Ano: 2018
Tipo: Full Length
Selo: Independente
Nacional
Texto: “Metal Mark” Garcia
Introdução:
Cada vez mais as
influências do Thrash Metal moderno (que em algumas concepções é chamado de
Thrash Metal pós anos 90, devido à clara influência de PANTERA, DOWN e outros) têm sido sentidas na escola brasileira do
gênero, que sempre teve óbvia influência das escolas norte americana e europeia.
E é justamente vindo com uma “vibe” mais moderna que o quarteto carioca REPRESSOR (de Maricá) chega em “Agnoia”, seu segundo álbum.
Análise geral:
Embora seja um estilo
já bem erodido pelo reincidente uso de muitas bandas, o quarteto mostra que a
experiência de 13 anos de estrada faz a diferença: eles mostram uma
personalidade forte, já que misturam o Groove/Thrash Metal com o Bay Area Thrash
Metal de expressão mais agressiva. É como se fossem possível jogar em um
caldeirão de altas temperaturas a música de FORBIDDEN e VIO-LENCE
mais o Groove moderno de PANTERA, e
mais a personalidade musical dos integrantes do grupo. A abordagem deles é bem
pessoal.
Arranjos/composições: Com bom “approach” técnico, peso
abrasivo e a intensidade do Groove Metal, o trabalho deles é de primeira.
Sabendo criar diversidade rítmica e encaixar os arranjos uns nos outros como se
montando um quebra-cabeça musical, eles uma dinâmica interessante entre os
instrumentos e os vocais (que poderiam não ser tão graves assim). Bases bem
feitas, solos caprichados, base rítmica sólida, além de bons vocais é o que
eles oferecem ao ouvinte.
Qualidade sonora: Como toda boa produção do gênero, o trabalho de Gabriel Russel e Caio Kattenbach na mixagem e masterização buscou deixar tudo com a medida certa de efeitos, fazendo com que as músicas sejam compreendidas e os instrumentos sejam ouvidos separadamente, o que por consequência mostra que os timbres escolhidos para os instrumentos é muito bom. Se não é perfeito, é algo muito bom..
Arte gráfica/capa: A capa do disco nos mostra uma arte
enigmática. Tendo em vista de “Agnoia” vem do grego e significa “ignorância,
descuido, erro”, e que é usada para definir a “falta de conhecimento, estado
dos doentes que não reconhecem as pessoas que os rodeiam” conforme o Dicionário
infopédia de Termos Médicos, e pelos temas tratados nas letras (onde se percebe
que os temas sociais e o protesto contra o “establishment”), a arte fala da
completa ausência de conhecimento do mundo real.
Destaques musicais: Pode-se aferir que “Agnoia” é um disco sólido e bem
caprichado, fazendo com que a qualidade das músicas se nivele por cima. Mas
destacam-se as seguintes canções.
“Mecanismo”: Como toda boa faixa de abertura, é um cartão de apresentação do
trabalho deles. Cheia de boas mudanças de ritmo e uma energia encorpada, e
preenchida por guitarras de primeira, seja nos riffs ou nos solos.
“Cabral”: Nesta, existem partes que remetem
diretamente ao Crossover à lá RxDxP, novamente com guitarras insanas, mas o
grande destaque é o trabalho de baixo e bateria (ótima técnica e excelentes
conduções). E é a faixa escolhida para vídeo de divulgação.
“Rebelião”: Muito peso, o andamento é mais lento,
causando a impressão de algo causticante fluindo dos auto-falantes. Alguns
tempos quebrados surgem aqui e ali, mas os vocais se mostram muito bem.
“Ganância”: Aqui o quarteto cai definitivamente
para o lado exclusivamente Thrash Metal de sua personalidade, extremamente
próximo ao que a segunda geração do San Francisco Bay Area Thrash Metal
mostrava. Peso, brutalidade e ótimo trabalho de baixo e bateria é apresentado,
fora um fluxo de energia abusivamente insano.
“Sangria”: Veloz em vários momentos (pura
influência de HC/Crossover), em outras com maior cadência e ambientação
abrasiva, é daquelas canções feitas para bater cabeça como se não houvesse
amanhã. E que solos bem feitos!
Conclusão:
No mais, o REPRESSOR é daquelas bandas que ainda
não estourou por mero desconhecimento do grande público. E tenham certeza: a
banda está apenas começando, pois ainda tem muito a oferecer aos fãs. Até lá,
ouçam “Agnoia” no volume mais alto
possível.
Nota: 84%
Tracklist:
1. Mecanismo
2. Cabral
3. Depósito
4. Rebelião
5. Matador
6. Sagrado
7. Ganância
8. Instável
9. Sangria
10. Duna
Banda:
Guilherme Marchi - Vocais, guitarras
Caio Kattenbach - Guitarras
Gabriel Belão - Baixo
Gabriel Russel - Bateria
Ficha Técnica:
Repressor - Produção
Gabriel Russel - Mixagem, masterização
Caio Kattenbach - Mixagem, masterização
Gabriel Russel - Arte da capa
Contatos:
Site Oficial:
Facebook: https://www.facebook.com/Repressor/
Instagram: https://www.instagram.com/repressormetal
Assessoria:
E-mail: repressor.thrash@gmail.com
Spotify:
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