segunda-feira, 29 de outubro de 2018

MALKUTH - Voodoo


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Rite of Fullmoon Over the Sepultures
2. Shoot to Kill (je$u$)
3. The Old Blade
4. Anticristum (Belicus)
5. Dead (Cold as a Graveyard)
6. Voodoo (Demoni Invocation)     
7. Dense Forest, Nocturnal Paths
8. Place of Pain, Desolation, Sadness & War
9. Shadows


Banda:


Sir Ashtaroth - Vocais, guitarra base, violão de 12 cordas, backing vocals
Destroyer - Bateria, backing vocals
Dmysteriis - Baixo, backing vocals
Agares - Guitarras, backing vocals, teclados, violão de 12 cordas


Ficha Técnica:

Joel Lima - Produção
Malkuth - Produção
Wagner de Matos - Artwork
Black Shiva - Djembe, percussão, violão de 12 cordas em “Rite of Fullmoon Over the Sepultures”


Contatos:

Site Oficial:
Assessoria: http://sanguefrioproducoes.com/artistas/MALKUTH/38 (Sangue Frio Produções)

Texto: “Metal Mark” Garcia


Ao se falar no cenário mais extremo do Metal brasileiro, muitos nomes antigos acabam sendo esquecidos. Estes são justamente aqueles que ajudaram a criar o que temos de cenário nos dias de hoje. Existem lendas por aí, tocando e não sendo reconhecidos por seu enorme valor. Um dos que merecem aplausos é o do grupo pernambucano MALKUTH, que há mais de 20 anos alimenta as chamas do Metal no Nordeste do Brasil. E é bom vê-los na ativa, ainda mais agora, lançando seu novo trabalho, “Voodoo”.

Sendo o sétimo trabalho do grupo, o que “Voodoo” vem mostrar?

O fato é que o quarteto, conforme os anos foram passando, foi lapidando o Black Metal soturno e influenciado pela escola grega. Hoje, percebem-se nuances de Thrash Metal e Death Metal em sua música, mas sem descaracterizar a aura sombria de seu trabalho musical. Ou seja, está mais bruto e trabalhado que antes, ainda com estruturas harmônicas que ajudam a banda a ser mais palatável aos ouvidos não iniciados em Black Metal. Além disso, “Voodoo” tem maior orientação às guitarras, diferentemente de seus discos anteriores, onde toda a ambientação vinha dos teclados (mas isso não quer dizer que eles estejam ausentes, pois as partes ouvidas em Anticristum (Belicus)” são ótimas). Mas é bom se prepararem, pois a velha agressividade continua presente, bem como suas melodias e energia empolgantes.

Ou seja, o MALKUTH mostra-se um pouco diferente de antes, mas ainda assim, mantém sua identidade.

A produção sonora do disco ficou muito bem feita. Justamente essa busca pela miscigenação de sua música com influências mais brutais os levou a uma sonoridade mais seca, limpa, mas sem perder o impacto ou o peso de antes. Além disso, a escolha dos timbres dos instrumentos foi muito sábia, com algo mais claro e inteligível, o que lhes deu maior clareza, o que nos dá a real impressão de como o quarteto é talentoso.

Nisso, a arte gráfica nos leva a uma apresentação visual profana e carregada, de uma forma mais direta, “na lata”, algo que o grupo não explorara de forma tão escancarada. Mas ficou ótima, mostrando um lado ainda mais enegrecido da banda.

Mas não se enganem. Se não podemos rotular o quarteto como o “ROTTING CHRIST brasileiro”, podemos garantir que agora estão em outro nível, com um trabalho mais personalizado. Além disso, existem partes que nos levam a pensar no DISSECTION e na escola Death/Black da Suécia em vários momentos. Os arranjos estão mais bem cuidados, as canções se tornaram mais curtas e diretas, mas novamente: ainda é o MALKUTH, e isso é mais que suficiente para garantir um bom disco.

O disco é bem homogêneo em termos de qualidade das composições, todas elas apresentando momentos ótimos. Mas a fenomenal “Shoot to Kill (je$u$)” (focada inteiramente nas guitarras, com ótimo trabalho de riffs, além de mudanças de ritmo excelentes), a veloz “The Old Blade” (outra em que as guitarras estão ótimas, junto com um jeitão Death/Black Metal moderno graças aos arranjos), “Dead (Cold as a Graveyard)” (uma canção mais ao jeito antigo, com muitas partes de teclados, mas ainda com a força melódica vindo das guitarras, e onde baixo e bateria se destacam),  “Voodoo (Demoni Invocation)” (uma faixa sólida, compacta como uma rocha, e feita com linhas melódicas mais simples, mas com ótimos arranjos), “Dense Forest, Nocturnal Paths” (que tem a simplicidade e força que conhecemos de obras como “Under a Funeral Moon” e “Thy Mighty Contract”, mostrando um conjunto de mudanças de tempo excelentes), e “Shadows” (onde velhos e novos elementos do trabalho do grupo se encontram harmoniosamente e criam uma canção excelente, com vocais urrados à lá Old School) formam a espinha dorsal de “Voodoo”.

Um disco corajoso, feito por veteranos que não possuem medo de ousar. E dessa forma, o MALKUTH mostra-se vivo e preparado para novos desafios.

Nota: 94%

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