Ano: 1996
(Relançamento 2018)
Tipo: Full Length
Selo: Greyhaze Records
Nacional
Tracklist:
1. The End
2. The Worst
3. Army of the Damned (The Prozac’s Generation)
4. God Bless the Whores
5. Plunged in Blood
6. Satanic Lust
7. The Necrophiliac
8. Shave Your Heads
9. Purification Process
Banda:
W. L. - Vocais,
guitarras
G. M. - Baix,
teclados
Ficha Técnica:
Wagner Lamounier -
Produção
Gerald Minelli -
Produção
Tarso Senra -
Mixagem, engenharia de som
André - Masterização
Eugênio - Engenharia
de som
E. D. Z. -
Programação de bateria
Contatos:
Site Oficial:
Facebook:
Assessoria:
E-mail:
Texto: M. Garcia
Entre 1985 e 2000, gigantes do Metal e influenciadores de
várias gerações caminharam por terras brasileiras, ao ponto de alguns que
pararam serem motivos de saudades apaixonadas de muitos. Talvez poucos tenham a
mesma importância do SARCÓFAGO, que
cansou de pôr barreiras e limites no chão, sempre ou paralelo às tendências musicais
que existiam lá fora ou abrindo novas possibilidades. E o ápice da criatividade
do grupo ocorre justamente em “The Worst”,
de 1996.
A afirmação acima não se baseia em gostos pessoais ou na
contundência do álbum para o cenário extremo mundial, mas que é o disco em que
todos os elementos musicais que o dueto destilou em seus lançamentos anteriores
se equilibraram de forma definitiva. Há momentos velozes extremos, outros mais
refreados, teclados criando ambientações sinistras, a presença esmagadora de
riffs insanos (embora mais simples), baixo e bateria com boa dose de peso, e
tudo em seus lugares. A evolução do jeito Death Metal de ser deles mostra o
motivo de serem tão respeitados por aqui e lá fora: o SARCÓFAGO sempre fez as coisas ao seu jeito, doesse em quem doesse,
e sempre se mostrou inovador, diferente.
Na produção, mais uma vez o trabalho foi orientado para se
ter a melhor qualidade sonora possível, com todos os instrumentos soando claros
e compreensíveis, ao mesmo tempo em que tudo soa extremamente pesado e bruto.
Óbvio que isso demanda conhecimento e recursos, mas eles sempre foram de tirar
água de pedra, e conseguiram mais uma vez mostrar que poderiam fazer algo de
alto nível.
Já a arte visual (capa, encarte, etc) é realmente de chocar.
Mas para quem os conhece de longa data, sabe que o grupo nunca foi dado à
sutilezas: ou é assim, ou não fazem. E seria o desespero de moralistas de
plantão ou dos atuais SJWs caçadores de tretas.
Musicalmente, “The
Worst” não é mercado pela técnica. Mas em compensação, a diversidade de
andamentos, a força de suas composições e arranjos, a capacidade de criar
partes que entram em nossas mentes e não saem mais sempre foi o ponto forte do
grupo. Por tanta facilidade em quebrar regras e se fazer diferente (e chocante),
se percebe o motivo de serem tidos como pioneiros de muita coisa em termos de
Death Metal, Black Metal e Death/Black Metal.
Uma introdução bem climática, “The End”, dá início ao disco, antecedendo o impacto esmagador e
cadenciado de “The Worst” (os riffs
são bem simples, enquanto os teclados vão dando aquela sensação fúnebre carregada
que eles usam sempre). Já apresentando mais mudanças de ritmo e cheia de
energia é “Army of the Damned (The
Prozac’s Generation)”, onde o trabalho de baixo e da bateria programada é
muito bom. O ritmo fica opressivo e sombrio em “God Bless the Whores”, um hino doentio e insano cheio de ótimos
vocais (com aquele timbre gutural claro dos vocais e intervenções sinistras das
guitarras). Já sinistra e mostrando alguma modernidade extremada (para a época do
lançamento do CD) é a brutal “Plunged in
Blood”. E mantendo a tradição de fazer uma versão nova de material antigo deles,
lá vem a velocidade alucinante de “Satanic
Lust” (realmente, eles exacerbaram os “blast beats” da versão de “I.N.R.I.”, além da adição de teclados
providenciais). Com muito peso e boa dinâmica entre a base rítmica e as
guitarras, temos “The Necrophiliac”,
que mostra um refrão muito bom. Seguindo uma linha bem próxima a “Satanas”, temos “Shave Your Heads”, embora esta tenha maior diversidade musical (na
parte do refrão, a velocidade diminui um pouco, com exceção dos bumbos). Agora,
a veloz e insana “Purification Process”
é mais uma das canções polêmicas da banda. Algo que não se encaixa em tempos de
politicamente correto, algo que o SARCÓFAGO
nunca foi, nem nunca quis ser.
Este relançamento (em vinil e cassete) para
“The Worst” só vem para confirmar uma coisa: que o Brasil continua
necessitando urgentemente que a banda volte tão ultrajante, suja e disposta
como sempre foi.
O pior não está para vir: ele chegou, e não estão nem aí!
Nota: 100%
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