Ano: 2018
Tipo: Extended Play
(EP)
Selo: Independente
Nacional
Tracklist:
1. OTH - The Last Message (intro)
2. Overlord Murder
3. Santificada Seja a Carne
4. Splatterhouse
5. Suicide of Dei
Banda:
Bruno Jankauskas -
Vocais, guitarra solo
Alan Ricardo
Wenderlich - Guitarra base, vocais
Filipe Trindade Oliveira - Baixo
Matheus Lunge - Bateria
Ficha Técnica:
Contatos:
Site Oficial:
Facebook:
https://www.facebook.com/viletale/
Assessoria:
E-mail: viletale2016@gmail.com
Texto: Marcos Garcia
A vocação extrema do Brasil é algo evidente desde a segunda
metade dos anos 80. Mais de 80% dos nomes lendários daqueles tempos são de
estilos extremos de Metal. Até hoje, por aqui, se percebe essa influência,
passada de geração em geração. Óbvio que existem bandas e mais bandas com muito
pouco a acrescentar à história do Metal nacional, mas existem outras que
possuem enorme talento, ainda que necessite lapidações. E nesse segundo grupo,
está o quarteto VILETALE, de
Blumenau (SC), que nos chega com “Suicide
of Dei”, seu mais recente EP.
O ponto mais forte do grupo é, sem sombra de dúvidas, sua
criatividade. Embora a essência Death Metal seja a mais evidente, se percebem
influências de Thrash e Black Metal permeando suas canções. Muitos tentam isso,
mas o quarteto consegue fazer algo consensual e denso, e desde “Initiation” (o primeiro EP da banda,
de 2016), eles têm evoluído bastante musicalmente. Fora a energia bruta que
flui de suas canções, dos bons arranjos instrumentais e vocais diversificados
em termos de timbres, se percebe intelecto por trás do processo de composição e
de letras, algo não tão valorizado por muitos.
Podemos aferir, assim, que o quarteto mostra em “The Suicide of Dei” uma enorme
maturidade.
Uma das primeiras coisas que chamam a atenção é que a
sonoridade do grupo evoluiu. Agora, a gravação soa mais limpa, mais clara, nos
permitindo compreender sem muitos esforços o que eles criam musicalmente, e
mesmo aqueles famosos detalhes que fazem um disco brilhar. Óbvio que ainda
podem melhorar ainda mais, mas estão com um bom nível de qualidade de gravação.
Além disso, a arte da capa realmente é bem chamativa, claustrofóbica, nos
fazendo pensar muitos aspectos da vida.
Exibindo boa técnica musical, o VILETALE vem surpreender nossos sentidos, pois quando uma canção
surge e forma uma opinião, a outra vem e nos desafia novamente. Sim, cada
canção vem mostrando um aspecto de sua personalidade, algo diferente do que se
vê comumente no Brasil.
Em “Overlord Murder”,
temos uma canção mais simples, mas onde se percebem contrastes de tempos
interessantes, e nas partes mais cadenciadas, se percebe clara influência do
Black Metal grego. Mais agressiva e com boa dose de velocidade, vem “Santificada Seja a Carne”, com seu
jeitão mais Brutal Death Metal e bom trabalho em termos de guitarras. A
brutalidade fica ainda mais evidenciada em “Splatterhouse”,
onde as linhas harmônicas privilegiam uma pegada Death Metal mais tradicional,
e onde o baixo debulha várias vezes. E já mostrando um lado mais opressivo,
temos “Suicide of Dei”, onde arranjos
mais soturnos e um andamento que varia bastante entre uma pegada Death Metal
Old School até passagens Black Metal, com ótimas guitarras e bom trabalho de
baixo e bateria.
Ainda que existam arestas a aparar (porque o quarteto é uma
banda jovem, com quase dois anos de existência apenas), o VILETALE é promissor. E “Suicide
of Dei” os ratifica como uma das grandes promessas do Metal extremo
brasileiro.
Nota: 84%
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