segunda-feira, 29 de outubro de 2018

SAD THEORY - Entropia Humana Final


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Willard Suitcases
2. Antífona
3. Maestro
4. Inanição
5. Punhais Longos, Cortes Profundos
6. A Cadela de Buchenwald
7. Occipício
8. A Alvorada das Hienas
9. S-21
10. Before my Turn, Agonizing
11. Entropia Humana Final


Banda:


Cláudio Rovel - Vocais
Alysson Irala - Guitarras
Wenttor Collete - Guitarras
Daniel Franco - Baixo
Jefferson Verdani - Bateria


Ficha Técnica:

Alysson Irala - Produção, mixagem, masterização
Guilherme “Luxyahak” Medina - Vocals limpos “em Inanição”
Wenttor Collete - Teclados em “Entropia Humana Final”
Tersis Zonato - Artwork


Contatos:

Site Oficial:
Assessoria: http://sanguefrioproducoes.com/artistas/SAD+THEORY/62 (Sangue Frio Produções)

Texto: “Metal Mark” Garcia


A história do Metal brasileiro não é feita apenas de nomes gigantes ou médios. Mais de 80% das bandas do país vivem relegadas ao underground, e mesmo serem enormes em suas regiões, mas que devido às dificuldades causadas pelas grandes distâncias e falta de economia decente, acabam ficando restritas aos cenários de suas cidades/estados. E isso é uma pena, pois bandas como o SAD THEORY, um veterano de 20 anos de lutas em Curitiba (PR) merece respeito. Que o diga o novo disco do grupo, Entropia Humana Final”.

Fazendo algo que podemos dizer que transita entre o Technical/Melodic Death Metal com algumas suaves nuances de Thrash Metal, o grupo mostra um trabalho musical bem pensado, criado sob uma identidade sonora forjada por lutas, sucessos e insucessos dentro da cena. E sendo o sexto álbum do grupo, se percebe que é uma musicalidade madura, calcada em muitas influências dos anos 8 e 90, mas com personalidade e energia de sobra, tudo sob uma base sonora formada pela homogeneidade entre os instrumentos musicais e vocais (ou seja, todos possuem o mesmo destaque e valor em termos de composição).

Sim, “Entropia Humana Final” é um disco muito bom.

A sonoridade do disco ficou bem muito bom nível, pois tudo é compreensível aos ouvidos, mostrando um trabalho bem feito em termos de mixagem e masterização. É bruto e bem feito, com uma timbragem instrumental muito boa. Peso, energia e agressividade alinhados de forma a tornarem o disco um autêntico murro nos ouvidos mais incautos.

Na parte de arte gráfica, capa e ilustrações do encarte usam tons mais sombrios, já que a mensagem das letras da banda é dura (mas baseadas inclusive na literatura, como mencionado no encarte).

O SAD THEORY sabe balancear muito bem os aspectos sonoros de seu trabalho. Sem focar mais nas melodias ou na agressividade, eles conseguem mostrar algo diferenciado em um cenário musical onde as velhas fórmulas já foram gastas pelo uso excessivo. Arranjos dinâmicos criam partes musicais que se encaixam como um quebra-cabeça, e quem ganha com isso é o ouvinte. Aliás, é preciso dizer que muito da música do quinteto aglutina influências mais modernas, e assim, a música da banda não soa datada em momento algum.

Em 11 músicas, o grupo mostra enorme coesão, e que a experiência musical aliada ao bom gosto imperou na composição de cada uma delas. E destacam-se “Willard Suitcases” (o peso agressivo do Death/Thrash Metal é intenso, mas próximos ao refrão, surgem melodias excelentes, e que guitarras ótimas em riffs e solos), “Maestro” (partes técnicas ótimas de baixo e bateria, que mantém uma base rítmica sólida e muito pesada), “Inanição” (belos vocais limpos contrastando com os guturais, sem contar que o andamento lento privilegia o lado mais pesado e melódico do grupo), “A Cadela de Buchenwald” (cheia de variações de riffs, e outra que transita entre a brutalidade e melodias de forma incrível), “Occipício” (um andamento dinâmico e que gruda em nossos ouvidos, nos levando a balançar a cabeça sem nem mesmo percebemos, e isso sem perder o “approach” técnico), “A Alvorada das Hienas” (curta, grossa, mas cheia de alinhavos melódicos fortes no meio de tanta agressividade), e a versão da banda para “Before my Turn, Agonizing”, do grupo paranaense INFERNAL (que ganhou uma vida nova e um alinhavo mais melodioso, mas respeitando sua estrutura original). E a longa e trabalhada instrumental “Entropia Humana Final” é excelente (mesmo depois de um longo silêncio, temos uma parte de cordas ótima).

A verdade é: todo fã de Metal do Brasil deveria dar uma chance a si mesmo e conhecer o trabalho do SAD THEORY. “Entropia Humana Final” justifica estas palavras.

Nota: 85%

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