Ano: 2018
Tipo: Full Length
Selo: Heavy Metal Rock Records
Nacional
Tracklist:
1. Imperia
Caedes
2. Pestis Pain
3. Denial Upon
the Heavenly Scorn
4. Iussu
Caelest Negabunt (instrumental)
5. Misleading
Mission
6. King of
Damned Proclamation
7. Unholy
Perverse Rapture
8. Tombs I
Desecrate
9. Endless
Potential of a Renegade Vanguard
Banda:
Marcelo
Daemoniipest Grous - Vocais, guitarras
Luciano
Fernandes - Guitarras
Luís
Hellthorn - Baixo
Oscar
M. Vision - Bateria
Ficha Técnica:
Guilherme Mallosso - Gravação, mixagem
Ricardo Biancarelli - Gravação, mixagem
Neto Grous (Absolute Master) - Masterização
Alcides Burn - Artwork
Contatos:
Site Oficial:
Facebook: https://www.facebook.com/queiron/
Instagram:
Assessoria:
E-mail: evilblastdrums@gmail.com
/ queiron@bol.com.br
Texto: “Metal Mark” Garcia
Um dos maiores problemas do cenário brasileiro é:
como manter uma banda motivada quando ela transcende, pelo menos, uma década de
existência?
Não há uma resposta única, e nem mesmo a
consensualidade no conjunto de ideias que responderiam esta questão. Alguns
cedem, param ou dão um tempo; outros, mesmo com lançamentos musicais com
maiores intervalos de tempo, mantêm-se não só na ativa, mas continuam relevantes.
É o caso do quarteto QUEIRON, de
Capivari (SP), que chega ao quinto álbum de sua longa carreira de 23 anos, “Endless
Potential of a Renegade Vanguard”,
recém-lançado pela Heavy Metal Rock Records.
A verdade é que o quarteto
possui uma forma muito pessoal de fazer sua música: as evoluções
visuais/líricas/musicais de “Sodomiticvm per Conclave” (de 2013), que
tinham um jeitão Death/Black Metal moderno deram espaço a uma abordagem um
pouco mais tradicional, ou seja, há um “back to the roots” por parte deles, mas
sem negar o quanto evoluíram em todos os seus lançamentos. Ou seja, podemos
dizer que é um Death Metal brutal e muito agressivo com um toque de Black
Metal, com uma estética caprichada e partes em que o grupo usa de tempos
cadenciados, um “approach” ainda mais técnico que o usual em termos de “Old
School” (em especial pelo trabalho mais técnico de baixo e bateria), mas sem
cair no Technical Death Metal.
Traduzindo: é o bom e
velho QUEIRON dos tempos de “Templars Beholding Failures” e “The
Shepherd of Tophet”, apenas um pouco mais lapidado pela experiência, mas observando
o futuro com os olhos abertos.
A produção foi bem
caprichada. A sonoridade está robusta, pesada e agressiva como a música deles
pede, mas clara aos ouvidos (e assim, se entende tudo que é tocado). Ao mesmo
tempo, algumas melodias brutais aparecem aqui e ali (em especial nos solos de
guitarra). Além da escolha sábia em termos de timbres sonoros, a mixagem de Guilherme
Mallosso e Ricardo Biancarelli deu brilhos aos tons instrumentais, e
a masterização de Neto Grous (do estúdio Absolute Master) assenta
tudo em termos sonoros.
Além disso, o trabalho de
Alcides Burns (da Burns Artwork) ficou muito bonita e bem feita, sem
contar que a diagramação do encarte é perfeita (assim como a escolha das cores,
cujos contrastes nos permite a compreensão das letras). Muito bonito, e muito
bom.
Musicalmente, o QUEIRON
soube usar sua maturidade para escrever um ótimo “set” de composições, mantendo
uma pegada insana (mas bem trabalhada) em cada uma delas. Óbvio que o grupo não
é daqueles que vive tocando em um único ritmo, o que enriquece as músicas. No
mais, é a mesma saraivada de riffs insanos, solos doentios, baixo e bateria
pesados (mas técnicos) e vocais guturais (com gritos rasgados pontuais) de
sempre, apenas com uma forma de arranjar suas canções vinda da experiência. E
sim, comprova-se que “Endless Potential of a Renegade Vanguard” é um
passo adiante, e que os torna um nome extremamente promissor dentro do cenário.
“Imperia Caedes” é uma
introdução, que começa usando violão, mas logo vira um apocalipse sonoro
(embora se detectem influências de Metal tradicional nas guitarras), precedendo
a brutalidade tradicional de “Pestis Pain”, cheia de mudanças de ritmo e
um impacto sonoro abusivamente pesado (reparem como há melodias durante os
solos, além de uma mostra de ótima técnica de baixo e bateria), seguida dos
mais de seis minutos de insanidade de “Denial Upon the Heavenly Scorn” (o
uso de arranjos mais técnicos nas guitarras é algo sensível, mas o baixo
troveja por toda a canção, e que refrão grudento). “Iussu Caelest Negabunt”
é outra instrumental, agora mais sinistra, preparando caminho para “Misleading
Mission”, outra golfada Death/Black Metal explosiva (com ótimas viradas e
conduções da bateria, sem contar que os vocais estão muito bem). Em “King of
Damned Proclamation”, a banda usa de tempos mais velozes, mas com alguns
momentos cadenciados ótimos. E a maior prevalência de partes melódicas (nas
partes próximas ao refrão), temos “Unholy Perverse Rapture” (como as
guitarras estão ótimas em termos de riffs e solos). Um pouco mais tradicional
em termos de Death/Black Metal, tem-se a explosiva “Tombs I Desecrate”,
onde a técnica surge mais na base rítmica, enquanto as guitarras ficam em algo
mais direto (embora alguns arranjos não sejam lá muito convencionais). E também
mostrando um jeitão mais “Old School”, “Endless Potential of a Renegade
Vanguard”, mas novamente os adornos da canção (ou seja, os arranjos)
mostram que o quarteto não fica parado no tempo, que é dinâmico e segue seus
próprios instintos.
Desta forma, “Endless
Potential of a Renegade Vanguard” vem para mostrar não só que o QUEIRON
está vivo e tão selvagem como sempre foi, mas para colocar o quarteto no mesmo
patamar que nomes bem estabelecidos do cenário, como KRISIUN e REBAELLIUM.
Nota: 89%
Denial Upon the Heavenly Scorn: https://www.youtube.com/watch?v=-10JVfyxljI
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