terça-feira, 15 de maio de 2018

IHSAHN - Àmr


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Importado


Tracklist:

1. Lend Me the Eyes of Millenia
2. Arcana Imperii
3. Sámr
4. One Less Enemy
5. Where You Are Lost and I Belong
6. In Rites of Passage
7. Marble Soul
8. Twin Black Angels
9. Wake


Banda:


Ihsahn - Vocais, guitarras, baixo, teclados


Ficha Técnica:

Ihsahn - Produção
Linus Corneliusson - Mixagem
Jens Bogren - Masterização
Tobias Ørnes Andersen - Bateria
Fredrik Åkesson - Guitarras em “Arcana Imperii”
Ritxi Ostáriz - Artwork


Contatos:

Site Oficial: http://www.ihsahn.com/
Assessoria:

E-mail:

Texto: Marcos Garcia



Desde o encerramento das atividades do EMPEROR, o vocalista/guitarrista Ihsahn leva uma carreira solo adiante. Apesar de bem sucedido e reconhecido na Europa, seus trabalhos nunca tiveram ampla aceitação no meio Metal. A veia mais Progressiva/experimental que ele apresenta no IHSAHN não é muito palatável para fãs de música extrema, ou soa agressiva demais para os fãs de gêneros mais tradicionais. Mas é fato que o trabalho dele é cheio de qualidades, como se pode ouvir em seu sétimo e mais recente disco de estúdio, “Àmr”.

A palavra “àmr”, em norueguês antigo, significa algo como “negro” ou “repugnante”, que poderia ser a melhor descrição para o sentimento que muitos fãs de Metal não iniciados nesse formato experimental têm com um disco assim. Mas a verdade seja dita: “Àmr” é um disco fenomenal, cheio de melodias introspectivas densas, de uma profundidade inesperada. Para ser sincero, é o disco mais melodioso da carreira solo de Ihsahn, mas ainda assim, é complexo e bem difícil de ser digerido. Os toques Industriais aqui, mais experimentais ali, encaixam como uma luva.

Traduzindo: “Àmr” é um senhor disco, talvez o melhor dele desde que voltou à música em 2005.

Pesada e limpa é a sonoridade desse play, embora possua uma boa dose de agressividade para dar um contraste bem feito com a suavidade melancólica e progressiva em muitos pontos. Mas tudo soa em seu devido lugar, e com bons timbres, criando a ambientação perfeita para cada uma das canções do play. Ela tem um tom de sujeira um pouco mais evidente que em álbuns anteriores, talvez para ressaltar os momentos mais agressivos. E a arte gráfica ficou muito boa, bela e macabra em certos detalhes.

Óbvio que fica claro que o trabalho IHSAHN é bem mais avant-garde que muitos fãs de música pesada possam aceitar, mas não é difícil se sentir seduzido por suas melodias hipnóticas. Além disso, o instrumental é muito bem cuidado, buscando juntar o lado progressivo de sua música com sua herança agressiva. E funciona muito bem, digamos de passagem.

Tendo o controle da obra, Ihsahn tocou quase todos os instrumentos (exceto as partes de bateria) e cuidou dos vocais, tudo para que as 9 canções de “Àmr” soassem como ele concebeu. E as melodias experimentais “Lend Me the Eyes of Millenia” com seus riffs raçudos e seus teclados industriais, a beleza Progressiva mesclada a partes mais agressivas de “Arcana Imperii”, o jeitão Jazz/Dark Ambient introspectivo da viajante “Sámr”, a densa e agressiva “One Less Enemy” e seus detalhes técnicos, o caos técnico e Progressivo de “In Rites of Passage” (lembram bem de longe o experimentalismo caótico do finado VED BUENS ENDE), a agressividade um pouco mais digerível de “Marble Soul”, e à “back to Black Metal roots” “Wake” (embora cheio de adornos mais melodiosos incríveis, especialmente as partes de vozes limpas) são os melhores momentos do disco. Mas de ponta a ponta, “Àmr” é um desafio dos mais deliciosos de ser encarado.

No mais, IHSAHN mostra-se prolífico, pois “Àmr” é um discão, tanto para fãs dele quanto para aqueles mais chegados em experimentações.

Nota: 91%


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