Ano: 2018
Tipo: Full
Length
Selo: Rotthness Records
Nacional
Tracklist:
1. Intro - Dirty
Blood
2. Your
Lies, Your Fall
3. Favelas,
Senzalas
4. Monument
to Hate
5. There’s
no Tomorrow
6. Violence
7. Ancestral
8. Forgotten
by God
9. Sowed by
Lies
10. World
in Collapse
11. Mazurka
Banda:
M. Mictian - Vocais, baixo
R. Rassan - Guitarras
R. Lobato - Bateria
Ficha Técnica:
M. Mictian - Produção
R. Rassan - Produção
Ciero - Mixagem, masterização
Edu Nascimentto - Arte da capa
Contatos:
Site Oficial:
Facebook: https://www.facebook.com/affrontmetal/
Instagram:
Assessoria:
E-mail: affrontmetal@gmail.com (imprensa/merchandising) / janisluanini@gmail.com (shows)
Texto: “Metal Mark” Garcia
Introdução:
Entre os anos de 1986 e 1987, muitos fãs da época encararam alguns discos com
muita desconfiança. Aqueles que faziam algo mais brutal começaram a abrir mão
da agressividade desmedida em pró de uma sonoridade mais “internacionalizada”
(ou seja, mais polida e trabalhada, e menos explosiva). Discos como “Beyond the Gates” do POSSESSED, “Eternal Devastation” do DESTRUCTION,
“Terrible Certainty” do KREATOR, e “Persecution Mania” do SODOM
marcam o início do que chamamos hoje de Thrash/Death Metal, ou seja, é o “caminho”
que bandas de Death Metal e/ou Black Metal usaram para chegar ao Thrash Metal.
Assim sendo, nesse meio termo, temos inúmeras bandas, entre elas o trio carioca
AFFRONT nos surpreende em “World in Collapse”, seu segundo disco
álbum.
Análise geral:
O segundo play da banda mostra uma mudança no “line up” do trio: o
baterista Jedy Nahay (que gravou “Angry Voices”) deu lugar a R. Lobato (conhecido por seu trabalho
com nomes como ÂNSIA DE VÔMITO,
MYSTERIIS, PROPHECY, TELLUS TERROR, UNEARTHLY, entre outros). De um lado, a
banda ganhou um pouco mais de técnica, mas a brutalidade musical de antes dá
espaço a algo mais seco e “rasgado” (um bom exemplo disso se percebe nos
timbres dos vocais, que estão mais esganiçados que guturais, embora existam
momentos em que eles estão evidentes), ao mesmo tempo em que a musicalidade
ganhou maior ênfase melódica (como se percebe nos solos de guitarra). Ou seja,
se for aferido que “Angry Voices” é
um disco de Death/Thrash Metal (ou seja, a ordem mostra maior ênfase no lado
Death Metal), “World in Collapse”
mostra o trio em um formato mais Thrash/Death Metal, ou seja, mais trabalhado influenciado
pela escola alemã. Mas se pode aferir que existem influências musicais externas
que são percebidas com clareza na versão do grupo para “Mazurka”, um antigo chorinho de Villa Lobos.
Arranjos/composições:
o que salta aos olhos é que, mesmo mantendo a coerência com sua personalidade
musical, o trio soube trabalhar bem os seus arranjos, sem que a espontaneidade
fosse perdida. A sonoridade mais seca evidencia o trabalho instrumental, mostrando
que houve evolução no aspecto técnico, além de amadurecimento em termos
melódicos. Além disso, apesar da agressividade inerente ao AFFRONT, “World in Collapse”
mostra-se mais acessível, de melhor digestão.
Qualidade sonora:
Para esse disco, o trabalho de M.
Mictian e R. Rassan na produção
foi muito bem feito. Gravado no Musicálico Studio no Rio de Janeiro, e com a mixagem
e masterização de Ciero (conhecido
produtor musical que já assinou trabalhos de nomes como RATOS DE PORÃO, KRISIUN, CLAUSTROFOBIA, TORTURE SQUAD e outros), os
esforços deles resultou em uma qualidade sonora seca e ríspida, algo quase que
oposto ao que se ouviu em “Angry Voices”.
Nisso, temos que os instrumentos estão com timbres mais próximos do som ao vivo,
sem muitos enfeites. Ponto para a banda, pois essa sonoridade encaixa no
contexto musical de “World in Collapse”.
Arte gráfica/capa:
O conhecido tatuador Edu Nascimento
assina a capa do CD. Nela, transpira toda a revolta, a agressividade lírica do
grupo, e serve como uma “carta de apresentação” ao conteúdo musical.
Destaques musicais:
O nível de composição é bem distribuído por todo o disco, mas se destacam “Dirty Blood” (uma canção agressiva e
veloz, com ótimos riffs e solos), a cadência envolvente de “Your Lies, Your Fall” (esta é cheia de energia, mostrando bons
vocais e boas conduções rítmicas), a opressiva “Favelas, Senzalas” (rápida e com partes equilibradas entre Thrash
Metal e Death Metal, além de lindas melodias), a explosiva “Monument to Hate” (uma solidez rítmica incrível, com momentos mais
velozes aqui e ali, mas imperando uma ambientação opressiva devido aos
andamentos cadenciados), a presença de toques de Groove no início de “Violence” (que logo se mostra um
torpedo Thrash/Death Metal à lá anos 80), o ritmo envolvente de “Forgotten by God”, os toques
percussivos nativos do Brasil em “Sowed
by Lies” (algo próximo ao Frevo, sendo que a música tem um alinhavo denso e
bem influenciado pelo Death Metal inglês em certos momentos), e a beleza curta
de “Mazurka”, uma instrumental que
encerra o disco quase que em uma forma de lamento.
Conclusão: mais
maduro, e menos furioso; mais voltado ao Thrash Metal que ao Death Metal, “World in Collapse” vem para mostrar o
quanto o AFFRONT ainda pode render,
pois se renovam sem perder sua identidade.
Nota: 100%
Dirty Blood: https://www.youtube.com/watch?v=vh5A9BFl4Y0
Monument to
Hate: https://www.youtube.com/watch?v=YiKlVJp7EvY
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