Ano: 2019
Tipo: Full
Length
Nacional
Tracklist:
1. Be
Humane
2. Look in
the Mirror
3. Become
the God
4. The Only
Way Out
5. Outro
Banda:
Nikolay Seredov -
Todos os instrumentos, Vocais
Ficha Técnica:
Nikolay Seredov -
Masterização
Mayhem Project Design
- Arte da Capa, Design
Contatos:
Site Oficial:
Instagram:
Assessoria:
E-mail:
Texto: “Metal Mark” Garcia
Introdução:
Desde que o Doom Metal foi semeado pelo BLACK SABBATH com “Master of
Reality” em 1971, aprimorado por nomes como SAINT VITUS, WITCHFINDER GENERAL, TROUBLE e outros, muita água
rolou embaixo da ponte em relação ao gênero.
Nos anos 80, o CANDLEMASS
trouxe uma estética mais elegante ao azedume constante do Doom Metal, enquanto PARADISE LOST e MY DYING BRIDE começaram a construir os subgêneros extremos do
estilo. Nisso, ainda no início dos anos 90, surge o Funeral Doom Metal, que
pode ser descrito como a mistura do Doom Metal (ou do Doom Death Metal) com a
tristeza sombria e melancólica de hinos fúnebres, pois os tempos ainda mais
lentos que na vertente clássica, combinada a ambientações extremamente tristes
e um peso avassalador, é algo bem diferente, tanto que pode ser intragável aos
fãs com visões mais conservadoras. E pode ser dizer que a força de “The Only Way Out”, quarto disco da
“one man band” russa FUNERAL TEARS,
só pode ser plenamente compreendida pelos conhecedores do gênero. E a Cold Art Industry Records colocou nas
lojas a versão nacional do disco.
Análise geral:
Só pela descrição acima, fica claro que “The Only Way Out” é um disco de Funeral Doom Metal que transita
entre momentos melodiosos cheios de melancolia, e alguns momentos mais extremos.
E é incrível perceber que essa atmosfera soturna e fúnebre pode soar elegante e
terna aos ouvidos, mas sempre tendo em vista que partes brutais e lentas virão.
O interessante é que nesta escola, o trabalho de Nikolay Seredov (a mente por trás da
banda) é realmente rico e diversificado, algo não tão comum assim. Dessa forma,
este disco tem muito a oferecer.
Arranjos/composições:
O trabalho do FUNERAL
TEARS é baseado em contrastes de luz e sombra, uma expressão simples para
descrever um trabalho recheado de arranjos musicais de ótima qualidade, seja
nas partes lentas e fúnebres como naquelas mais agressivas. E é outro ponto
interessante: não há uma inclinação a obedecer regras impostas, a música é
guiada apenas pela espontaneidade.
Sim, é bem espontâneo o que se ouve aqui, livre de
concepções do tipo “tem que ser desse jeito”, pois os arranjos não são comuns.
É Funeral Doom Metal, só mais rico musicalmente do que se costuma ouvir nessa
vertente.
Qualidade sonora:
A produção sonora de “The
Only Way Out” busca algo limpo na medida certa, apenas o suficiente para
que a força extrema e orgânica de sua música surja em sua totalidade. Sim, é os
instrumentos podem ser ouvidos separadamente sem esforços, mas o efeito geral
do que se ouve é algo fúnebre, com aquela sensação de estar caminhando em meio
à uma floresta queimada sob um céu totalmente cinzento com uma chuva fina de
congelar os ossos. Óbvio que esta seria uma descrição do que a sonoridade é,
embora o mais correto seria: claro, mas orgânico.
Arte gráfica/capa:
A versão nacional de “The
Only Way Out” tem dois formatos: Digipack e Jewelcase, à escolha do
cliente.
Versão Digipack |
Ambas estão dentro de um slipcase preto, que reforça a aura
Funeral Doom Metal da banda, e isso sem falar no adesivo, sendo estes
exclusivos da versão brasileira. E o encarte, como de praxe da Cold Art Industry Records, é feito em
papel envernizado.
Versão Jewelcase |
Destaques musicais:
“The Only Way Out”
apresenta aos fãs cinco ótimos cânticos fúnebres, todos com longas durações
(exceto “Outro”, com seus quase
cinco minutos).
“Be Humane” abre
o disco, transitando entre partes fúnebres, momentos atmosféricos e “inserts” brutais
(onde ótimos vocais urrados surgem mesmo nas partes mais brandas, e mostrando
ótimo trabalho em termos de riffs), seguida pelo cortejo funerário de “Look in the Mirror” (o baixo se
sobressai bastante nas partes mais lentas do início). Em “Become the God”, novamente o contraste de partes soturnas e
momentos brutais é evidente (inclusive há gritos rasgados bem semelhantes aos
de Dani Filth em alguns momentos). E
mesmo com momentos agressivos, impera a introspecção melancólica em “The Only Way Out”, onde as guitarras
estão ótimas. E “Outro”, como o nome
já deixa claro, é apenas um encerramento instrumental.
E sim, “The Only Way
Out” é um disco ótimo, que tende a agradar fãs de vários subgêneros de
Metal, embora a assimilação de primeira não seja tão fácil.
Conclusão:
O FUNERAL TEARS
tem uma carreira sólida, como “The Only
Way Out” mostra, e assim, merece ter seus outros trabalhos lançados no
Brasil.
Nota: 9,0/10,0
Look in the Mirror
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