quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

R. I. V. - Prog-Core

Ano: 2019
Tipo: Full Length
Selo: Independente
Nacional


















Tracklist:

1. War Flames
2. Headache
3. No... P.A.S.
4. Rainbow Warrior’s Mayday
5. Progressive Core
6. Testicle Man
7. Caligula 2332 D.C.
8. Freaks in Action
9. Animal
10. Delicious Nham! Nham!
11. Ashes
12. Spiral


Banda:


Helbert de Sá - Vocais, guitarras
Ana Lima - Baixo
Ricardo Parreiras - Bateria


Ficha Técnica:

Helbert de Sá - Mixagem, masterização


Contatos:

Site Oficial: http://www.riv.com.br

Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução: Ao ser introduzido a novos conceitos e formas de se fazer música, os fãs em geral tem uma torcida de nariz de descontentamento. É normal ver isso em fãs mais tarimbados, como ocorria quando discos como “Apocalyptic Raids” e “Seven Churches” foram lançados. Mesmo “Kill ‘Em All” teve uma recepção atravessada pelos mais velhos, enquanto os jovens abraçaram essas novas manifestações, e ocorre até hoje (os que aceitaram o POSSESSED em 1985 recriminam os fãs de AVENGED SEVENFOLD e DISTURBED hoje em dia). O inovador sempre tem essas reações, logo, o trio mineiro R.I.V. (RHYTHMS IN VIOLENCE) pode se preparar para esta sabatina, pois “Prog-Core” nasceu para causar polêmica.

Análise geral: Antes de tudo, o conceito Prog-Core é uma fusão de tantos elementos de tantos vertentes de Metal que fica difícil fazer considerações mais profundas. De forma aproximada, seria a fusão da técnica do Prog Metal com um Hardcore/Crossover raivoso e agressivo, mais toques experimentais, muito Groove gorduroso, e mais, muito mais que isso. É desafiador, e por isso, merece aplausos.

Arranjos/composições: Ritmos quebrados e boa técnica são permeados por uma ambientação agressiva, com ótimo trabalho de baixo e bateria, guitarras eficientes em riffs que acompanham toda a diversidade rítmica, além de vocais com timbres agressivos. A verdade é que trio se tornou ainda mais rebuscado e complexo do que se ouve no EP “Welcome to Prog-Core”, mas sem que suas canções se tornem entediantes (pode ser para quem vive parado no tempo). Arranjos bem feitos, partes empolgantes e uma soma de influências musicais tão díspares entre elas que fazer tal alquimia não deve ter sido simples.

Qualidade sonora: Aos que ainda não entendem: o sufixo “core” (em termos musicais) é uma referência ao Hardcore. Logo, a sonoridade do álbum é mais seca, bruta e suja, sem ficar enfeitando demais o trabalho do grupo com infinitas edições. Mas existem momentos em que os timbres de guitarra se tornam carregados e com toques modernos. Poderia ser melhor, mas está de bom nível.

Arte completa

Arte gráfica/capa: Nisso, toda a insanidade musical do trio fica óbvia. O belo digipack usado nos mostra uma arte mostra um “link” entre criação de “Prog-Core” ao processo em que o Monstro de Frankenstein foi desenvolvido. Logo, é algo de alto nível.



Destaques musicais: Despojado e criativo, “Prog-Core” vem para desafiar as velhas gerações de fãs, bem como para abrir possibilidades musicais diferentes. Muitos irão ficar de “mimimi” na internet, mas o R.I.V. representa o novo, o vivo, e o excelente. Logo, destacam-se por mera conveniência as seguintes canções:

“War Flames”: Tempos quebrados e muita adrenalina permeiam a canção de abertura do disco. Mas se preparem, pois partes mais empolgantes de Crossover/Thrash Metal aparecem, e o trabalho de baixo e bateria está muito bom (embora o timbre da caixa pudesse ser melhor). E se repararem, tem-se toques experimentais no meio do caos que o trio cria.

“Headache”: O nível de caos aumenta com o uso de efeitos especiais bem colocados, ainda se tem contrastes entre momentos mais Hardcore e outros experimentais. As guitarras estão ótimas. Esta é uma das faixas do EP “Welcome to Prog-Core”, aqui em uma versão mais bem gravada.

R.I.V.
“Rainbow Warrior’s Mayday”: Aqui o lado Crossover do grupo fica mais evidenciado, e mesmo com uma diversidade rítmica não tão ampla, os toques mais experimentais continuam presentes. Os vocais e corais ficaram muito bons.

“Progressive Core”: Bons contrastes entre os tempos, com partes mais cadenciadas, outras mais técnicas e momentos velozes. Mas cuidado: o caldeirão experimental do trio continua fervendo!

“Caligula 2332 D.C.”: É uma das faixas mais “calmas” do disco (se é que existem momentos sem muito caos nele), onde o grupo foca mais em criar algo agressivo e com toques de Groove moderno no meio do Crossover ríspido que é essa canção.

“Freaks in Action”: Essa música deve ser uma auto-biografia deles, já que tome mudanças de ritmo, experimentos, groove e tudo misturado de uma vez só. Mas é empolgante, grudenta e convidativa ao slamdancing.

“Delicious Nham! Nham!”: Com uma mistura de humor negro e crítica na letra, é um Crossover raivoso, cheio de energia e um pouco mais simples e direto, um murro nos ouvidos.

“Ashes”: Esta exibe partes mais cadenciadas contrastando com momentos velozes, adornada com arranjos diferentes e mesmo alguns “breakdowns” modernos. Uma torrente de agressividade com adrenalina fluindo aos borbotões dos falantes.

Conclusão: A verdade é que “Prog-Core” é um disco bem inovador, diferente e que tende a causar muito bate-boca. Mas seu valor é incontestável, e o R.I.V. se mostra uma opção ótima para os que conseguem aceitar aquilo que é novo sem problemas. Desta forma, se deixa tomar por estes novos Drs. Frankensteins do Metal/Hardcore.

Nota: 90%









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