Ano: 2018
Tipo: Duplo CD
Selo: Shinigami Records
Nacional
Tracklist:
CD 1 (Rise to Power):
1. 8118 (instrumental)
2. Soul On
Fire
3. I’m
Still Alive
4. Go For
Broke
5. Until I
See the Light
6. The
Voice
7. Massive Tornado
8. Kama Sutra (instrumental)
9. Rise to
Glory
10. Why and
For Whom
11. No
Limits
12. Rain
13. Let’s
All Rock
CD 2
(Samsara Flight):
1. Street
Woman
2. The Law of
Devil’s Land
3. Loudness
4. In the
Mirror
5. Black
Wall
6. Rock
Shock (More and More)
7. Lonely
Player
8. Devil
Soldier
9. Burning
Love
10. Angel
Dust
11. Road
Racer
12. Rock the
Nation
13. To Be Demon
Banda:
Minoru Niihara - Vocais
Akira Takasaki - Guitarras, teclados, sintetizadores
Masayoshi Yamashita - Baixo
Masayuki Suzuki - Bateria
Ficha Técnica:
Masatoshi Sakimoto - Gravação, mixagem
Chris Bellman - Masterização
Iwata Room / 7Stars Design - Direção de arte, design
Contatos:
Site Oficial: http://www.loudnessjp.com/
Twitter: http://twitter.com/LOUDNESS_world
Youtube: https://youtu.be/j9zMwd0NRkw
Instagram: https://www.instagram.com/loudness_official/
Bandcamp:
Assessoria:
E-mail:
Texto: Marcos Garcia
Os anos 80 revelaram grandes bandas do Metal. E por
“grande”, falamos dos gigantes cujos nomes estarão para sempre associados ao
gênero e que ajudaram a alavancar o crescimento comercial do mesmo. Mas existem
nomes que são lendários, mesmo sem terem se tornado vultos gigantescos. Em um
meio termo, falamos daqueles que tornaram sua música gigante em seus países,
mas que nem tantos assim os conheceram. Este é o caso do quarteto japonês LOUDNESS, que nos chega com a versão
nacional de “Rise to Glory”, seu
mais recente disco. E é mais um dos esforços da Shinigami Records em prol dos fãs brasileiros.
Em “Rise to Glory”,
vemos o bom e velho Hard’n’Heavy cheio de ótimas melodias acessíveis, com muito
peso e aquela pegada oitentista tradicional, apoiada em um trabalho técnico
muito bom, mas sempre privilegiando o conjunto como um todo. O quarteto não
abre mão de seu estilo clássico, que aqui apenas se mostra atualizado, mas com
sua personalidade intacta.
Sim, é isso mesmo: em um dos raros lançamentos nacionais do
grupo (e se não me falha a memória, é o primeiro disco deles lançado por aqui),
o grupo não desaponta nem um pouco. Pelo contrário, faz bonito, e muito!
A atualidade que sentirão vem da qualidade sonora de “Rise to Glory”. Está muito bem feita,
mantendo a clareza em alto nível, para que a compreensão do que está sendo
destilado pelos quatro Samurais não seja perdido, e as melodias estão claras
aos ouvidos. Mas se preparem, pois o peso musical do grupo está realmente
massivo, mantendo a agressividade em alta. Realmente, a produção está de
parabéns!
Pelo lado da arte, a capa é bem simples, e o encarte ainda
mais, preferindo uma apresentação com fundo preto e as letras em branco. Algo
bem tradicional, mas que sempre rende ótimos frutos.
Novamente: é óbvio que este gigante nipônico com quase 40
anos de atividade não iria abrir mão de seu jeito de fazer música. Mas é
preciso dizer que o vigor, a energia e a inspiração que transpira nas 13
canções de “Rise to Power” mostra o
quanto eles ainda têm a dar ao Metal. Em momento algum se sente falta de
vontade de fazer música em grande estilo em Minoru Niihara, Akira Takasaki, Masayoshi Yamashita, e Masayuki Suzuki. Pelo contrário: a
adrenalina é altíssima!
Em “Rise to Glory”,
a homogeneidade musical impera. Fica difícil escolher as melhores canções, mas
afere-se que a energia espantosa de “Soul
On Fire” (que equilibra de forma magistral peso e ótimas melodias, com
ótimos vocais), a pegada moderna e bem arranjada de “I’m Still Alive” (é impressionante em ver como baixo e bateria
pegam pesado sem que a música perca seu jeito melodioso), aquela atmosfera
Hard’n’Heavy dos anos 80 que permeia “Go
For Broke” (outra vez, baixo e bateria muito bem em termos técnicos, mas
que guitarras excelentes), o andamento carregado e denso de “Until I See the Light” (a debulhada nos
solos de guitarras mostram porque Akira é considerado um ás do instrumento), a
força acessível e versátil de “The Voice”,
o jeito que transita entre o Metal tradicional e a velocidade do Speed Metal
mostrada em “Massive Tornado” (os
vocais mostrando um trabalho ótimo, junto com as guitarras), a versatilidade
técnica e musical da instrumental “Kama
Sutra” (que transita entre o Metal, o Jazz Rock e com certos toques de
World Music em partes mas amenas, e onde baixo e bateria debulhando em vários
momentos, e melhor nem falar do que as guitarras mostram, pois a qualidade e
técnica são enormes nos solos), a declaração firme e decisiva feita no peso à
lá anos 80 de “Rise to Glory” (uma
energia fantástica, com aquele jeitão tradicional do quarteto, mostrando que
eles vieram para conquistar), a dose de acessibilidade mostrada no peso
melodioso de “Why and For Whom” e de
“No Limits”, a envolvente e
arrastada “Rain” (que peso e
emoção!), e o jeito bem pesado e comercial de “Let’s All Rock”. Não dá, não tem como escolher algumas, melhor pôr
o CD no aparelho de som e deixar tocar no “repeat”, pois não há melhor coisa a
fazer.
Agora, o CD 2, que é chamado “Samsara Flight” (que originalmente é uma coletânea lançada
exclusivamente para o Japão em 2016), temos regravações de velhos clássicos do
grupo, de sua fase inicial, da época de discos seminais como “The Birthday Eve” (1981), “Devil Soldier” (1982), e “The Law of Devil’s Land” (1983).
Podemos dizer que se ouvirmos ambos os discos, a impressão é que o estilo do
grupo não mudou, apenas se atualizou. Basta ouvir a pega da clássica “Loudness”, o arregaço das guitarras em
“In the Mirror”, a debulhada de
baixo e bateria na introdução da pegajosa “Black
Wall”, a força acessível de “Rock
Shock (More and More)” e de “Lonely
Player”, o hino eterno “Devil
Soldier”, o Metal’n’Roll extremamente grudento de “Angel Dust” e de “Rock the
Nation”, e a alternância entre momentos introspectivos e de peso em “To Be Demon”. Essas regravações fazem
justiça ao passado da banda, além de poder serem apreciadas em melhor qualidade
por velhos e novos fãs do quarteto.
Ah, querem que eu fale algo sobre Akira Takasaki? O disco fala por si. Acho melhor darem uma bela
conferida, pois verão o que é um Guitar Hero (sim, com maiúsculo mesmo) de
verdade: ele trabalha sua técnica em prol das músicas, e não do ego.
No mais, mais uma vez se confirma que 2018 é mesmo o ano das
bandas antigas, pois “Rise to Power”
mostra que o poder de fogo do LOUDNESS ainda está longe de acabar.
BANZAI!
Nota: 100%
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