Ano: 2018
Tipo: Duplo CD ao
vivo
Selo: Shinigami
Records / earMUSIC
Nacional
Tracklist:
CD 1:
1. Burn
2. Stormbringer
3. The Gypsy
4. Lady Double Dealer
5. Mistreated
CD 2:
1. Smoke on the Water
2. You Fool No One
3. Space Truckin’
Banda:
David Coverdale -
Vocais
Jon Lord - Teclados,
órgão
Ritchie Blackmore - Guitarras
Glenn Hughes - Baixo, vocais em “Burn”, “The
Gypsy”, Smoke on the Water” e “Space Truckin’”
Ian Paice - Bateria, percussão
Ficha Técnica:
Martin Birch -
Produção
Martin Pullan - Mixagem, masterização
Geoff Barton - Notas
Alexander Mertsch - Layout, artwork
Contatos:
Assessoria:
E-mail:
Texto: Marcos Garcia
O passado ainda guarda muitos discos nas gavetas, com tapes
que estão juntando poeira. Mesmo hoje, na época em que o formato digital está
cada vez mais relevante no meio musical, existem discos de décadas atrás que
ainda não viram a luz do dia. Um dos que finalmente chegam a nós é “Graz 1975”, mais um disco ao vivo do
quinteto inglês DEEP PURPLE. E esta
versão, lançada pela Shinigami Records,
nos apresenta este show histórico completo pela primeira vez.
Gravado em 04/03/1975 no Eishalle Liebenau, em Graz (cidade
encravada no coração da Áustria, a segunda maior do país, perdendo apenas para
Viena), e nos trás um show da turnê de “Stormbringer”,
ou seja, um show da MK III. O que o torna especial é o fato de que, dois shows
depois, o irritadiço guitarrista Ritchie
Blackmore (que já andava muito aborrecido pelas influências de Soul Music que
David e Glenn estavam trazendo para a banda) deixaria o grupo, ou seja, é
um disco que (assim como “Live in Paris
1975”) vai marcando a saída dele e o fim da MK III.
Óbvio que ouvir um disco ao vivo do quinteto, naqueles anos,
significava ver uma aula de improvisos, transformando versões de estúdios mais
curtas em gigantes. Que o
digam “Mistreated”, “Smoke on the Water”
e “Space Truckin’”. E isso
mostra a força mais Bluesy e melodiosa da MK III, e digamos de passagem: esses
sujeitos ao vivo eram difíceis de serem batidos por seus contemporâneos. Talvez
o DEEP PURPLE seja, dos anos 70, a
banda mais coesa e forte em termos de shows.
Mesmo para os exigentes padrões modernos dos dias de hoje, a
produção sonora de “Graz 1975” não
soa ruim ou datada. Gravado com o estúdio móvel dos ROLLING STONES, e tendo a produção feita pelas mãos do mago Martin Birch, não é de estranhar que
tudo soe tão claro aos ouvidos. Ainda mais com a remixagem e remasterização de
2014, ambas assinadas por Martin Pullan,
sem falar na história por trás do disco escrita nas notas de Geoff Barton, além do encarte com fotos
e cartazes da época, em um trabalho muito bom de Alexander Mertsch.
Se algo pode ser dito do DEEP PURPLE nesta época é a força de sua coesão. Nada soa fora do
lugar, nada é errado, e isso sem que o grupo soe forçado. Longe disso, a
espontaneidade e energia reinam o disco inteiro, algo que realmente é diferente
dos tem. E sim, “Graz 1975” nem
parece ser um disco com uma banda que está em ponto de rachar.
O CD é duplo, com o show inteiro durando uma hora e quase 20
minutos. E com 8 canções, já sabem que existem gigantes em termos de improviso.
No CD 1, já temos logo de cara as pedradas de “Burn” e “Stormbringer”, ambas icônicas e cheias de energia (com um trabalho
fenomenal de baixo e bateria, sem falar nos duetos de David e Glenn). Logo em
seguida, a belíssima e forte em termos de melodias “The Gypsy” e a rocker “Lady
Double Dealer” (um dos hits da MK III). E fechando, começam as aulas de
improviso, pois vem a densa e climática “Mistreated”,
preenchida por improvisos de guitarras em seu início, sem falar na
interpretação rascante e cheia de feeling; alguns teclados diferentes podem ser
ouvidos, além da comunicação com o público ser de primeira.
O CD 2 é onde os improvisos ficam ainda maiores, dando um
valor ainda maior à clássica “Smoke on
the Water” (uma das músicas mais icônicas e conhecidas do Metal/Hard Rock,
e onde a interpretação mais macia e bluesy de David deu uma diferenciada bem
interessante em relação à versão original), os improvisos clássicos e
experimentais de teclados do mestre Jon
Lord que dão início a “You Fool No
One” (que encaixaram perfeitamente nesse Rockão com jeito Progressivo).
Agora, os mais de 20 minutos de “Space
Truckin’” são uma viagem e tanto, inclusive com gritos agudos de Glenn em certas partes onde os teclados
são mais evidentes, partes “noir” com jeito “bar, violão e voz”, mas o grupo
caprichou bastante.
“Graz 1975” é um
senhor disco, e por ser antigo, não existem overdubs posteriores. Logo, temos a
experiência ao vivo de forma impactante.
O DEEP PURPLE não
decepciona...
Nota: 91%
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