segunda-feira, 30 de abril de 2018

WARSHIPPER - Black Sun


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Nemesis (Intro)
2. Glowworm Dragon
3. Cry of Nowhere
4. Black Sun (Part I, II & III)
5. Rebirth     
6. Abandoment
7. Descending - Genesis & Ontogenesis
8. Deathblast Overhead (Intro)
9. M.E. 262   
10. Delusions of Grandeur


Banda:


Renan Roveran - Guitarras, vocais
Rafael Oliveira - Guitarras
Rodolfo Nekathor - Baixo
Roger Costa - Bateria


Ficha Técnica:

Warshipper - Produção
Rafael Augusto Lopes - Produção, mixagem, masterização, engenharia de som
Alcides Burn - Capa, artwork


Contatos:

Site Oficial:
Assessoria: http://wargodspress.net/site/  (Wargods Press)


Texto: Marcos Garcia


Uma das maiores vantagens de se escrever resenhas de discos é a possibilidade de encontrarmos novos nomes muito bons. Há 2,3 anos, este autor teve a oportunidade de conhecer e resenhar o EP “Worshippers of Doom”, do quarteto WARSHIPPER, de Sorocaba (SP). Na época, o trabalho deles deu uma impressão ótima. Agora, em 2018, tenho a oportunidade de resenhar “Black Sun”, o primeiro full length da banda, que foi lançado por um agrupamento de selos.

As perguntas a serem respondidas: como eles estão agora, e se o disco é bom.

A primeira resposta é simples: os anos ajudaram a banda a ajustarem sua musicalidade, e o Death Metal bruto e com um alinho melodioso que eles tocam está sólido. Agora, a música ganhou um pouco mais de agressividade e impacto, mas sem abrirem mão da sobriedade. Ou seja, continuam o mesmo estilo, apenas mais evoluído. E para responder a segunda questão, é simples: “Black Sun” é um verdadeiro festival de riffs ganchudos, base rítmica sólida e técnica, e vocais urrados de primeira!

Traduzindo: é excelente!

Em termos de produção, digamos de passagem: gravar, mixar e masterizar discos de Death Metal não é lá muito simples. Mas o grupo juntou forças com Rafael Augusto Lopes, e o resultado ficou muito bom, com uma timbragem muito boa e que não permite que a agressividade do grupo fique confusa (a limpeza é muito grande, verdade seja dita). Além disso, Alcides Burn criou com uma arte primorosa e que encaixa como uma luva no trabalho musical deles (e foge um pouco do simplismo que já conhecemos de outras experiências).

O WARSHIPPER vem mostrar em “Black Sun” que é um dos nomes mais fortes no cenário, fugindo do “mais do mesmo” que já cansamos de ouvir por aqui, e ousam criar algo deles, sem medo de opiniões radicais ou modelos já pré-estabelecidos. Aliás, o disco soa vivo, cheio de energia e bem pessoal. E existem passagens que grudam nos ouvidos e não se esquece mais (como se ouve em “Cry of Nowhere”), justamente pelos toques melodiosos.

Por mim, diria apenas “ouçam o disco todo”, pois não vejo como destacar uma canção ou outra. O nível é bem homogêneo em termos de qualidade. Mas para uma mera referência ao leitor, indico a expressividade veloz de “Glowworm Dragon” (que trampo de baixo e bateria, com boa técnica e muito peso), a essência bruta cheia de toques melodiosos de “Cry of Nowhere” (reparem bem no trabalho de guitarras, nos solos e bases), a longa e cheia de momentos interessantes “Black Sun (Part I, II & III)” (sim, ela possui 3 partes distintas, e cada uma delas é um delírio em termos de musicalidade, com passagens mais cadenciadas fantásticas), o esmagamento opressivo feito pelas partes mais lentas de “Rebirth” e de “Abandoment”, a atmosfera densa e terrorosa de “Descending - Genesis & Ontogenesis” (diminuem a velocidade dos andamentos e ficam ainda mais brutos que muitas bandas, e que duetos melodiosos das guitarras), e alguns momentos com elementos de Thrash Metal ouvidos em “Delusions of Grandeur”. Isso é disco para se ouvir dias e dias a fio, sem cansar!

Se o WARSHIPPER continuar com essa mesma pegada, ninguém os segura no Brasil. E sim, “Black Sun” vem para estar entre os melhores discos de 2018 com certeza.


Nota: 93 %

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