Por “Metal Mark” Garcia
“Uma banda de Rock de Tromsø” são as palavras que começam a
biografia do grupo PRISTINE em sua
página no Facebook. E eles são uma banda excelente, pois a música da banda é um
Classic Rock guiado por uma dose de energia e podem fazer seus tímpanos
explodirem!
O quinto e mais recente lançamento do grupo, o álbum “Road
Back to Ruin” está sendo lançado no Brasil pela Shinigami Records/Nuclear Blast Brasil, então tivemos a
oportunidade de falar com a vocalista e compositora Heidi Solheim.
Heidi Solheim |
MMG: Antes de
tudo, gostaria de agradecer por esta oportunidade de entrevistar você, e para
começar, por favor, conte a história do PRISTINE
em algumas palavras, pois são poucos os fãs brasileiros que já foram
devidamente apresentados à sua música no momento.
Heidi Solheim:
Muito obrigado por suas palavras gentis! É muito bom falar com você também. PRISTINE vem do extremo norte da Noruega,
uma bela e destacada parte do mundo. É tão ao norte que no verão o sol nunca se
põe, e no inverno, é a estação escura sem luz alguma. Esta é uma parte do mundo
cheia de contrastes, solidão e brutalidade da natureza.
PRISTINE foi
fundado ao redor de mim e de minha música em 2010. Me mudei para a cidade de Tromsø
e encontrei a banda lá. Eu já havia escrito algumas músicas e quis experimentar
com uma banda. Rapidamente aprendemos que temos um fraco pelos ícones do Rock
dos anos 70, bandas psicodélicas e vocalistas de Blues/Rock. Em 2011, lançamos
nosso debut na Noruega, chamado “Detoxing”, e começamos nosso
caminho em direção ao ponto em que estamos hoje.
MMG: A Noruega é
bem conhecida por sua cena de Metal extremo, especialmente o Black Metal de
Oslo e Bergen. Mas vocês são uma banda de Rock ‘n’ Roll. Acredita que este
fato, este contraste, pode chamar alguma atenção para seu trabalho musical?
Heidi: A cena Black
Metal da Noruega é bem conhecida pelos fãs de Metal e para o mundo em geral, e
muitas belas coisas extremas vieram da Noruega naquela época. A impressão de
muita gente da cena musical em sua totalidade é colorida pelo crescimento do
Black Metal naqueles tempos, mas para nós, não era um gênero ou acontecimentos
que sabíamos muito. Oslo e Bergen são cidades distantes de nossa parte do país,
então nos sentíamos como tudo aquilo tivesse acontecido em outro mundo
diferente do qual crescemos.
Espen Jakobsen |
Mas eu tenho notado que perguntas sobre nossa ligação com a
cena Black Metal norueguesa surgem frequentemente, e para um país tão pequeno,
é uma comparação natural, eu acho, 😊
MMG: Mesmo com vocês tendo 4 discos até agora, parece que “Road
Back to Ruin”, lançado pela Nuclear
Blast Records, pode ajudá-los a crescer mais. E como ele foi lançado em
Abril passado, vocês já têm um feedback dele, estou correto? E como os fãs têm
recebido “Road Back to Ruin”?
Heidi: Nós temos
experimentado um feedback quente e ótimo pelo lançamento de “Road
Back To Ruin” até agora! Tem sido absolutamente fantástico e tocante
ler e experimentar as reações ao nosso disco. Uma verdadeira motivação para
continuarmos a escrever novas músicas e tocar em mais cidades!
MMG: Nos
aprofundemos em “Road Back to Ruin”: quais são as diferenças e similaridades
dele com seus discos anteriores?
Heidi: Penso que
o PRISTINE se tornou uma banda mais
sofisticada e “robusta” depois desses anos. Como “Road Back to Ruin” nós
fomos com uma atitude mais corajosa em relação à gravação e à composição. Se
olharmos nosso primeiro disco, “Detoxing”, creio que evoluímos para uma banda
mais pesada de Classic Rock. Ainda lançamos música diversificada com melodias
fortes e muitos contrastes, em minha opinião. Mas em “Road Back to Ruin”,
acredito que levamos a diversidade a outro nível. Penso que este é o álbum que
lançamos com a maior diferença em expressões e “feeling” na música.
MMG: “Road Back to Ruin” possui dez
excelentes canções, mostrando influências de bandas de Classic Rock como BLACK SABBATH, DEEP PURPLE e outras,
mas com uma energia crua que chama a atenção do ouvinte de maneira forte. Como
foram as coisas durante o processo de composição? Existe um método de trabalho
ou as coisas surgem de forma espontânea? E por falar nisso, sua música tem uma
personalidade forte, algo diferente de muitas bandas de seu gênero hoje em dia.
Heidi: Muito
obrigado! É ótimo ouvir que você gostou de nossa música.
Sobre o processo de composição, ainda sou a responsável
pelas letras, cordas e melodias. Eu geralmente viajo para a cabine de meus pais
no norte todo inverno para escrever mais músicas. O frio extremo e a escuridão
que temos no norte a cada inverno é algo que realmente me inspira a escrever
música. Há certo sentimento de solidão que pode ser de tirar o fôlego. Tomei
muito tempo tentando encontrar o “fio condutor” que queria quando começo a
escrever um novo disco. Com “With Road Back to Ruin”, eu tinha
muitos objetivos e tópicos sobre os quais queria refletir. Uma das minhas
primeiras metas era escrever canções mais pesadas que nos discos anteriores -
mais diretas, cheias de energia e com riffs mais escuros. Sobre as letras,
queria escrever canções que refletissem minha crescente preocupação com os
valores sociais e políticos que estão crescendo hoje em dia, e ao mesmo tempo,
queria escrever sobre minha própria história, minha vida e minha experiência. É
sempre muito difícil compartilhar 100% daquilo que você tem no coração, mas
para mim é a coisa mais importante de ser feita por um compositor. Nossa missão
na vida é refletir o mundo como nós o vemos, não importando se são as coisas
pequenas da vida ou os grandes desafios globais que vemos. Para mim é muito
importante colocar o quanto for possível de sentimentos e emoções na música que
escrevo, e essa é sempre a prioridade maior.
Após eu ter escrito 12-13 músicas para “Road Back to Ruin”, eu
as gravei e mandei para os rapazes da banda. Mais tarde, nos encontramos e
completamos os arranjos. E isso sempre tem feeling fantástico! Experimentar a
música que você escreveu sozinha na floresta, e ver as canções se tornando
poderosas e independentes em uma banda é uma experiência absolutamente
incrível!
Heidi e Gustav Eidsvik |
MMG: A qualidade
Sonora de “Road Back to Ruin” é
realmente excelente, unindo um feeling organic e cru com uma aparência moderna
e limpa. E é outra diferença do trabalho
do PRISTINE em relação a grande
parte das bandas atuais de Classic Rock. Desta forma, podemos dizer que o
produtor Øyvind Gundersen e o técnico
Christian Engfelt tiveram um papel
importante nesse aspecto? Soar dessa forma foi uma decisão da banda, ou foi um
acordo entre ambas as partes?
Heidi: Obrigado! Øyvind Gundersen e Christian Engfelt realmente entenderam onde nós queríamos chegar em
termos de música e expressão. E isso foi uma coisa muito importante para nís, e
totalmente essencial no processo criativo de gravar um álbum.
Øyvind trabalhou
antes com muita música de inspiração eletrônica, Folk music, Pop e outros gêneros,
e isso foi uma belíssima contribuição para nosso disco. Ele veio para este
projeto de mente aberta e com uma atitude que foi criativa e inovadora. Amamos
isso e estamos muito felizes com essa colaboração!
MMG: Pode ter
parecido estranhas algumas comparações do trabalho do PRISTINE feitas acima, mas
foram feitas porque Classic Rock parece ser uma tendência na música desde 2 ou
3 anos atrás. Como eu disse antes, vocês são diferentes e possui um trabalho
pessoal, logo, pode comentar o que faz “Road Back to Ruin” soar tão bem e
cheio de identidade?
Heidi: O PRISTINE sempre tem gravado os
instrumentos principais (bacteria, guitarras, baixo, vocais) ao vivo em estúdio.
E esse rapidamente se tornou nosso método, e também se tornou um tipo de marca
registrada nossa, eu diria.
Acho que isso tem muito a ver com as impressões dos ouvintes
de som e música. Nós simplesmente AMAMOS fazer shows ao vivo, e fazendo
gravações ao vivo em estúdio se tornou uma maneira de pôr aquela energia e
feeling em um disco. É uma forma intuitiva de gravar, totalmente oposta a de
gravar música em camadas (primeiro a bateria, depois o baixo, então as
guitarras, e etc). Nós entramos em uma grande sala e ensaiamos as músicas 1 ou
2 vezes, e então apertamos o “gravar”. É um sentimento intenso, e você
realmente fica focado e atento do que te cerca. Esta energia pode ser
fantástica na gravação!
Ottar Tøllefsen |
MMG: “Sinnerman” e “Bluebird” foram as
canções retiradas do album para servirem como videos de divulgação de “Road
Back to Ruin”. A pergunta é: por que essas? E quem escolheu: a banda, a
gravadora, ou ambos os lados chegaram a um acordo?
Heidi: Tivemos um
bom diálogo com a gravadora, e rapidamente concordamos que as canções “Sinnerman”,
“Bluebird”, “Cause & Effect” e “Aurora Skies” mereciam uma atenção
extra. “Sinnerman” e “Bluebird” são belos Rocks, rápidos
e com uma boa energia. E também quisemos mostrar versatilidade e contraste, e
escolhemos as duas baladas.
MMG: Ainda sobre “Sinnerman”: parece que o
video conta uma estória. Se estou certo, qual é?
Heidi: Haha, sim.
Eu amo aquele vídeo! Falamos
com um produtor de videos e ele veio com a ideia de fazer um POV (“point of
view”, ou “ponto de vista”) visto pelo ponto de vista de um membro da equipe. Ele
quis criar um video musical totalmente diferente do padrão “banda-tocando-sua-canção”,
e eu realmente me apaixonei pela ideia. Ele tem bastante tempo, ação, elementos
divertidos, e eu o amo! Esse é o tipo de video que você quer ver onde ele
acaba.
A letra de “Sinnerman” é sobre outro assunto,
por sua vez. É sobre entrar no carro, deixar todos os seus problemas para trás
e dirigir para suas próximas aventuras. Mas eu gosto do fato que o video possa
ser sobre algo completamente diferente.
MMG: “Road
Back to Ruin” está
sendo lançado no Brasil pela Shinigami
Records/Nuclear Blast Brasil. O
que acha disso? Se estou correto, é o primeiro disco de vocês lançado
aqui, e pode abrir algumas portas.
Heidi: Este é
nosso Segundo discos lançado pela Nuclear
Blast na Alemanha, mas sim, é o nosso primeiro lançamento no Brasil. E
estou realmente animada em apresentar a música ao bom povo do Brasil, e espero
que ele possa abrir portas para nós, para podermos ir e fazer uma turnê em seu
belo país!
MMG: E como estão
as coisas com shows e turnês? Existem expectativas de tocarem fora da Europa
por agora? E o Brasil está em
seus planos?
Heidi: Temos
excursionado bastante pela Europa nesses últimos anos, então estamos
trabalhando e estabelecendo contatos em outros mercados enquanto conversamos. E
seria fantástico excursionar pelo Brasil! Com certeza, faremos nosso melhor
para fazer isso acontecer.
MMG: Bem, é isso.
Mais uma vez, quero agradecer pela gentileza e tempo, então, por favor, deixe a
mensagem do PRISTINE para os
leitores do Heavy Metal Thunder Brasil.
Heidi: Muito obrigado pela entrevista.
Continuem lendo o Heavy
Metal Thunder Brasil e esperamos ver vocês logo! Rock on!
Paz e amor,
Heidi Solheim (vocalista
e compositora do PRISTINE)
Contatos:
P.S.: O Heavy Metal Thunder Brasil gostaria de agradecer a
Shinigami Records e a Marcos Franke (da assessoria de imprensa da Nuclear Blast
Brasil) pela oportunidade de entrevistar Heidi Solheim (and thank a you a lot, Heidi).
Veja os vídeos de “Sinnerman”, “Bluebird”, “Cause & Effect” e “Aurora Skies”, canções de “Road Back to Ruin”.
Sinnerman
Bluebird
Cause & Effect
Aurora Skies
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