terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

RAVEN - Screaming Murder Death from Above: Live in Aalborg


Ano: 2019
Tipo: Disco ao vivo
Selo: Shinigami Records
Nacional



















Tracklist:

1. Destroy All Monsters
2. Hell Patrol
3. All for One
4. Hung Drawn and Quartered
5. Rock Until You Drop
6. A.A.N.S.M.M.G.N.
7. Tank Treads (the Blood Runs Red)
8. Faster Than the Speed of Light
9. On and On
10. Break the Chain
11. Crash Bang Wallop


Banda:


John Gallagher - Vocais, baixo
Mark Gallagher - Guitarras
Mike Heller - Bateria


Ficha Técnica:


Contatos:

Site Oficial: http://www.ravenlunatics.com/
Facebook: https://www.facebook.com/ravenbandofficial/
Instagram:
Assessoria:
E-mail:

Texto: “Metal Mark” Garcia



John & Mark
Análise geral: Muitos se perguntam os motivos de muitas bandas clássicas não terem o merecido reconhecimento. São muitos, e talvez a história do trio inglês RAVEN seja um bom exemplo.

Nos seus tempos iniciais, praticando um Heavy Metal vigoroso à lá JUDAS PRIEST com muita influência de Hard Rock setentista e uma energia absurda, a banda lançou 3 discos clássicos em sequência, que são “Rock Until You Drop”, “Wiped Out” e “All for One”, quando foram contratados por um selo grande (a Atlantic Records) e lançaram “Stay Hard” (de 1985) e “The Pack is Back” (de 1986), claramente influenciados pelo cenário Glam Metal que era sucesso comercial nos EUA, mas que não conseguiu atingir novos fãs e espantou a maioria dos antigos. Ainda em 1986, lançam o EP “Mad”, que era uma tentativa de retorno ao seu estilo clássico, assim como “Life’s a Bitch” de 1987. Mas o mal já havia sido feito, e entre os anos de 1984 e 1987, regredir em termos de popularidade (ou seja, perder fãs) era quase que encerrar sua carreira, pois a competitividade era enorme, e, além disso, aquela sonoridade advinda da NWOBHM estava perdendo espaço rapidamente para a invasão do Thrash Metal (que começou a se agigantar comercialmente em 1986). De lá para cá, o trio manteve uma popularidade notória e “cult”, mas jamais chegaram onde poderiam se não tivessem aberto mão de sua sonoridade nos discos de 1985 e 1986. Mas isso nunca os abalou, e de lá para cá, fizeram trabalhos incríveis que seus fãs souberam apreciar.

E na esteira da valorização do Old School Metal, o trio de Newcastle (hoje radicado em Nova York), eles lançam o ótimo “Screaming Murder Death from Above: Live in Aalborg”, seu terceiro disco ao vivo, que recebeu lançamento nacional pela Shinigami Records.

Mark Gallagher

“Aovivabilidade”: Como dito acima, uma das maiores características do trio sempre foi sua enorme energia ao vivo, algo que os irmãos John Gallagher e Mark Gallagher (fundadores do grupo) nunca abriram mão. Além disso, é um disco ao vivo tão espontâneo que apenas duas edições foram feitas: uma devido às oscilações de microfones, e uma devido a uma das cordas do baixo ter arrebentado enquanto tocavam “Hell Patrol” (isso para o leitor ter uma ideia de como o grupo é agitado ao vivo), ou seja, é um disco aos moldes dos “old times”. Além disso, o novo baterista do grupo, Mike Heller (do FEAR FACTORY, tem uma pegada bem pesada que se encaixou muito bem no trabalho do trio (o anterior, Joe Hasselvander, teve que encerrar a carreira por conta de um ataque cardíaco). Além disso, o clima ao vivo é sensível por conta da participação do público presente.

John Gallagher

Qualidade sonora: Captado na apresentação do grupo no Aalborg, Dinamarca, em 2017, o show foi gravado sem a banda ter conhecimento prévio, ou seja: o trio mostra-se totalmente espontâneo. Óbvio que os arquivos que receberam em um flashdrive receberam o devido trabalho de estúdio para acertos (como ditos acima), mas sem que o “feeling” de um show. Mas é incrível que a qualidade de som, mesmo com sua aura orgânica e quase “bootleg” seja tão boa a ponto de se conseguir ouvir tudo sem grandes problemas. É uma pancada cheia de energia, e empolgante até os ossos!

Arte gráfica/capa: a capa ficou muito boa, trabalhada de forma simples e com fotos ao vivo. O grupo nunca foi chegado a ser muito chamativo em termos de arte, buscando sempre focar em sua música (o que é mais que suficiente).

Mike Heller

Setlist: Um grupo que já está com 45 anos de existência tem uma longa fila de discos de estúdio, ou seja, material de sobra para ser tocado. E nas 11 faixas de “Screaming Murder Death from Above: Live in Aalborg” tem-se apenas uma canção mais recentes, “Destroy All Monsters” (de “ExtermiNation”, de 2015), sendo o restante vindo do passado, se sua fase clássica entre 1981 e 1985 (inclusive com o único hit de sua fase Glam, “On and On”), o que é esperado. O ponto que mais pode causar reclamações: apenas 11 faixas, pois a vontade de ouvir mais e mais da banda não passa depois da primeira audição!

Destaques musicais: Discos ao vivo formam uma unidade em termos de faixas, logo, não é possível analisar separadamente as composições. Mas quem conhece o trabalho de muitos anos, sabe que ir a um show da é levar para casa a sensação de ter visto algo fantástico, graças a momentos marcantes como “Hell Patrol” (que energia!), “All for One” (um clássico pesado e cheio de ótimas passagens da bacteria), “Hung Drawn and Quartered” (onde se percebe o quanto o trio foi fundamental para a construção do Speed/Thrash Metal dos anos 80), “Rock Until You Drop” (que ganhou uma esticada pela participação do público, e é um dos hinos do trio), “Faster Than the Speed of Light”, “On and On” (que está bem mais pesada que sua versão de estúdio) e “Crash Bang Wallop”. Mas tenham certeza: esse disco coloca qualquer fã de Metal que se preze de joelhos!

RAVEN

Conclusão: Apesar de não estar no mesmo pé do clássico “Live at the Inferno” (de 1984), é um ótimo disco, e verdade seja dita: com “Screaming Murder Death from Above: Live in Aalborg”, o RAVEN mostra que ainda tem muita lenha para queimar, muitas lições a dar em bandas que se dizem da velha escola, mas que não têm a mesma pegada, energia, e essência. 

Nota: 95%


“Hung Drawn and Quartered”: https://www.youtube.com/watch?v=N7JHvgXpnSw

2 comentários:

  1. Show, Marcão. Assisti o Raven há uns 3 anos (se não me engano), aqui no RJ e foi um show de energia e precisão. Tenho todos os vinis até o Nothing Exceeds Like Excess e essa é a fase que eu conheço melhor. Bem representada no álbum, por sinal. Mandou bem. Assistirei agora o video, da faixa de abertura do All For One, on de o batera original Wacko dá show. Abração!

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