Ano: 2018
Tipo: Full
Length
Selo: Cogumelo Records
/ Voice Music
Nacional
Tracklist:
1. Intro
2. A Crutch
3. Mental Dispain
4. Horror Show
5. Subterrâneo
6. Two Centuries to You Die
7. Infinita
Psicopatia
8. Moviment?
9. Choice a Label
10. Life of Lies
11. No, Nothing
12. Shits Factory
13. You Fool
14. Ato Premeditado
15. Alucinações Apoiando
o Terror
16. Behavior
17. This Again
18. Mi Ne Kurbigu
19. Década de Dor
20. Maníaco Inimigo
21. As a Kick in Your Head
22. I’m Arrogant
Banda:
Saulo Eustáquio - Vocais
Charlie Curcio -
Guitarras, backing vocals
Hash Golem - Baixo
Fred Catarino - Bateria
Ficha Técnica:
Stomachal Corrosion -
Produção
Cristiano Fucker - Produção, mixagem
André Scares - Masterização
Fernando Drowned - Artwork
Contatos:
Site Oficial: http://charliecurcio.blogspot.com
Instagram:
Assessoria:
E-mail: charlie.sxcx@ig.com.br
Texto: “Metal Mark” Garcia
Introdução:
Na primeira metade dos anos 80, surgiu um filho extremo dentro do Metal que tem
fascinado alguns, sido fonte de desgostos para outros, mas cujo valor o tempo
já provou: o Grindcore. Nascido graças a bandas como NAPALM DEATH (os pioneiros), AGATHOCLES
e REPULSION, o estilo surge de uma
mistura de Hardcore, Thrash Metal e Death Metal, mas que tem o uso extremado de
“blast beats” e outros elementos. E nesse terreno, ou é “ame ou odeie”, não
existe meio termo. E o Brasil já revelou (bem como ainda revela) nomes fortes
no gênero, sendo o STOMACHAL CORROSION,
de Belo Horizonte (MG), um quarteto famigerado que acaba de lançar seu mais
recente álbum, “Stomachal Corrosion”.
Análise geral:
Simplesmente, Grindcore/Crust/Noisegrind na veia mais “Old School”
possível, sem abrir concessões a nada que soe bonitinho. Aqui, a ogrice extrema
à lá “Scum” e “From Enslavement to Obliteration” impera, embora não se possa
dizer que eles não possuem algumas influências individuais de algo diferente
(existem partes que remetem ao Death Metal dos anos 80, como se percebe nas
passagens cadenciadas de “Horror Show”).
Obviamente, não vai agradar a todos os fãs de música pesada que não gostam de
Grindcore (ou que dizem não gostar sem nunca ter ouvido por mera
infantilidade), mas para quem gosta de algo extremo, bruto e agressivo de doer
os dentes, este é o disco certo!
Arranjos/composições:
O ponto forte nas músicas do quarteto é justamente evitar refinamento técnico
excessivo ou algo do tipo. É duro, cru e direto, sem firulas, e justamente por
isso é tão bom, espontâneo e cujo único compromisso é gerar a impressão que
existe uma furadeira elétrica desentupindo os ouvidos de uma forma, digamos,
nada aconselhável. Mas não pense que a simplicidade técnica implica em algo
repetitivo. Nada disso, é justamente nisso que reside a genialidade do
quarteto: simples, direto e feito com o coração. É uma torrente de energia, e
que gruda nos ouvidos!
Qualidade sonora:
Os iniciados no gênero sabem muito bem que fazer superproduções no Grindcore
não adianta. É preciso saber gerenciar a crueza sonora e agressividade com algo
de boa qualidade. No caso do STOMACHAL
CORROSION, eles mesmos junto com Cristiano
Fucker fizeram um bom trabalho na produção, pois evitando fazer algo excessivamente
limpo, sua música soa espontânea e cheia de vida. Mas isso não significa que é
algo tosco e embolado, longe disso: tudo é compreensível, apenas soa rude e
sujo porque é algo do gênero.
Arte gráfica/capa:
Fernando “Drowned” Lima é o designer
da arte do CD, e ele pegou a essência das letras e da música do grupo e lhes
deu corpo. A capa vai rebuscar algo do AUTOPSY
na arte, enquanto o encarte tem aquele jeitão de “Scum”, embora mais bem organizado e limpo.
Destaques musicais:
21 murros no nariz esperam o ouvinte, com canções curtas que mal chegam aos 2 minutos
de duração (apenas duas passam dos 3 minutos). Mas dessa forma, não se torna
enjoativo aos ouvidos em momento algum. E “A
Crutch” (pancadaria extrema e insana, com urros guturais extremos e
andamento entre a velocidade tradicional do Hardcore e outros mais Grindcore
mesmo), “Mental Dispain” (ótimos
riffs de guitarra, mostrando a essência Grind/Crust da banda), “Horror Show” (onde o NAPALM DEATH nas partes rápidas se encontra com o MORBID ANGEL nos momentos lentos, mostrando um trabalho muito bom
de baixo e bateria), o jeito mais Crust com ritmos mais lentos de “Two Centuries to You Die”, a
selvageria Hardcore/Grind de “Infinita
Psicopatia” (vocais guturais urrados de primeira, herdando o jeitão extremo
de Lee Dorrian do passado e “Barney” Greenway sem copiá-los), “Moviment?” (um tiro nos ouvidos de tão
bom, outra em que o ritmo se alterna bastante), “No, Nothing” (como o quarteto sabe fazer músicas que grudam nos
ouvidos, sendo essa bem arranjada e com variações vocais entre gutural e
timbres esganiçados de primeira), “You
Fool” (essa em uma pegada/vibe mais tradicional em termos de Grindcore, e
reparem bem no jeitão HC do baixo e da bateria em muitas partes), “Alucinações Apoiando o Terror” (por
ser uma das canções mais longas, ela possui um jeitão Grind/Death Metal à lá “Harmony Corruption”, mesmo com sua
essência extrema), a curta e grossa “This
Again”, “Década de Dor” (ótimas
variações de ritmo e toques de influências do Thrash Metal germânico dos anos
80), a bruta e “na cara” “As a Kick in
Your Head” (outra com toques de Thrash Metal, especialmente nos riffs de
guitarra), e a cadenciada e azeda “I’m
Arrogant” (que mostra a versatilidade e maturidade do grupo, justamente por
fazerem algo mais lento e cadenciado).
Conclusão: Sabendo
não se perder em meio aos tempos modernos, o STOMACHAL CORROSION veio para mostrar que continua vivo, selvagem e
disposto a provocar surdez em muitos com “Stomachal
Corrosion”. Mas aos fãs, é um belo presente!
Nota: 90%
“Stomachal Corrosion”: https://www.youtube.com/watch?v=qD4wibDBwYQ
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