domingo, 18 de novembro de 2018

CREYE - Creye


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Importado


Tracklist:

1. Holding On
2. Nothing to Lose
3. Different State of Mind
4. Never Too Late
5. All We Need is Faith
6. Miracle
7. Christina
8. Straight to the Top
9. Love Will Never Die
10. Still Believe in You
11. City Lights
12. Desperately Lovin’
13. A Better Way
14. Straight to the Top (versão acústica)


Banda:


Robin Jidhed - Vocais
Andreas Gullstrand - Guitarra solo
Fredrik Joakimsson - Guitarra base
Gustaf Örsta - Baixo
Joel Rönning - Teclados
Arvid Filipsson - Bateria


Ficha Técnica:

Erik Wiss - Produção


Contatos:

Assessoria:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Há 30 e poucos anos atrás, o mundo fora conquistado pelo Rock. Era o estilo mais popular e mais ouvido pelos quatro cantos da Terra, mas poucos têm a percepção de que este sucesso comercial se dava graças ao AOR, um estilo caracterizado pelas melodias de fácil assimilação, refrães estrategicamente simples de se gravar (e cantar), e onde a força principal não residia apenas nas guitarras, mas no fato de que estas dividiam as atenções nos arranjos com os teclados. Era algo tão simples de se fazer e com resultados rápidos que muitas bandas de Hard/Glam Metal usaram de elementos de AOR para construir seus discos. Hoje, o estilo tem sua popularidade diminuída por estar ausente do mercado norte-americano, mas para uma sorte de todos nós, a Suécia virou o porto seguro do gênero e nos revela bandas de excelente qualidade, como o CREYE, sexteto da cidade de Malmö, que chega com seu primeiro álbum, “Creye”, lançado pela Frontiers Music SRL.

Pode-se dizer que o grupo foca seus esforços em criar um trabalho que transita entre o AOR e o Pop Rock dos anos 80, ou seja, existe um feeling saudosista evidente. Mas não soa datado, muito pelo contrário: o sexteto soube dar uma roupagem atual ao estilo que é envolvente. Fora isso, se preparem, pois não há um simples momentos nesse disco inteiro que não seja ganchudo, que não fique em nossas mentes por semanas a fio. Além disso, é preciso deixar claro que o grupo apresenta um bom nível técnico em suas canções, mas o foco é mesmo em criar excelentes melodias fáceis de assimilar, refrães grandiosos e desencadeiam uma energia abusivamente grudenta!

Sim, o CREYE mostra que veio para ficar!

Erik Wiss trabalhou na produção de “Creye”, e ele soube como trazer o trabalho musical do sexteto para a atualidade, sem descaracterizar o feeling “retro” que eles carregam. Além disso, a sonoridade é cristalina, limpa e com tudo soando em seus devidos lugares (ou seja, nada dos teclados sobrepondo as guitarras, como muitos discos de AOR teimam em fazer), com timbres bem definidos e modernos, além de uma dose de peso que só faz bem ao trabalho do grupo.

Guitarras melodiosas com riffs ganchudos (e solos muito bem feitos), base rítmica sólida e com peso, teclados criando ambientações perfeitas, vocais afiados (que lembram um pouco C. J. Snare em alguns momentos), e uma capacidade de criar arranjos que seduzem o ouvinte como um beijo da pessoa amada da juventude em um primeiro encontro. Mas ao mesmo tempo, há momentos poderosos que conquistam os ouvintes, mesmo que não sejam fãs de Rock.

É um disco que não tem melhores momentos. Todas as canções são excelentes, em um nível musical absurdo, mesmo não sendo algo que nunca tenhamos ouvido antes em termos de estilo. Mas “Holding On” (uma típica faixa de abertura poderosa e que gruda nos ouvidos, com um refrão absurdamente simples de gostar e cantar junto, tudo sobre uma base rítmica perfeita, e ótimas partes de teclados), a solidez de “Nothing to Lose” (com um ritmo um pouco mais lento, mas aquela pesada mais pesada, novamente mostrando arranjos precisos de teclados e vocais nas mudanças de ritmo), as pegajosas “Different State of Mind” (descaradamente uma mistura de Pop Rock e AOR, mas em uma mistura bem equilibrada e acessível, outra com refrão marcante e com uma energia incrível) e “All We Need is Faith” (onde temos algo um pouco mais pesado, e com maior ênfase nas guitarras, sem que a essência AOR seja descaracterizada), a descaradamente Pop Rock “Miracle”, as refinadas orquestrações de teclados exibidas na deliciosa “Christina” (mas é bom repararem como as guitarras estão ótimas), a ambientação melodiosa perfeita criada por vocais e backing vocals em “Straight to the Top”, a paulada AOR “Still Believe in You” (pesada e grudenta, e com um trabalho muito bom de baixo e bateria), e a “pondo a casa abaixo” “City Lights” (outra cheia de energia e uma porretada). E como faixa bonus, ainda temos a linda versão acústica para “Straight to the Top”. E é de deixar os olhos cheios de lágrimas ter que deixar alguma das outras canções de fora, pois o peso, as melodias, os refrães... Tudo nesse disco é meticulosamente composto para ser grudento, e assim, nos proporcionar prazer.

Dizer que “Creye” é um forte candidato ao Top10 do ano não chega a ser um pecado. É uma obrigação!

Nota: 100+%









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