segunda-feira, 2 de abril de 2018

LOUDNESS - Rise to Glory


Ano: 2018
Tipo: Duplo CD
Nacional


Tracklist:

CD 1 (Rise to Power):

1. 8118 (instrumental)
2. Soul On Fire
3. I’m Still Alive
4. Go For Broke
5. Until I See the Light
6. The Voice
7. Massive Tornado
8. Kama Sutra (instrumental)
9. Rise to Glory
10. Why and For Whom
11. No Limits
12. Rain
13. Let’s All Rock

CD 2 (Samsara Flight):

1. Street Woman
2. The Law of Devil’s Land
3. Loudness
4. In the Mirror
5. Black Wall
6. Rock Shock (More and More)
7. Lonely Player
8. Devil Soldier
9. Burning Love
10. Angel Dust
11. Road Racer
12. Rock the Nation
13. To Be Demon


Banda:


Minoru Niihara - Vocais
Akira Takasaki - Guitarras, teclados, sintetizadores
Masayoshi Yamashita - Baixo
Masayuki Suzuki - Bateria


Ficha Técnica:

Masatoshi Sakimoto - Gravação, mixagem
Chris Bellman - Masterização
Iwata Room / 7Stars Design - Direção de arte, design


Contatos:

Bandcamp:
Assessoria:

E-mail:

Texto: Marcos Garcia


Os anos 80 revelaram grandes bandas do Metal. E por “grande”, falamos dos gigantes cujos nomes estarão para sempre associados ao gênero e que ajudaram a alavancar o crescimento comercial do mesmo. Mas existem nomes que são lendários, mesmo sem terem se tornado vultos gigantescos. Em um meio termo, falamos daqueles que tornaram sua música gigante em seus países, mas que nem tantos assim os conheceram. Este é o caso do quarteto japonês LOUDNESS, que nos chega com a versão nacional de “Rise to Glory”, seu mais recente disco. E é mais um dos esforços da Shinigami Records em prol dos fãs brasileiros.

Em “Rise to Glory”, vemos o bom e velho Hard’n’Heavy cheio de ótimas melodias acessíveis, com muito peso e aquela pegada oitentista tradicional, apoiada em um trabalho técnico muito bom, mas sempre privilegiando o conjunto como um todo. O quarteto não abre mão de seu estilo clássico, que aqui apenas se mostra atualizado, mas com sua personalidade intacta.

Sim, é isso mesmo: em um dos raros lançamentos nacionais do grupo (e se não me falha a memória, é o primeiro disco deles lançado por aqui), o grupo não desaponta nem um pouco. Pelo contrário, faz bonito, e muito!

A atualidade que sentirão vem da qualidade sonora de “Rise to Glory”. Está muito bem feita, mantendo a clareza em alto nível, para que a compreensão do que está sendo destilado pelos quatro Samurais não seja perdido, e as melodias estão claras aos ouvidos. Mas se preparem, pois o peso musical do grupo está realmente massivo, mantendo a agressividade em alta. Realmente, a produção está de parabéns!

Pelo lado da arte, a capa é bem simples, e o encarte ainda mais, preferindo uma apresentação com fundo preto e as letras em branco. Algo bem tradicional, mas que sempre rende ótimos frutos.

Novamente: é óbvio que este gigante nipônico com quase 40 anos de atividade não iria abrir mão de seu jeito de fazer música. Mas é preciso dizer que o vigor, a energia e a inspiração que transpira nas 13 canções de “Rise to Power” mostra o quanto eles ainda têm a dar ao Metal. Em momento algum se sente falta de vontade de fazer música em grande estilo em Minoru Niihara, Akira Takasaki, Masayoshi Yamashita, e Masayuki Suzuki. Pelo contrário: a adrenalina é altíssima!

Em “Rise to Glory”, a homogeneidade musical impera. Fica difícil escolher as melhores canções, mas afere-se que a energia espantosa de “Soul On Fire” (que equilibra de forma magistral peso e ótimas melodias, com ótimos vocais), a pegada moderna e bem arranjada de “I’m Still Alive” (é impressionante em ver como baixo e bateria pegam pesado sem que a música perca seu jeito melodioso), aquela atmosfera Hard’n’Heavy dos anos 80 que permeia “Go For Broke” (outra vez, baixo e bateria muito bem em termos técnicos, mas que guitarras excelentes), o andamento carregado e denso de “Until I See the Light” (a debulhada nos solos de guitarras mostram porque Akira é considerado um ás do instrumento), a força acessível e versátil de “The Voice”, o jeito que transita entre o Metal tradicional e a velocidade do Speed Metal mostrada em “Massive Tornado” (os vocais mostrando um trabalho ótimo, junto com as guitarras), a versatilidade técnica e musical da instrumental “Kama Sutra” (que transita entre o Metal, o Jazz Rock e com certos toques de World Music em partes mas amenas, e onde baixo e bateria debulhando em vários momentos, e melhor nem falar do que as guitarras mostram, pois a qualidade e técnica são enormes nos solos), a declaração firme e decisiva feita no peso à lá anos 80 de “Rise to Glory” (uma energia fantástica, com aquele jeitão tradicional do quarteto, mostrando que eles vieram para conquistar), a dose de acessibilidade mostrada no peso melodioso de “Why and For Whom” e de “No Limits”, a envolvente e arrastada “Rain” (que peso e emoção!), e o jeito bem pesado e comercial de “Let’s All Rock”. Não dá, não tem como escolher algumas, melhor pôr o CD no aparelho de som e deixar tocar no “repeat”, pois não há melhor coisa a fazer.

Agora, o CD 2, que é chamado “Samsara Flight” (que originalmente é uma coletânea lançada exclusivamente para o Japão em 2016), temos regravações de velhos clássicos do grupo, de sua fase inicial, da época de discos seminais como “The Birthday Eve” (1981), “Devil Soldier” (1982), e “The Law of Devil’s Land” (1983). Podemos dizer que se ouvirmos ambos os discos, a impressão é que o estilo do grupo não mudou, apenas se atualizou. Basta ouvir a pega da clássica “Loudness”, o arregaço das guitarras em “In the Mirror”, a debulhada de baixo e bateria na introdução da pegajosa “Black Wall”, a força acessível de “Rock Shock (More and More)” e de “Lonely Player”, o hino eterno “Devil Soldier”, o Metal’n’Roll extremamente grudento de “Angel Dust” e de “Rock the Nation”, e a alternância entre momentos introspectivos e de peso em “To Be Demon”. Essas regravações fazem justiça ao passado da banda, além de poder serem apreciadas em melhor qualidade por velhos e novos fãs do quarteto.

Ah, querem que eu fale algo sobre Akira Takasaki? O disco fala por si. Acho melhor darem uma bela conferida, pois verão o que é um Guitar Hero (sim, com maiúsculo mesmo) de verdade: ele trabalha sua técnica em prol das músicas, e não do ego.

No mais, mais uma vez se confirma que 2018 é mesmo o ano das bandas antigas, pois “Rise to Power” mostra que o poder de fogo do LOUDNESS ainda está longe de acabar.

BANZAI!


Nota: 100%



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