Ano: 2019
Tipo: Full
Length
Selo: Independente
Nacional
Tracklist:
1. Intro
2. Freezing Desolation
3. Monarchy of Bliss
4. The Wise and His Servants
5. Into a Sacred Rite
6. Principle of Pain
7. Tyet
8. Lady of Sword
9. V (instrumental)
10. At the Depths of Your Realm
11. Ancient Pray
12. Outro (instrumental)
Banda:
James Pugens
- Vocais
Alex Mentz -
Guitarras
Marcelo
Caminha Filho - Baixo
Guilherme
Machine - Bateria
Ficha
Técnica:
Marcello
Caminha - Violão em “Freezing Desolation” e “Ancient Pray”
Bollet -
Mixagem, masterização, vocais em “Principle of Pain”
Contatos:
Site Oficial:
Instagram: https://www.instagram.com/rottenfilthy/
Assessoria: https://www.facebook.com/VHPress-2018134528450486/
(VHP Press)
E-mail: rottenfilthyofficial@gmail.com
Texto: “Metal
Mark” Garcia
Introdução:
Basicamente,
desde que o SEPULTURA lançou “Schizophrenia”
em 1987, houve a sedimentação do que se define como Thrash/Death Metal no
Brasil, bem como seu gêmeo Death/Thrash Metal (sim, a ordem alterna o produto
final neste caso). De lá para cá, muitos trabalhos foram lançados, alguns com
enfoque mais Old School, outros mais atuais, e alguns outros aglutinam
influências diversificadas.
E mais interessante
ainda é ver que, neste último segmento, o quarteto gaúcho ROTTEN FILTHY consegue ser criativo, como mostra em “The
Hierophant”, seu disco mais recente.
Análise geral:
O grupo
continua sendo brutal e ríspido como sempre foi em seu jeito Death/Thrash Metal
de ser, com a diferença que neste (que é seu segundo álbum) existe a adição de
elementos musicais diferentes, como tempos quebrados, influências de Jazz e
outros (em um estilo semelhante ao que o DEATH
fazia na época de “Individual Thought Patterns”). Mas não se enganem os mais
apressadinhos (e radicais): a identidade musical deles não está alterada.
Sim, “The
Hierophant” é um bom disco.
Arranjos/composições:
Como existe
maior prevalência de elementos diferentes, obviamente que o resultado final soa
técnico aos ouvidos, mas não existe a perda de peso ou mesmo de objetividade. Além
disso, mesmo mais bem arranjado, não houve diminuição no jeito espontâneo de
ser.
Aliás, a
energia do disco chega a beira o ao vivo, com alguns pontos estrategicamente
pensados nesse sentido (como a ausência de guitarra base no solo em “Freezing
Desolation”). Isso os faz soar espontâneos e crus, mas com as vantagens
de uma gravação de estúdio.
Qualidade sonora:
Ao se falar
na qualidade sonora, ela soa crua e bruta. Isso se deve justamente à busca de
algo com o “feeling” de um show ao vivo, sem exagerar muito nas edições e tocando
apenas o que se pode conseguir de um show. Mas isso não significa que esteja
embolado ou desconexo, de forma alguma. O problema ficou na gravação em si, não
na mixagem ou masterização.
Existem
formas diferentes de se fazer isso e obter resultados mais consistentes, pois o
resultado final poderia ser bem melhor, mas não está ruim. O trabalho de Bollet na mixagem e masterização
(feitas Civil Alien Studios, em Los
Angeles) ficou ótimo.
Arte gráfica/capa:
A arte não é
complexa em termos de design. Em compensação, há um autêntico “tsunami” de
interpretações possíveis, todas de forma subjetiva. Mas Hierofante vem do grego
ἱεροφάντης (Hierophantes), que significa literalmente “aquele que explica as
coisas sagradas”, e é a denominação usada para sumo sacerdotes no Egito e
Grécia na antiguidade. Ou seja, existe algo de fundo metafísico na arte, e não
é sem motivação.
Destaques musicais:
“The Hierophant” é um disco denso, pesado e com
momentos extremamente ácidos, e suas canções realmente são mostras de um grupo que
precisa ser mais conhecido pelos fãs de Metal extremo.
Melhores
momentos:
“Freezing Desolation”: Guitarras ferozes e pesadas, além de uma
pegada envolvente, alguns momentos no baixo lembram a técnica de Alex Webster, mas não se assustem, pois
as mudanças de ritmo são excelentes (além do refrão grudento).
“Monarchy of Bliss”: O gutural profundo do início não é de
todo compatível com o instrumental cadenciado, mas a canção é recheada de
partes ótimas. E como baixo e bateria estão bem.
“The Wise and His
Servants”: Uma “vibe” modernosa se mescla à influência de BLACK SABBATH (por conta dos riffs) e CANNIBAL CORPSE (esse baixista tem uns
dez dedos, não é possível). Sim, é isso que leu, e é uma faxia cheia de
momentos sinuosos do instrumental.
“Principle of Pain”: Com o jeito mais grooveado que oscila
entre partes mais técnicas e outras com claro toque de melancolia, é um dos
momentos mais viajantes de todo o disco, fugindo bastante do convencional.
“Tyet”: Outra em que a modernidade deu as
caras, e é orientada para algo que soa técnico e desconexo. Nessa, esses
timbres vocais esganiçados encaixaram como uma luva.
“V”:
mais de 8 minutos de
uma instrumental fluida e cheia de vibração. Óbvio que o grupo vai despejando
toda sua técnica virtuosa sobre o ouvinte, mas sempre indo de momentos à lá BLACK SABBATH com outros em uma
ambientação puramente moderna.
Conclusão:
“The Hierophant” é um disco e tanto, e o ROTTEN FILTHY tende a crescer mais e
mais. Aparando as arestas e buscando uma gravação melhor, ninguém os segura.
Nota: 85%
Tyet
Disco completo
Spotify
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