Ano: 2018
Tipo: Full Length
Selo: Tales from the Pit Records, Eclipsys Lunarys Productions, Nomade Records, Extreme Sound Records, Thrash or Death Records, Totem Records
Nacional
Texto: “Metal Mark” Garcia
Introdução: A paixão pelo Death Metal dos anos 90 ainda é um sentimento que permeia o cenário mundial do Metal. Ainda existem bandas que preferem uma abordagem mais seminal (ou seja, crua e agressiva) do gênero. E do Paraguai vem o quarteto VERTHEBRAL, e graças aos esforços coletivos de vários selos do Brasil, nos chega com essa versão para “Regeneration”, primeiro álbum do grupo que foi lançado em 2017, e de quebra, ainda tem o EP “Adultery of Soul” (de 2015) como bônus.
Análise geral:
O quarteto realmente tem
fortes influências da velha escola, especialmente de nomes como DEICIDE, MORBID ANGEL, CANNIBAL CORPSE
e MASTER (este último devido a
alguns toques de Thrash Metal que surgem nas guitarras vez por outra) e outros
da escola norte-americana, buscando usar da própria personalidade para gerar
algo mais pessoal. Óbvio que tem aquela aura noventista densa e crua, mas que
faz parte do trabalho deles (até soaria artificial sem ela). Sim, é um bom
nome, que pode ir mais além, mas já mostra as garras nesse sentido em vários
momentos do disco.
Arranjos/composições: O quarteto, como é de se esperar do
seu estilo, não tem um trabalho focado em uma técnica rebuscada, embora não
seja algo reto e direto. Existem arranjos musicais bem feitos no meio de tanta
brutalidade, bem como as variações rítmicas são encaixadas em seus devidos
lugares. Óbvio que algumas arestas podem ser aparadas mais adiante, mas já
mostram um trabalho promissor, especialmente porque “Regeneration”, se por um
lado soa um pouco ingênuo, de outro é um murro de energia empolgante e
brutalidade.
Qualidade sonora: Como muitos discos focados no Death
Metal Old School, “Regeneration” foca em algo cru e ríspido, e mesmo quase orgânico. Óbvio que a crueza sonora está além do limite certo para sua música, o que acaba deixando os timbres sonoros um pouco mais carregados que o necessário. Mas para um primeiro disco de uma banda do estilo, está muito bom.
Arte gráfica/capa: Marcos Miller (que fez a capa de “Regeneration”), Emisario Karplegia (o artista da capa de “Adultery of Soul”) fizeram trabalhos ótimos, e que rebuscam bastante a arte dos discos dos anos 90 (inclusive a capa de “Regeneration” tem um toque à lá Dan Seagrave), o que por sua vez encaixou no trabalho do grupo. E o design do encarte da versão brasileira foi feito por Filipe Silva, que fez uma editoração simples e eficiente (embora a letra deitada de “Confronting Lies” destoe, mas deve ter sido feito dessa forma por uma questão de espaço).
Destaques musicais: a força do trabalho musical do grupo
realmente contagia o ouvinte. E as melhores faixas são:
“Place of Death”: boas mudanças de ritmo, energia
fluindo aos borbotões pelas caixas de som, e um trabalho muito bom e sólido da
base rítmica (ou seja, baixo e bateria estão muito bem).
“Spirit in Solitude”: o ritmo se torna mais cadenciado em
algumas partes, dando diversidade sonora à música do grupo. Mesmo as partes
mais velozes apresentam um impacto impressionante, em especial por conta das
guitarras mostrarem ótimos riffs.
“Beyond the Garden of
Creation”: esta é uma das canções mas ricas em termos de arranjo do
grupo, inclusive com melodias pontuais surgindo durante os duelos de solos de
guitarras. Isso sem mencionar como os toques Death/Thrash encaixaram muito bem.
“Old Man’s Memories”:
outra que mostra
momentos mais cadenciados (onde os bumbos duplos são incessantes), mas os
momentos mais velozes caem para o lado do Old School Thrash Metal. Empolga o
ouvinte justamente por conta do contraste de ritmos.
“The Plague of Insomnia”: novamente uma faixa com 880% dela
sendo mais lenta (pois tem partes velozes aqui e ali) e que possui alinhavos
melodiosos surgindo em muitos momentos, mostrando que o grupo tem uma personalidade
inconformada com modelos musicais, e que pode ser algo explorado no futuro.
“Inside of Me”:
mais uma vez, o uso
de momentos densos em que o ritmo não é veloz vai mostrando como o grupo sabe
ser criativo em termos de arranjos musicais. O vocal gutural da banda mostra
uma boa diversidade de timbres que tem potencial para coisas grandes no futuro.
As faixas de “Adultery of Soul” (“Human Limitation”, “Adultery of Soul”, “I Am the Vulture” e “Confronting Lies”) mostram uma sonoridade mais tosca e crua (óbvio que as condições para a gravação eram outras), mas são ótimas, mostrando os mesmos elementos de “Regeneration”, embora menos evoluídos.
As faixas de “Adultery of Soul” (“Human Limitation”, “Adultery of Soul”, “I Am the Vulture” e “Confronting Lies”) mostram uma sonoridade mais tosca e crua (óbvio que as condições para a gravação eram outras), mas são ótimas, mostrando os mesmos elementos de “Regeneration”, embora menos evoluídos.
Conclusão:
Uma coisa sobre o VERTHEBRAL que se pode aferir é sua
honestidade e convicção ao que faz. E verdade seja dita: fãs de Death Metal Old
School irão amar “Regeneration” sem nada reclamar. Mas verdade seja dita: esse
quarteto de Ciudad del Este promete muito!
Nota: 84%
Tracklist:
1. Apocalyptic Seasons (Intro)
2. Place of Death
3. Spirit in Solitude
4. Regeneration
5. Beyond the Garden of Creation
6. Without Any God
7. Old Man’s Memories
8. The Plague of Insomnia
9. Immaterial Essence of Things
10. Inside of Me
Adultery of Soul EP (Bônus):
11. Intro: Final Thoughts
12. Human Limitation
13. Adultery of Soul
14. I Am the Vulture
15. Confronting Lies
Banda:
Cristhian Rojas - Vocais, baixo
Daniel Larroza - Guitarras
Alberto Flores - Guitarras
Gabriel Galeano - Bateria
Cristhian Rojas - Vocais, baixo
Daniel Larroza - Guitarras
Alberto Flores - Guitarras
Gabriel Galeano - Bateria
Ficha Técnica:
Alberto SantaCruz Produção, mixagem, masterização, remasterização de “Adultery of Soul”
Marcos Miller - Capa de “Regeneration”
Emisario Karplegia - Capa de “Adultery of Soul”
Filipe Silva - Encarte (relançamento edição brasileira)
Contatos:
Site Oficial:
Instagram:
E-mail: verthebralband@gmail.com
“Spirit in Solitude”: https://www.youtube.com/watch?v=xL4745kH800
“Regeneration”: https://www.youtube.com/watch?v=y5wP9xwNh3g
Nenhum comentário:
Postar um comentário