segunda-feira, 24 de junho de 2019

SABATON - Attero Dominatus (Re-Armed)


Ano: 2006 (lançamento original) / 2019 (relançamento)
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Attero Dominatus
2. Nuclear Attack
3. Rise of Evil
4. In the Name of God
5. We Burn
6. Angels Calling
7. Back in Control
8. A Light in the Black
9. Metal Crüe
10. Für Immer
11. Långa bollar på Bengt
12. Metal Medley
13. Nightchild
14. Primo Victoria


Banda:


Joakim Brodén - Vocais
Oskar Montelius - Guitarras
Rikard Sundén - Guitarras
Daniel Mÿhr - Teclados
Pär Sundström - Baixo
Daniel Mullback - Bateria


Ficha Técnica:

Tommy Tägtgren - Produção, Gravação, Mixagem
Henke - Masterização
Mattias Norén - Arte da capa
Hannele Junkala - Backing Vocals
Marie-Louise Strömqvist - Backing Vocals
Sofia Lundberg - Backing Vocals
Maria Holzmann - Backing Vocals
Mia Mullback - Backing Vocals
Åsa Österlund - Backing Vocals


Contatos:

Assessoria:
E-mail:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução:

O renascimento dos estilos oitentistas de se fazer Metal na segunda metade dos anos 90 encheram o cenário de cópias e mais cópias de grupos antigos. Mas houveram aqueles que realmente vieram dar um respiro, uma vida nova aquilo que estava desgastado.

E não há como negar: o grupo sueco SABATON é uma das pontas de lança nesse assunto. Seu jeito Heavy/Power Metal rebuscam elementos dos anos 80, mas sempre com um olhar no futuro. E em 2006, lá vieram eles com seu terceiro disco, “Attero Dominatus”, que acaba de ser relançado e renomeado “Attero Dominatus (Re-Armed)”, e que chega ao Brasil via Shinigami Records/Nuclear Blast Brasil.


Análise geral:

Basicamente, o estilo do grupo não mudou tanto assim de lá para cá. Ou seja, é o mesmo Heavy/Power Metal sueco (ou seja, bastante influenciado por JUDAS PRIEST, ACCEPT e nomes da NWOBHM), adornado de belas orquestrações. No tocante técnica musical, nada exagerado, evitando romper a simplicidade, e consequentemente, a acessibilidade de suas canções.

Se percebe que a banda soube reciclar muitos clichês musicais do gênero, dando uma vida nova a cada um deles, bem como soube explorar refrães simples e com um toque épico.  

A fórmula mais certa possível para se criar um disco de primeira, e assim pode ser definido “Attero Dominatus (Re-Armed)”.


Arranjos/composições:

A combinação das orquestrações épicas dos teclados com riffs certeiros (e solos melodiosos com boa técnica, mas sempre sem exagerar), mais refrães bem compostos, mudanças de ritmo providenciais, e tudo isso encaixando sob uma colcha de arranjos musicais de primeira é algo que não tinha como dar errado.

Além do mais, o talento do então sexteto (já que é o primeiro disco da banda com Daniel Mÿhr nos teclados como membro fixo) não deixa dúvidas do quanto eles estavam com fogo nas veias e sangue nos olhos. Por isso esse disco é tão sedutor.

Além disso, como o foco da banda é falar de eventos relacionados sobre as guerras e batalhas da história, é uma aula. Aliás, desperta a curiosidade sobre estes temas, e dessa forma, contribuem para a criação de conhecimento.


Qualidade sonora:

“Attero Dominatus (Re-Armed)” soa grandioso, mas é extremamente pesado e claro aos ouvidos. O disco foi gravado no The Abyss Studio, e Tommy Tägtgren (sim, ele é irmão de Peter) fez um trabalho ótimo na produção e captação (ou seja, a gravação), sem falar que sua mixagem deixou os instrumentos todos com uma boa qualidade, e com os níveis certos de volumes e efeitos. Além disso, a masterização de Henke (Henrik Jonsson, também conhecido como Henke Jonsson) deu uma vida, um brilho às canções.

Além disso, a timbragem dos instrumentos ficou muito boa, sem destoar muito do que se ouve nos shows do grupo.


Arte gráfica/capa:

A arte original de Mattias Norén para a capa não foi mudada, apenas deram alguns toques diferenciados nas cores (a envoltória cheia de espinhos que antes era voltada a tons de roxo agora está em anil). Aparenta novo, mas continua com seus aspectos originais preservados.


Destaques musicais:

Embora o sexteto ainda não esteja em seu ápice criativo, “Attero Dominatus (Re-Armed)” vem para sedimentar o estilo da banda. E, aliás, essa versão tem alguns bônus ótimos.

Attero Dominatus: um Heavy/Power Metal melodioso e com uma estruturação harmônica simples. O refrão é daqueles que se ouve e não se esquece mais, sem mencionar o caráter épico dos teclados. Era canção certa nos shows da banda até pouco tempo. Fala sobre a Batalha de Berlin (1945) na perspectiva do exército soviético.

Nuclear Attack: ótimos arranjos de guitarra permeiam esta canção. Ela é bem pegajosa e dinâmica, do tipo que faz os fãs irem à loucura nos shows, especialmente durante o refrão. As letras lidam com os bombardeios nucleares de Hiroshima (06/08/1945) e Nagasaki (09/06/2019).

Rise of Evil: Nesta, o andamento cai e o foco fica numa ambientação densa e pesada, criada pelos contrastes entre guitarras e teclados. Mesmo o baixo começa a surgir em alguns momentos, e o refrão é excelente. Esta fala sobre a criação do III Reich da perspectiva dos nazistas.

Angels Calling: certos arranjos mais tecnicamente complexos adornam a canção, os teclados fazem fundo, e os vocais se sobressaem mais, devido à capacidade de interpretar e dar emoção às letras, que narra os horrores da Primeira Guerra Mundial.

A Light in the Black: outra canção com andamento moderado e toques épicos nos teclados. Embora sem meter mais nos arranjos do que a música pede, a bateria mostra ótima condução rítmica. E é mais uma em que os vocais estão bem, e a letra fala sobre as força que lutam pela paz no mundo.

Metal Crüe: aqui a banda apela para um Hard ‘n’ Heavy feito à maneira deles. As melodias são simples e pegajosas, e a letra deixa claro: é uma homenagem do grupo a todos aqueles que os precederam e influenciaram sua música.

Basicamente, aqui termina o conteúdo do disco original, e começam as canções extras.

Für Immer: é um cover de DORO. E é interessante ver como a banda faz uma releitura pesada e pessoal, mas sem que se perca a caracterização da original. E que arranjos de teclados bem encaixados!

Långa bollar på Bengt: outro cover, agora para a banda conterrânea SVENNE RUBINS. A original (que pode ser ouvida aqui) tem um jeito Pop Rock/Country Rock bem legal, mas a versão aqui apresentada tem peso e pegada pesada, mas sem perder a melodia.

Metal Medley: como o nome já diz, é um “medley” de canções da banda, tocada ao vivo em Falun. Serve para mostrar como a energia da banda não se perde em seus shows. Na verdade, parece aumentar!

Nightchild: é uma canção assentada sobre uma base melodiosa de teclados e boa presença de guitarras. O andamento mais vagaroso dá ênfase ao peso, e os vocais realmente são excelentes.

Primo Victoria: esta é a versão Demo da faixa-título do disco anterior. Desta forma, é a mesma canção, apenas soando mais crua (justamente por todo acabamento não ter sido feito).


Conclusão:

Mesmo 13 anos depois de seu lançamento original, “Attero Dominatus (Re-Armed)” soa atual, cheio de energia, sendo um disco obrigatório para os fãs do grupo. Ainda mais nessa versão nacional cheia de extras.

Ah, sim: “Attero Dominatus” significa "eu destruo tiranias".


Nota: 91,0/100,0


Attero Dominatus



Spotify


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