Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional
Tracklist:
CD:
1. Guillotine
2. Outsider
3. The Last Breath I’ll Take Is Yours
4. Narcissist
5. Born to Kill and Destined to Die
6. In Limbic Resonance
7. …And Then I Saw Blood
8. What Doesn’t Break Doesn’t Heal
9. Bend the Arc, Cut the Cord
10. Achilles Heel
DVD (Faixas marcadas
com * são partes de um documentário):
1. Intro
2. In Shadows & Dust
3. Beyond Salvation
4. Why these 2 albums?*
5. Illuminati
6. Chronicles of the Damned
7. Bound in Chains
8. Rediscovering These Albums*
9. Where the Enemy Sleeps...
10. Centuries (Beneath the Dark Waters)
11. *We Have a Different Drummer Now*
12. Face the Face of War
13. Years of Enlightment/Decades in Darkness
14. Intermission*
15. The Ambassador of Pain
16. The Resurrected
17. The Fans*
18. As I Slither
19. For All Our Sins
20. Generations*
21. The Night They Returned
22. Serenity in Fire
23. Drumming on the Different Albums*
24. Blood on the Swans
25. 10 Seconds from the End
26. The Tragedy I Preach
27. Meditations*
28. Under the Bleeding Sun
29. Credits
Banda:
Maurizio Iacono -
Vocais
J.F. Dagenais -
Guitarras
Stephane Barbe - Baixo
Oli Beaudoin - Bateria
Ficha Técnica:
Paul Logus -
Masterização
Jay Ruston - Mixagem
Ocvlta Designs by Surtsey - Capa, Layout
Francis Bouillon - Samples
Contatos:
Facebook:
https://www.facebook.com/kataklysm/
Assessoria:
E-mail:
Texto: M. Garcia
Há muito, já sabemos que é comum a banda transitar de um
trabalho inicial mais bruto para algo diferente. E quanto mais longa a
carreira, maior podem ser as diferenças. Isso nem sempre é bem vindo pelos fãs
das fases mais cruas, mas abre a possibilidade dos grupos alcançarem novos fãs
(e manter uma boa base dos antigos). Mas evoluir (e abraçar este processo) é
algo para os fortes e corajosos, e nisso, o KATAKLYSM nunca se deixou ser manipulado. “Meditations”, seu mais recente trabalho (que nos chega via Shinigami Records/Nuclear Blast Brasil),
prova isso para quem quiser ouvir.
O fato é que mesmo sendo rotulado como um grupo de Death
Metal, esses canadenses nunca deram muita bola para isso. Apenas seguem seus
instintos, vão e fazem. E no caso de “Meditations”,
eles mantêm o pé firme no seu estilo, mas abrindo para alguns elementos mais
modernos, ao mesmo tempo em que as melodias que permeiam sua música de uns anos
para cá estão se tornando mais e mais evidentes, e nem tudo é tão extremo em
termos de velocidade. Ou seja, esse disco dá continuidade à evolução musical
encontrada em “Of Ghosts and Gods”
de 2015, mas mantendo a autenticidade e essência brutal e furiosa de sempre.
A gravação teve uma mudança sensível: JF Dagenais dividiu a responsabilidade de fazer a parte de
engenharia de som o baterista Oli
Beaudoin. Na mixagem, o grupo trouxe Jay
Ruston (conhecido por seus trabalhos com ANTHRAX, STONE SOUR, ARMORED SAINT, ADRENALINE MOB e outros), além
de Paul Logus (que também já trampou
com o ANTHRAX, além de CRADLE OF FILTH e SONS OF APOLO). Tudo converge em termos de sonoridade para ser o
disco mais profissional possível do quarteto, além de permitirem que ele soe
moderno e vigoroso. Nisso, a engenharia fez uma parte ótima, com timbres
agressivos, mas secos e que dão uma ótima noção do que eles estão tocando. Além
disso, a arte da capa é de Suzy Iacono,
e transpira (de forma subjetiva) o título do disco, mas reparem bem que o
escudo do quarteto se encontra ali, criando o “link” entre as novas ideias com
a identidade amorfa do grupo.
Podemos dizer que “Meditations”
é, de longe, o disco mais variado do KATAKLYSM.
Óbvio que eles não negam seu passado, os fãs mais antigos perceberão isso, mas se
recusam a ficarem regravando o mesmo disco, usando arte e nomes diferentes, e
jogam na cabeça dos fãs. De forma algum, se percebe que as composições do disco
são todas muito bem feitas, com arranjos que se encaixam uns nos outros
perfeitamente, além de mostrarem a velha agressividade de sempre.
Em dez temas arrasadores, eles mostram que também apuraram
sua técnica, o que lhes garante maior diversidade musical. “Guillotine” é veloz, apesar de curta, já mostra aos fãs a que eles
vieram (que melodias bem sacadas). Em “Outsider”,
um pouco mais arrastada, temos uma faixa com elementos musicais mais modernos e
ótimo trabalho dos vocais (até a dicção melhorou). Transitando entre a aura
opressiva com tempos mais lentos e o impacto melódico das guitarras, “The Last Breath I’ll Take is Yours” é
maravilhosa, e que nos seduz facilmente, assim como o azedume de “Narcissist” (belo trabalho de baixo e
bateria, e a canção nos lembra de um pouco os elementos que ouvimos em “Blood in Heaven”). Em “Born to Kill and Destined to Die”, uma
composição mais simples em termos de arranjos e com ritmo oscilando entre
partes mais cadenciadas e outras em tempo mediano, percebem-se a presença de excelentes
solos de guitarra. Já explorando um pouco mais partes com os famosos “blast beats”,
temos “In Limbic Resonance”, outra
que explora bem as melodias das guitarras sem deixar de ser brutal. A cadência
do ritmo é um dos elementos de “...And
Then I Saw Blood”, uma canção instigante, que empolga o ouvinte e que tem
melodias decorativas maravilhosas. O clima fica ainda mais bruto e opressivo em
“What Doesn’t Break Doesn’t Heal”,
pois o andamento mais cadenciado privilegia essa ambientação carregada, mesmos
elementos de “Bend the Arc, Cut the Cord”.
E fechando, “Achilles Heel”, que
tem uma pegada mais moderna, que remete a “Of
Ghosts and Gods”, apenas com melodias mais soltas e evidentes. Até se
percebe bem subjetivamente alguma influência do EX-DEO em certas passagens, mas o pesso opressivo do quarteto não
permite que esta fique tão óbvia.
O KATAKLYSM veio
para quebrar barreiras, e tenham certeza: “Meditations”
veio pavimentar o caminho do quarteto para um público maior.
Ah, sim: como se já não fosse muito, a versão nacional de “Meditations” ainda tem um DVD bônus, cheio de músicas ao vivo, um documentário e muito mais. E assim, este lançamento vira um item obrigatório para todos!
Nota: 92%
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