sábado, 17 de novembro de 2018

QUEIRON - Endless Potential of a Renegade Vanguard



Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Imperia Caedes
2. Pestis Pain
3. Denial Upon the Heavenly Scorn
4. Iussu Caelest Negabunt (instrumental)
5. Misleading Mission
6. King of Damned Proclamation
7. Unholy Perverse Rapture
8. Tombs I Desecrate
9. Endless Potential of a Renegade Vanguard


Banda:


Marcelo Daemoniipest Grous - Vocais, guitarras
Luciano Fernandes - Guitarras
Luís Hellthorn - Baixo
Oscar M. Vision - Bateria


Ficha Técnica:

Guilherme Mallosso - Gravação, mixagem
Ricardo Biancarelli - Gravação, mixagem
Neto Grous (Absolute Master) - Masterização
Alcides Burn - Artwork


Contatos:

Site Oficial:
Instagram:  
Assessoria:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Um dos maiores problemas do cenário brasileiro é: como manter uma banda motivada quando ela transcende, pelo menos, uma década de existência?

Não há uma resposta única, e nem mesmo a consensualidade no conjunto de ideias que responderiam esta questão. Alguns cedem, param ou dão um tempo; outros, mesmo com lançamentos musicais com maiores intervalos de tempo, mantêm-se não só na ativa, mas continuam relevantes. É o caso do quarteto QUEIRON, de Capivari (SP), que chega ao quinto álbum de sua longa carreira de 23 anos, “Endless Potential of a Renegade Vanguard”, recém-lançado pela Heavy Metal Rock Records.

A verdade é que o quarteto possui uma forma muito pessoal de fazer sua música: as evoluções visuais/líricas/musicais de “Sodomiticvm per Conclave” (de 2013), que tinham um jeitão Death/Black Metal moderno deram espaço a uma abordagem um pouco mais tradicional, ou seja, há um “back to the roots” por parte deles, mas sem negar o quanto evoluíram em todos os seus lançamentos. Ou seja, podemos dizer que é um Death Metal brutal e muito agressivo com um toque de Black Metal, com uma estética caprichada e partes em que o grupo usa de tempos cadenciados, um “approach” ainda mais técnico que o usual em termos de “Old School” (em especial pelo trabalho mais técnico de baixo e bateria), mas sem cair no Technical Death Metal.

Traduzindo: é o bom e velho QUEIRON dos tempos de “Templars Beholding Failures” e “The Shepherd of Tophet”, apenas um pouco mais lapidado pela experiência, mas observando o futuro com os olhos abertos.

A produção foi bem caprichada. A sonoridade está robusta, pesada e agressiva como a música deles pede, mas clara aos ouvidos (e assim, se entende tudo que é tocado). Ao mesmo tempo, algumas melodias brutais aparecem aqui e ali (em especial nos solos de guitarra). Além da escolha sábia em termos de timbres sonoros, a mixagem de Guilherme Mallosso e Ricardo Biancarelli deu brilhos aos tons instrumentais, e a masterização de Neto Grous (do estúdio Absolute Master) assenta tudo em termos sonoros.

Além disso, o trabalho de Alcides Burns (da Burns Artwork) ficou muito bonita e bem feita, sem contar que a diagramação do encarte é perfeita (assim como a escolha das cores, cujos contrastes nos permite a compreensão das letras). Muito bonito, e muito bom.

Musicalmente, o QUEIRON soube usar sua maturidade para escrever um ótimo “set” de composições, mantendo uma pegada insana (mas bem trabalhada) em cada uma delas. Óbvio que o grupo não é daqueles que vive tocando em um único ritmo, o que enriquece as músicas. No mais, é a mesma saraivada de riffs insanos, solos doentios, baixo e bateria pesados (mas técnicos) e vocais guturais (com gritos rasgados pontuais) de sempre, apenas com uma forma de arranjar suas canções vinda da experiência. E sim, comprova-se que “Endless Potential of a Renegade Vanguard” é um passo adiante, e que os torna um nome extremamente promissor dentro do cenário.

“Imperia Caedes” é uma introdução, que começa usando violão, mas logo vira um apocalipse sonoro (embora se detectem influências de Metal tradicional nas guitarras), precedendo a brutalidade tradicional de “Pestis Pain”, cheia de mudanças de ritmo e um impacto sonoro abusivamente pesado (reparem como há melodias durante os solos, além de uma mostra de ótima técnica de baixo e bateria), seguida dos mais de seis minutos de insanidade de “Denial Upon the Heavenly Scorn” (o uso de arranjos mais técnicos nas guitarras é algo sensível, mas o baixo troveja por toda a canção, e que refrão grudento). “Iussu Caelest Negabunt” é outra instrumental, agora mais sinistra, preparando caminho para “Misleading Mission”, outra golfada Death/Black Metal explosiva (com ótimas viradas e conduções da bateria, sem contar que os vocais estão muito bem). Em “King of Damned Proclamation”, a banda usa de tempos mais velozes, mas com alguns momentos cadenciados ótimos. E a maior prevalência de partes melódicas (nas partes próximas ao refrão), temos “Unholy Perverse Rapture” (como as guitarras estão ótimas em termos de riffs e solos). Um pouco mais tradicional em termos de Death/Black Metal, tem-se a explosiva “Tombs I Desecrate”, onde a técnica surge mais na base rítmica, enquanto as guitarras ficam em algo mais direto (embora alguns arranjos não sejam lá muito convencionais). E também mostrando um jeitão mais “Old School”, “Endless Potential of a Renegade Vanguard”, mas novamente os adornos da canção (ou seja, os arranjos) mostram que o quarteto não fica parado no tempo, que é dinâmico e segue seus próprios instintos.

Desta forma, “Endless Potential of a Renegade Vanguard” vem para mostrar não só que o QUEIRON está vivo e tão selvagem como sempre foi, mas para colocar o quarteto no mesmo patamar que nomes bem estabelecidos do cenário, como KRISIUN e REBAELLIUM.

Nota: 89%
  
Denial Upon the Heavenly Scorn: https://www.youtube.com/watch?v=-10JVfyxljI

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