Ano: 2018
Tipo: Full Length
Selo: Obskure Chaos Distro
Nacional
Tracklist:
1. Rite of
Fullmoon Over the Sepultures
2. Shoot to
Kill (je$u$)
3. The Old
Blade
4. Anticristum
(Belicus)
5. Dead (Cold
as a Graveyard)
6. Voodoo
(Demoni Invocation)
7. Dense
Forest, Nocturnal Paths
8. Place of
Pain, Desolation, Sadness & War
9. Shadows
Banda:
Sir
Ashtaroth - Vocais, guitarra base, violão de 12 cordas, backing vocals
Destroyer - Bateria, backing vocals
Dmysteriis - Baixo, backing vocals
Agares
- Guitarras, backing vocals, teclados, violão de 12 cordas
Ficha Técnica:
Joel Lima -
Produção
Malkuth -
Produção
Wagner de Matos
- Artwork
Black Shiva - Djembe, percussão, violão de 12
cordas em “Rite of Fullmoon Over the
Sepultures”
Contatos:
Site Oficial:
Assessoria: http://sanguefrioproducoes.com/artistas/MALKUTH/38
(Sangue Frio Produções)
E-mail: vitalpsantos@gmail.com
Texto: “Metal Mark” Garcia
Ao se falar no cenário mais extremo do Metal brasileiro,
muitos nomes antigos acabam sendo esquecidos. Estes são justamente aqueles que
ajudaram a criar o que temos de cenário nos dias de hoje. Existem lendas por
aí, tocando e não sendo reconhecidos por seu enorme valor. Um dos que merecem
aplausos é o do grupo pernambucano MALKUTH,
que há mais de 20 anos alimenta as chamas do Metal no Nordeste do Brasil. E é
bom vê-los na ativa, ainda mais agora, lançando seu novo trabalho, “Voodoo”.
Sendo o sétimo trabalho do grupo, o que “Voodoo” vem mostrar?
O fato é que o quarteto, conforme os anos foram
passando, foi lapidando o Black Metal soturno e influenciado pela escola grega.
Hoje, percebem-se nuances de Thrash Metal e Death Metal em sua música, mas sem descaracterizar
a aura sombria de seu trabalho musical. Ou seja, está mais bruto e trabalhado
que antes, ainda com estruturas harmônicas que ajudam a banda a ser mais
palatável aos ouvidos não iniciados em Black Metal. Além disso, “Voodoo” tem maior orientação às
guitarras, diferentemente de seus discos anteriores, onde toda a ambientação
vinha dos teclados (mas isso não quer dizer que eles estejam ausentes, pois as
partes ouvidas em “Anticristum (Belicus)” são ótimas). Mas é bom se prepararem,
pois a velha agressividade continua presente, bem como suas melodias e energia
empolgantes.
Ou seja, o MALKUTH
mostra-se um pouco diferente de antes, mas ainda assim, mantém sua identidade.
A produção sonora do disco ficou muito bem feita.
Justamente essa busca pela miscigenação de sua música com influências mais
brutais os levou a uma sonoridade mais seca, limpa, mas sem perder o impacto ou
o peso de antes. Além disso, a escolha dos timbres dos instrumentos foi muito
sábia, com algo mais claro e inteligível, o que lhes deu maior clareza, o que
nos dá a real impressão de como o quarteto é talentoso.
Nisso, a arte gráfica nos leva a uma apresentação visual
profana e carregada, de uma forma mais direta, “na lata”, algo que o grupo não
explorara de forma tão escancarada. Mas ficou ótima, mostrando um lado ainda
mais enegrecido da banda.
Mas não se enganem. Se não podemos rotular o
quarteto como o “ROTTING CHRIST
brasileiro”, podemos garantir que agora estão em outro nível, com um trabalho
mais personalizado. Além disso, existem partes que nos levam a pensar no DISSECTION e na escola Death/Black da
Suécia em vários momentos. Os arranjos estão mais bem cuidados, as canções se
tornaram mais curtas e diretas, mas novamente: ainda é o MALKUTH, e isso é mais que suficiente para garantir um bom disco.
O disco é bem homogêneo em termos de qualidade das composições,
todas elas apresentando momentos ótimos. Mas a fenomenal “Shoot to Kill
(je$u$)” (focada inteiramente nas guitarras,
com ótimo trabalho de riffs, além de mudanças de ritmo excelentes), a veloz “The
Old Blade” (outra em que as guitarras estão ótimas, junto com um jeitão
Death/Black Metal moderno graças aos arranjos), “Dead (Cold as a Graveyard)”
(uma canção mais ao jeito antigo, com muitas partes de teclados, mas ainda com
a força melódica vindo das guitarras, e onde baixo e bateria se destacam), “Voodoo (Demoni Invocation)” (uma faixa
sólida, compacta como uma rocha, e feita com linhas melódicas mais simples, mas
com ótimos arranjos), “Dense Forest, Nocturnal Paths” (que tem a
simplicidade e força que conhecemos de obras como “Under a Funeral Moon”
e “Thy Mighty Contract”, mostrando um conjunto de mudanças de tempo
excelentes), e “Shadows” (onde velhos e novos elementos do trabalho do
grupo se encontram harmoniosamente e criam uma canção excelente, com vocais
urrados à lá Old School) formam a espinha dorsal de “Voodoo”.
Um disco corajoso, feito
por veteranos que não possuem medo de ousar. E dessa forma, o MALKUTH
mostra-se vivo e preparado para novos desafios.
Nota: 94%
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