Ano: 2019
Tipo: Full Length
Selo: Independente
Nacional
Tracklist:
1. Domain Principia Inferiorum (intro)
2. Regeneração
3. Jogo da Vida
4. Um Sonho?
5. Loucuras, Guerra e Poesias
6. Devachan
7. Olho Por Olho...
8. Caminho do Medo
9. Eis a Questão
10. Punctus Contra Punctum
Banda:
Gabriel
Augusto Dias - Vocais
Leandro
Augusto Dias - Guitarras
Michael
Veríssimo - Teclados
Daniel
Augusto Dias - Baixo
Thiago Zico
Teixeira - Bateria
Ficha
Técnica:
Felipe
Colenci - Produção, Gravação, Mixagem, Masterização
Rodrigo
Ricardo - Produção, Gravação, Mixagem, Masterização
Jean Michel
(DSNS Art) - Artwork
Contatos:
Site Oficial:
Instagram:
Assessoria: www.somdodarma.com.br
(Som do Darma)
E-mail: devachanoficial@hotmail.com
Texto: “Metal Mark”
Garcia
Introdução:
Quando se
pensa no Metal feito no Brasil, pensa-se logo nas bandas que cantam em inglês,
uma vez que os primeiros grupos de sucesso faziam música dessa forma. Mas
muitos esquecem que bandas como SALÁRIO
MÍNIMO, VÍRUS, CENTÚRIAS, KORZUS, ABUTRE, AZUL LIMÃO, METALMORPHOSE e
tantos outros, anteriores ao “boom” de 1985-1986, já faziam seus trabalhos na língua
pátria.
Dando
sequência a esta ideologia do Metal cantado em português, vem o DEVACHAN, quinteto de Iperó (SP),
lançando seu primeiro “full length”, “Regeneração”.
Análise
geral:
Basicamente,
o quinteto faz um Heavy Metal tradicional clássico, com boa dose de peso e
melodias bem estruturadas. Há um toque de Rock Progressivo dos anos 70 bem
evidente (pois os teclados não se satisfazem em apenas criar “fundos”
melódicos), mas ao mesmo tempo, surgem elementos mais modernos em algumas
partes (devido às conduções rítmicas nos dois bumbos)
Sem inovar,
mas com personalidade, o grupo realmente nos brinda com uma música bem feita e elegante,
mas ao mesmo tempo, pesada e com o devido toque de agressividade. E não seria
um pecado dizer que a banda seria um encontro bem feito de influências de RUSH, ICED EARTH e bandas da NWOBHM,
mas com sua própria identidade.
Arranjos/composições:
O grupo sabe
o que fazer na parte dos arranjos, pois se percebe a fluência de suas músicas
de maneira espontânea, sem exagerarem demais na técnica ou em enfeites
dissonantes (existe técnica instrumental evidente, mas o enfoque não é a
exibição). Tudo soa sólido e compactado, e com melodias simples de serem
assimiladas.
E é
justamente essa consensualidade entre arranjos que faz tudo soar bem aos ouvidos,
sem mencionar que a banda é rica de mudanças de ritmo, evitando assim que sua
música soe cansativa.
Qualidade
sonora:
Felipe Colenci e Rodrigo Ricardo respondem pela produção, gravação, mixagem e masterização
de “Regeneração”.
A sonoridade resultante é boa, embora pudesse ser melhor em termos de clareza
(há momentos em que os teclados ficam baixos demais), dando equilíbrio e peso
às canções.
No tocante à
timbragem dos instrumentos, a banda optou por algo um pouco menos “enlatado”,
ou seja, enfeitado demais com infinitas edições digitais. Tudo soa o mais
próximo do ao vivo possível.
Arte
gráfica/capa:
Jean Michel (da DSNS Art) foi quem fez a arte gráfica. E o ponto forte é: nada de
criar uma arte super-rebuscada para a capa, mas simples e funcional, com uma
diagramação inteligente no encarte.
Mais que isso
desfocaria o brilho das canções, verdade seja dita.
Destaques
musicais:
O DEVACHAN já havia dado sinais de seu
potencial em “Andarilho”, seu EP de 2013, e agora mostra que é um nome bem
forte.
“Domain Principia
Inferiorum” é uma
introdução que precede a pesada “Regeneração”, cujos andamentos não
são lá muito rápidos, e com ótimas partes de teclado (bem progressivas em
alguns momentos). Em “Jogo da Vida”, a banda já mostra
uma técnica mais burilada, com clara referência ao trabalho do RUSH nos anos 70, e com partes muito
boas de teclados e riffs certeiros. Alguns elementos de Thrash Metal aparecem
nas guitarras em “Um Sonho?”, uma canção rica em ambientações (os teclados
cuidam muito bem disso) e em melodias no solo de guitarra. A beleza
instrumental sensível de “Loucuras, Guerra e Poesias” é
imensa, com partes introspectivas bem melodiosas, mas com momentos de crescendo
bem pesados (e assim, a versatilidade dos vocais fica evidente). Com claras
menções ao Prog Metal setentista, “Devachan” mostra uma pegada densa e
trabalhada em termos de arranjos, com baixo e bateria criando doses de peso e
mudanças de tempo providenciais. Claras influências de RUSH, YES e Metal tradicional vão surgindo sequencialmente em “Olho
por Olho...”, seguida pelas melodias densas e ambientação “noir” da
sensível “Caminho do Medo”, onde guitarras e baixo mostram sua força e
criatividade. E “Eis a Questão” é outra lição de como se equilibrar peso,
melodias, agressividade e partes grandiosas, com uma exibição de gala de
bateria e teclados. “Punctus Contra Punctum” é uma outro climática para fechar de vez
o disco.
Basicamente,
a banda nivelou tão bem suas canções que fica difícil destacar uma ou outra. E o disco pode ser ouvido gratuitamente no Spotify: https://open.spotify.com/album/5SuYLFRgvmVxDjZGHFS6wr
Conclusão:
O DEVACHAN é uma banda promissora, como “Regeneração”
deixa claro. Aparando as arestas necessárias com ensaios e shows, mais uma
produção um pouco melhor, ninguém segura esse quinteto!
Nota: 8,4/10,0
Loucuras, Guerras e Poesias
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