Tipo: Full Length
Selo: Dies Irae Records
Nacional
Texto: “Metal Mark” Garcia
Introdução: A cidade do Rio de Janeiro transpirava Metal nos anos 80. Nomes como METALMORPHOSE, DORSAL ATLÂNTICA, TAURUS e muitos outros tomavam as noites de fim de semana e tardes de domingo em points como Caverna II e Circo Voador (na época, uma casa de shows voltada aos eventos do underground). Óbvio que um dos nomes mais marcantes da época era o do quarteto AZUL LIMÃO, que se tornou uma lenda celebrada por sua música cheia de energia, e discos como “Vingança” e “Ordem e Progresso” fazem parte da discografia de muitos Headbangers daquela época em que o mais importante era a música. E é ótimo vê-los na ativa, lançando seu quarto álbum, “Imortal”.
Análise geral:
O trabalho musical apresentado em “Imortal”
mostra que o grupo continua naquele mesmo formato de sempre: Heavy Metal
tradicional à lá anos 80 com clara influência do Hard Rock clássico dos anos 70.
Melodias sólidas e bem feitas (mas simples de serem assimiladas), trabalho
técnico sóbrio (e eficiente), refrães que não são esquecidos com facilidade
pelo ouvinte, ou seja, tudo que se conhece de seus discos anteriores continua
presente. A diferença vem justamente pelas mudanças de formação, pois os vocais
de Renato “Trevas” (ex-METALMORPHOSE) deram outra dinâmica às
canções, bem como a pegada mais técnica de André
Delacroix (IMAGO MORTIS, ex-METALMORPHOSE); e isso aliado à técnica
sóbria dos riffs e solos de Marcos
Dantas (guitarras) e solidez das quatro cordas de Vinícius Mathias (baixo). Ou seja, é o bom e velho jeitão Hard’n’Heavy
clássico do grupo, apenas renovado e vigoroso.
Da esquerda para a direita: Vinícius, Trevas, André, Marcos |
Qualidade sonora:
Outro ponto forte do disco. Mesmo sendo um grupo acostumado às agruras de um
estúdio analógico, o AZUL LIMÃO
soube usar das modernas tecnologias digitais para gravar, mas se perceberem,
não existem exageros ou timbres modernos. Não, não é assim. Eles preferiram
algo mais simples, orgânico e quase “plug ‘n’ play”, mas pesado e limpo. Além
disso, a timbragem dos instrumentos é a mais singela possível, sem abuso de efeitos,
apenas o “set” de efeitos que é ouvido em shows, nada além disso, e foi uma
aposta certeira.
Arte gráfica/capa: A arte é assinada pela Sledgehammer Graphix, e é onde algo mais moderno é apresentado. Uma capa forte, bonita e que deixa claro que eles não são de se abater pelas dificuldades. Aliás, para quem conhece a banda há pelo menos 20 anos, sabe que foram as vicissitudes do Metal brasileiro que os tornaram fortes.
Destaques musicais:
“Imortal” possui dez canções fortes,
fazendo justiça ao passado do quarteto, e embora todas sejam ótimas,
destacam-se:
“Guerreiros do Metal”
- Com uma energia vibrante, esta é uma canção forte e com um jeito mezzo agressivo, mezzo melódico, um típico Heavy Metal dos anos 80, mostrando um
trabalho de guitarras (tanto riffs como solos) de primeira, e ótimos vocais.
“Nada Pode Me Parar” -
Esta tem uma pegada mais pesada e melodiosa, onde o andamento não é lá
muito veloz. O trabalho de baixo e bateria é de primeira, e um refrão certeiro.
“Paranormal” - As
ótimas mudanças de ritmo e linhas melódicas desta canção são sublimes, e
justamente a diversidade de timbres vocais nos prende pelos ouvidos.
“Sexta-Feira à Noite”
- Um típico Hard’n’Heavy à lá anos 80, com uma boa dose de acessibilidade
nas melodias, algo mais voltado ao Rock clássico (vide o solo de guitarra). Nisso,
a sobriedade técnica emite uma energia envolvente de primeira, sem falar em
mais um ótimo refrão.
“Mentiras” - Há
certo toque de Classic Rock nesta aqui, algo com aquele alinhavo Blues/Rock das
antigas que nunca perde sua beleza. Mais uma vez, as linhas melódicas são
caprichadas, e a simplicidade da base baixo-bateria mostra seu valor.
“No Ar Rarefeito” - Peso
assentado sobre o andamento mais cadenciado, o que torna tudo mais pesado. Há
momentos mais introspectivos muito bem pensados, onde as guitarras fazem bonito
(e onde os vocais mostram sua versatilidade).
“Imortal” - Uma
canção típica do AZUL LIMÃO, mas uma
das características de bandas daqueles tempos: alto astral. Sim, as melodias da
canção transpiram algo de positivo, de bom, que encerra o disco com chave de
ouro, e nos leva a apertar a tecla “repeat” do CD player.
Conclusão: Não
há como negar que o AZUL LIMÃO usou
muito de sua fluência em termos de melodia e de sua experiência para criar algo
tão bom e espontâneo como é “Imortal”.
E talvez isso faça esse disco estar na lista de melhores de 2019 de muitos (uma
vez que ele foi lançado 17/12/2018, quando muitas listas dos melhores de 2018
já haviam sido feitas).
Nota: 90%
Tracklist:
1. Guerreiros do Metal
2. Nada Pode Me Parar
3. Paranormal
4. O Último Trem
5. Sexta-Feira à Noite
6. Quem Vai Nos Salvar?
7. Mentiras
8. No Ar Rarefeito
9. Dois a Dois
10. Imortal
Banda:
Trevas - Vocais
Marcos Dantas - Guitarras
Vinícius Mathias - Baixo
André Delacroix - Bateria
Ficha Técnica:
Sledgehammer Graphix - Artwork
Contatos:
Site Oficial: https://www.azul-limao.com
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E-mail:
“Guerreiros do Metal”: https://www.youtube.com/watch?v=aEBoa9VHxnY
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