com personalidade. E isso é o que conta. Em cada momento de “Saving
You From Reality”, tem-se peso, energia, melodias e muita força de vontade,
é algo evidente e que salta os olhos. E é suficiente para estabelecer o grupo
como uma das revelações do ano. Além disso, as canções são muito bem
arranjadas, mas sem que excessos surjam e matem a acessibilidade latente do que
fazem. E nenhuma faixa de “Catch Me If You Can”, logo, temos 10 canções completamente inéditas.
“My Delirium” abre o disco
com uma pegada muito pesada e agressiva, sem deixar que o ouvinte fique parado,
e temos um ótimo trabalho de vocais (reparem nos contrastes entre os vocais
limpos e os urros guturais) e guitarras (especialmente nos duetos e solos); melodias
acessíveis e de bom gosto surgem em “Fantasy” (uma boa dose de Hard ‘n’
Roll se faz presente, for a um trabalho ótimo de baixo e bateria) e em “Dead
Light” (uma canção mais introspectiva e com certo toque de melancolia, com
uma exibição de gala dos vocais, sem mencionar os backing vocals pontuais nos
momentos corretos). O Hard ‘n’ Heavy grudento de “Eye of the Maze” é um
pé na porta, com arranjos mais simples e boa dose de acessibilidade (reparem
nos solos de guitarra com forte inclinação ao Hard/Glam, mas com uma base rítmica
sólida e pesada), e a mesma pegada se faz presente na ótima “Lucid Dream”
(é incrível como os timbres vocais encaixam como um Lego no instrumental). Em “Faded”,
mesmo com a essência Heavy Metal à lá NWOBHM, temos uma canção onde os arranjos
foram alinhavados por um peso agressivo e rascante (que não oblitera a vocação
melódica do quinteto). Mostrando mais modernidade nas harmonias, tem-se a ótima
“Ashes to Ashes”, com momentos introspectivos hipnóticos por conta do
ritmo refreado e das guitarras com riffs abrasivos, mesmo elementos de “Zizi”
(que soa mais melodiosa aos ouvidos, embora de um jeito rascante). Voltando a
algo mais alto astral, temos as melodias pegajosas, temos “Poison of Myself”,
que começa soturna (com leve dedilhar no baixo), mas logo ganha energia e
melodias de primeira, e mantém uma boa dose de acessibilidade musica. E a cereja do bolo é a pesada e empolgante “Run
& Burn”, uma canção equilibrada em termos de agressividade e melodia, e
que refrão de primeira (sem mencionar as guitarras tecendo ótimos riffs).
Evoluindo e sabendo
explorar sua própria musicalidade, o MELYRA nos brinda com um disco
excelente, maduro e cativante. Assim sendo, permitam que as “Metal Girls” do RJ
os levam para fora da realidade com “Saving You From Reality” por um bom
e prazeroso tempo.
Ah, sim: “Saving You
From Reality” pode ser ouvido/adquirido nas principais plataformas
digitais.
Spotify: http://bit.ly/SYFR_Spotify
Deezer: http://bit.ly/SYFR_Deezer
Google Play:
http://bit.ly/SYFR_Google
iTunes:
http://bit.ly/SYFR_Apple
Em tempo: a baterista Ana de Ferreira deixou a banda em Maio deste ano.
Nota: 96%
Dead Light:
https://youtu.be/md7t_qBnCtg
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