terça-feira, 27 de novembro de 2018

STRATOVARIUS - Enigma: Intermission II


Ano: 2018
Tipo: Coletânea
Nacional


Tracklist:

1. Enigma
2. Hunter
3. Hallowed
4. Burn Me Down
5. Last Shore
6. Kill It with Fire
7. Oblivion
8. Second Sight
9. Fireborn
10. Giants
11. Castaway
12. Old Man and the Sea
13. Fantasy
14. Shine in the Dark
15. Unbreakable
16. Winter Skies


Banda:


Timo Kotipelto - Vocais
Matias Kupiainen - Guitarras
Jens Johansson - Teclados
Lauri Porra - Baixo
Rolf Pilve - Bateria
Jörg Michael - Bateria em “Hallowed”, “Last Shore”, “Second Sight”, “Castaway” e “Winter Skies”


Ficha Técnica:

Matias Kupiainen - Produtor
Mikko Karmila - Mixagem
Risto Hemmi  - Gravação (Orquestra)
Gyula Havancsák - Arte da Capa


Contatos:

Assessoria:
E-mail:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Compilações (ou coletâneas), muitas vezes, são para preencher o tempo em que uma banda leva entre dois discos inéditos. Uma prática que se mantém mesmo hoje em dia, em que os hiatos entre o lançamento de material novo das bandas ficam cada vez maiores por conta da necessidade de turnês mais e mais extensas para o sustento dos integrantes. Alguns materiais são apenas “mais do mesmo”, ou seja, nada de inédito, apenas uma coleção nos moldes “best of”. Mas algumas são diferentes e valem a pena o investimento. Um desses casos é “Enigma: Intermission II”, recém-lançado trabalho dos finlandeses do STRATOVARIUS. E como a banda tem uma enorme legião de fãs no Brasil, a Shinigami Records tornou o acesso mais fácil por meio de um versão nacional.

O que faz desse disco especial?

Uma relação simples explica tudo:

As canções 1, 4 e 7 são novas (ou seja, material que vem preencher a necessidade dos fãs por material fresco); 2 e 9 são canções bônus raras; 3, 5 e 12 são canções bônus raras nunca antes lançadas em CD; 6, 8, 10 e 11 nunca foram lançadas antes na Europa (provavelmente, bônus de edições japonesas); por fim, as canções de 13 a 16 são verões novas com orquestras. Ou seja, é algo que realmente merece a aquisição da parte dos fãs da banda (dos mais “die-hard” aos medianos).

No que tange ao que é novo, o quinteto continua fazendo seu Heavy/Power Metal melodioso que lhes rendeu fama mundial, embora evitem algo muito extremado em termos de velocidade. Nelas, o grupo mostra-se mais melodioso, trabalhando bem as variações rítmicas, mas sem perder a noção de ser grudento aos ouvidos. O nível técnico também se apresenta mais sóbrio, o que lhes rende boa dose de acessibilidade musical, e os refrães continuam marcantes. Sim, eles deram uma maneirada, embora continuem sendo o STRATOVARIUS de sempre.

Em termos de sonoridade, a produção buscou algo um pouco mais agressivo para os timbres de guitarras, algo mais bruto, mas sem que os teclados desapareçam (de forma alguma), ou que as melodias fiquem comprometidas. A qualidade sonora continua sendo de alto nível, de forma que cada um dos instrumentos, vocais e backing vocals sejam claros. Tudo feito em alto nível, uma “trademark” do grupo. A arte, como sempre, é algo elegante e com um toque de transcendental que estamos acostumados.

Muitos reclamam da banda desde a saída do guitarrista Timo Tolkki em 2008, mas é preciso dizer que, embora existam mudanças estilísticas aqui e ali, o “corpo” musical do STRATOVARIUS ainda é o de antes. E mesmo depois de uma enxurrada de bandas do estilo na década passada, são um dos poucos que se mantém ativo e relevante. Isso porque os seus integrantes continuam sendo compositores de mãos cheias, bem como instrumentistas com visão do que fazem. Aliás, as canções novas refletem tudo isso, fora que em termos de arranjos, tudo continua tão bom como antes, apenas um pouco diferente.

“Enigma” tem um andamento não muito veloz, com belíssimos arranjos de teclados e guitarras, além de um refrão extremamente influenciado pelo AOR moderno. “Burn me Down” mostra a banda ainda com andamento em tempos medianos, embora com guitarras mais agressivas (e os vocais estão muito bem, diga-se de passagem). E “Oblivion” é uma faixa mais climática, focada em uma atmosfera mais densa criada pelos teclados e efeitos, mais com backing vocals providenciais, além de bom trabalho de baixo e bateria, outra em que um toque de AOR se faz sentir.

No mais, as outras canções são ótimas. “Hunter” tem um jeitão instigante e mais pesado, enquanto “Fireborn” já os aproxima mais do Heavy/Power Metal clássico que os caracterizou, o mesmo ocorrendo em “Last Shore”. Em “Hallowed”, os teclados e o baixo se sobressaem mais devido ao enfoque mais denso em alguns momentos. Em “Kill It With Fire” e “Second Sight”, tem-se mesmo o jeito mais clássico do grupo, embora adornado com toques de Prog Metal em algumas partes. O STRATOVARIUS mais clássico pode ser ouvido em “Giants” por sua dinâmica mais veloz e maior evidência das guitarras, e mesmo um tantinho diferente, “Castaway” mostra essa mesma essência. “Old Man and the Sea” é uma baladinha bonita de vocais, violão e pianos, cheia de uma forte carga de “feeling”.

Agora, as versões orquestrais de “Fantasy”, “Shine in the Dark”, “Unbreakable” e “Winter Skies” são de discos após a saída de Timo, logo, pegam um jeito mais simplificado e não tão técnico de ser, mas ao mesmo tempo, estão cheias de belos crescendos e partes com belíssimos arranjos.

Óbvio que o STRATOVARIUS ainda está devendo um “full length” inédito, mas verdade seja dita: “Enigma: Intermission II” é, ao mesmo tempo, um lenimento e um aperitivo para todos.

Aproveitem!

Nota: 92%






Spotify

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