Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional
Tracklist:
1. Northern Chaos Gods
2. Into Battle Ride
3. Gates to Blashyrkh
4. Grim and Dark
5. Called to Ice
6. Where Mountains Rise
7. Blacker of Worlds
8. Mighty Ravendark
Banda:
Demonaz - Vocais, guitarras
Horgh - Bateria
Ficha Técnica:
Peter Tägtgren - Produtor, mixagem, baixo
Jonas Kjellgren- MasterizaçãoJannicke Wiese-Hansen - Arte da capa
Contatos:
Assessoria:
E-mail:
Texto: M. Garcia
Para quem ainda não sabe, bandas possuem as mesmas vicissitudes
de matrimônios, ou seja, apesar do glamour que circunda o mundo show business,
existem as crises e, muitas vezes, a separação. No caso de grupos musicais, quando um
membro importante sai, fica sempre a curiosidade: será que a banda irá adiante ou vai parar?
E como ela ficará sem aquele integrante que carregava parte da personalidade da
mesma?
Um bom caso para esta analogia é o IMMORTAL, trio de Bergen (Noruega), e um dos nomes mais populares
do Black Metal mundial, sem sombra de dúvidas. Com a saída do guitarrista/vocalista Abbath em 2015 (que deu início a uma banda que leva o próprio nome),
muito se questionou sobre o que resultaria dessa separação. E finalmente, todos os
questionamentos são respondidos na forma de “Northern Chaos Gods”, mais recente trabalho deles. E que tem versão
nacional pela parceria da Shinigami
Records com a Nuclear Blast Brasil.
Ainda bem!
E nas versões Digipack ou Jewelcase (a escolha do cliente)!
E nas versões Digipack ou Jewelcase (a escolha do cliente)!
Na realidade, o grupo está reduzido a um dueto, com Horgh na bateria e Demonaz mais uma vez as guitarras e assumindo os vocais. O baixo
foi tocado pelo produtor e velho conhecido Peter
Tägtgren (do HYPOCRISY e do PAIN). Em termos musicais, é preciso
dizer que a saída de Abbath não
causou avarias significativas à personalidade musical deles, pois o que se
ouve em “Northern Chaos Gods” é o
estilo clássico do IMMORTAL,
remetendo bastante ao que aos clássicos “Blizzard
Beasts” e “At the Heart of the
Winter”, ou seja, aquela velocidade exorbitante aliada à boa técnica
instrumental, além de peso e criatividade (pois não temos um disco de um fôlego
só). E os vocais estão muito bem, embora diferentes (óbvio, com timbres rasgados mais agudos).
Em termos de produção, não há o que reclamar: as mãos de Peter para vertentes extremas de Metal não
eram, associando à agressividade brutal do grupo uma estética limpa, com boa
definição nos instrumentos. Os timbres instrumentais estão muito bons, beirando
os que se ouve em “All Shall Fall”,
ou seja, a estética mais crua está associada às canções, não a algo mal feito. Em
termos gráficos, a simplicidade remete às raízes do Black Metal, e é quase uma
declaração de que eles estão vivos, e dispostos a voltarem ao seu lugar de
direito.
Para os que não sabem, Demonaz
teve problemas severos de tendinite nas mãos, mas se submeteu a uma cirurgia, e
pôde retomar as guitarras uma vez mais. O que é bom, pois o IMMORTAL pode nos brindar com mais uma pérola
musical Sim, “Northern Chaos Gods”
tem todos os elementos que os fãs da banda gostam, além de manter a identidade
que o grupo delineou para si. E em termos de arranjos, continuam em alto nível, mesmo na simplicidade técnica a que os fãs já se acostumaram (prova que se pode fazer algo excelente sem ter que exagerar na execução das canções).
O disco já abre com uma paulada feroz e rápida, “Northern Chaos Gods” (que mantém a
tradição de riffs velozes e simples, mas apresentando mudanças de ritmo muito
interessantes), que é seguida de uma canção com os mesmos elementos, apenas
mais técnica, que é “Into Battle Ride”.
Em “Gates to Blashyrkh”, temos algo
mais climático e soturno bem tradicional do trabalho deles, com alguns
dedilhados ótimos nas guitarras, e a base mostrando um trabalho sólido de
primeira (a bateria está ótima). A tempestade musical gélida continua intensa
na rapidez explicita de “Grim and Dark”,
onde algumas passagens mais lentas e envolventes nos agarram pelos ouvidos. Não
tão veloz é “Called to Ice”, que
mostra uma pegada esmagadora e ganchuda (haja pescoços). Se acham que o disco
não poderia manter o nível ou melhorar, uma ouvida na forte “Where Mountains Rise” vai mudar suas
concepções, pois que riffs e vocais (as linhas melódicas são perfeitas). Veloz,
mas com arranjos lentos pontuais bem explorados, temos “Blacker of Worlds”, com alguns riffs impressionantes de tão grudentos.
E fechando, a longa “Mighty Ravendark”,
que é outra canção não tão rápida, mas que nos embala perfeitamente por sua
base rítmica sólida, seus riffs grudentos e vocais insanos.
“Northern Chaos Gods”
é o típico disco que cala a boca dos detratores, que leva os fãs a
suspirarem. E verdade seja dita: agora temos duas bandas excelentes. E que o IMMORTAL continue sua saga de gélida
por muitos anos!
Nota: 100+%
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