Ano: 2019
Tipo: Full Length
Nacional
Tracklist:
1. Die for the Devil
2. Zenith of the Black Sun
3. Searching for You
4. Regrets
5. The End of a Universe
6. Sail On
7. One Thousand Years of Darkness
8. Thunder and Hell
9. Forever We Worship the Dark
10. Ode to Death
11. To Another World (Bonus Track)
Banda:
Olof
Wikstrand - Vocais, guitarras
Jonathan
Nordwall - Guitarras
Tobias
Lindqvist - Baixo
Jonas
Wikstrand - Bateria, vocais, teclados, piano
Ficha
Técnica:
Olof
Wikstrand - Produção, mixagem
Jonas Wikstrand
- Produção, mixagem
Howie
Weinberg - Masterização
Velio Josto -
Arte (capa)
Contatos:
Site Oficial:
www.enforcer.se
Instagram: https://www.instagram.com/enforcerofficial
Assessoria:
E-mail:
Texto: “Metal
Mark” Garcia
Introdução:
Um fenômeno
que muito ocorria nos anos 80: quando uma banda do underground, e com discos já
lançados, ingressava em uma grande gravadora, era quase que 99% certo deles
amaciarem o som (a inclinação ao Hard/Glam e ao AOR eram o sinal mais evidente
disso), em busca de algo mais comercial e palatável a um público mais amplo. A
banda queria sucesso, a gravadora queria vender, e isso causou imensos
dissabores aos fãs daqueles tempos. Alguns discos eram terríveis, e houveram
discos que marcaram a história de tão bons, sendo reconhecidos mesmo naqueles
tempos, ou que a história acabou lhes fazendo justiça.
Por isso, é
recomendado aos fãs que tenham muita calma ao lidarem com “Zenith”, novo trabalho
do quarteto sueco ENFORCER, que
acabou de sair no Brasil via Shinigami
Records/Nuclear Blast Brasil.
Análise
geral:
É fato que “Death
by Fire” (2013) e “From Beyond” (2015) conquistaram
legiões de fãs pelo mundo inteiro e lhes rendeu reconhecimento, justamente por
terem um som selvagem e cheio de energia nos moldes da NWOBHM, ao ponto de ser considerado
um dos pilares do “Old School Heavy Metal”. Mas se antes era um Heavy/Speed
Metal intenso agora deu uma caída para o Heavy Metal tradicional com muita
influência de Hard Rock.
Basicamente, eles
deram uma polida em suas músicas, e ao mesmo tempo, aumentaram a ênfase nas
melodias, o que fez com que aquela energia desmedida e selvagem dos discos
anteriores ficasse mais contida, mais encorpada. E ao mesmo tempo, ficou mais
acessível, sem, no entanto descaracterizar o trabalho musical deles, mas ainda
existem momentos que remetam ao que estavam fazendo antes como “Searching
for You”.
É como se o ENFORCER de antes revisitasse suas
influências de DEF LEPPARD (fase “High
‘n’ Dry” e “Pyromania”), TOKYO
BLADE (especialmente a fase de “Night of the Blade”) e outros que
tinham grande influência de Hard Rock. Mas se por um lado ficou mais acessível
e melódico, continua excelente. Em uma analogia, é como olhar um mesmo diamante
por um outro ângulo.
Arranjos/composições:
Por ficar
mais polido, leia-se: as canções estão estrategicamente arranjadas. É isso,
pois a espontaneidade de antes está aliada ao arranjar bem as canções, sem
negar que elas continuam soando com boas doses de energia. Mas agora, backing
vocals estratégicos à lá Glam Metal/Hard Rock aparecem bastante (uma reparada
em “Die
for the Devil” esclarece isso). Além disso, a técnica musical da banda
deu uma diluída, pois eles preferiram focar mais nas canções em si.
Mas em termos
de dinâmica entre os instrumentos musicais e os vocais, além de encaixe de
arranjos, pode-se dizer que “Zenith” é o disco em que o ENFORCER
mais caprichou no aspecto, bem como soube criar refrães e backing vocals de
assimilação bem simples.
Qualidade
sonora:
Os irmãos Olof Wikstrand e Jonas Wikstrand capricharam na produção e na mixagem do disco, algo
que até o momento era inédito. A crueza de antes deu lugar a uma estética mais
limpa e definida. Óbvio que ainda existe uma ambientação “Old School” permeando
suas canções porque buscaram tons instrumentais que pudessem soar claros, mas
orgânicos.
Arte
gráfica/capa:
O quarteto
nunca foi dado a ter artes gráficas rebuscadas nas capas de seus álbuns, talvez
para manter o foco dos fãs apenas em sua música (tirando a de “Into
the Night”). Dessa vez, embora ainda não seja nada extremamente
exagerado, destoa da prevalência do preto comum, embora ainda com tons escuros.
Destaques
musicais:
Basicamente, “Zenith”
é um disco bem feito e com ótimas composições, mas que tende a deixar os fãs
mais antigos de ouvido em pé nas primeiras audições por sua acessibilidade
musical. Mas conforme os ouvidos vão se acostumando, a impressão é que ele é um
dos melhores trabalhos dos suecos.
Die for the Devil: O disco abre com um Hard ‘n’ Heavy
poderoso, extremamente acessível e melódico, com momentos limpos contrastando
com partes mais pesadas, mas sempre com uma estética grudenta (reparem no
refrão). Baixo e bateria mostram uma base sólida e trabalhada na medida certa.
Zenith of the Black Sun: Aqui o ritmo diminui, focando mais no
lado pesado da banda. È uma canção pesada, mas com backing vocals e melodias
que deixam claro a vocação comercial da mesma. Os vocais estão ótimos.
Searching for You: a energia dessa aqui fará com que os
medidores ficarem o tempo todo no vermelho. É como dito acima: é uma música em
que o grupo mostra uma pegada mais voltada aos seus trabalhos anteriores, com
maior velocidade, vocais em timbres altos e guitarras esbanjando riffs de
primeira.
One Thousand Years of
Darkness: basicamente, elementos um pouco incomuns (como teclados)
dão as caras aqui, e é outra canção em que peso e acessibilidade dão as mãos. Mais
uma vez, ótimo trabalho de guitarras.
Thunder and Hell:
esta é daquelas que
vai levar os fãs á loucura ao vivo, graças a alta velocidade e sua estética
completamente NWOBHM. E nisso, a segurança da base rítmica é importantíssima,
por isso, apostam em algo mais simples e funcional, mas pesado.
Forever We Worship the
Dark: embora os toques Hard/Glam estejam claros além do
necessário, é uma canção muito boa de ouvir graças ás linhas melódicas
caprichadas, e aos vocais e backing vocals bem arranjados.
A versão
nacional ainda tem um bônus que é “To Another World”, o que valoriza
demais o disco. E para quem ama itens, existe uma versão importada toda cantada em espanhol.
Conclusão:
“Zenith” é um disco é muito bom, que mostra
que o ENFORCER sabe evoluir,
transitando para algo mais acessível sem perder sua essência. Óbvio que muitos
fãs antigos irão torcer o nariz de cara, mas se derem uma chance ao disco, perceberão
que deram uma chance, mas a si mesmos.
E parabéns a banda por ousar sair do ponto comum e desafiar a si mesma.
E parabéns a banda por ousar sair do ponto comum e desafiar a si mesma.
Nota: 88,0/100,0
Die for the
Devil
Searching for
You
Regrets
Spotify
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