Por “Metal Mark” Garcia
O nome do POSSESSED é uma lenda no meio do Metal extremo.
A banda lançou o primeiro compêndio do Death Metal, “Seven Churches”, mas se
separou em 1987, tentou retornar em 1990 (e se separou de novo em 1993), e
retornou como um quinteto em 2007. Agora, após 12 anos após o retorno do POSSESSED (and 32 após o lançamento de “The
Eyes of Horror”, seu ultimo lançamento), a banda soltou “Revelations
of Oblivion”, seu terceiro álbum, e causou uma profunda comoção no
cenário Metal.
Tivemos a
oportunidade de entrevistar Emilio
Marquez, o baterista da banda, para falar sobre o disco novo e mais.
MMG: Oi
Emilio. Obrigado pela oportunidade, e a
primeira pergunta é: em 2007, a notícia do retorno do POSSESSED diziam que era
apenas uma banda tributo. Mas parece que as coisas cresceram, e o POSSESSED se ergueu dos mortos. Os
tempos do tributo eram um fato? Se sim, o que os fez decidirem se tornarem a nova
encarnação da banda?
Emilio Marquez: Olá, Metal Mark. Primeiro, obrigado pela entrevista e interessse no POSSESSED.
“Tempos de tributo”,
bem, pode ser se fosse outro senão Jeff
(N.R.: Jeff Becerra, vocalista do
grupo e único membro da formação clássica), haha...
Minha antiga
banda pediu a Jeff para se juntar a nós no palco em L.A. (CA) para um show. E
ele fez isso. Logo depois, nos bastidores, ele me perguntou o que eu achava da ideia
de trazer o POSSESSED de volta ao
mundo. E o resto é história. Em 2010-2011 é quando a nova formação se uniu e
começou a escrever “Revelations of Oblivion”. E ele foi escrito com respeito pelo
antigo legado do POSSESSED.
Jeff Becerra |
MMG: Quando se houve “Revelations of Oblivion” pela
primeira vez, a primeira ideia é de que a técnica instrumental melhorou em
relação ao passado, como alguns detalhes que podem ser ouvidos. Isso significa
que você junto com Daniel (Gonzalez - Guitarras), Robert (Cardenas - Baixo, backing vocals), e Claudeous (Creamer -
Guitarras), junto com Jeff compuseram
as canções todos juntos, e não com alguém fazendo tudo sozinho? E como foi
trabalhar com os rapazes e Jeff?? Oh, antes que eu esqueça: as partes de bateria
estão ótimas!
Emilio: “Shadowcult”
e “Dammed”
foi escrita por Bobby e eu. Dan faz sua parte e e criou arranjos
melhores para as canções. O resto das canções foi escrita por Jeff e Dan. Todas as partes de bateria foram feitas por mim. Quando nos
juntamos, juntamos cada riffs e partimos dali. Esta banda trabalha junta, então existe uma parte que um de
nós não gosta, nos livramos dela. Aceitamos críticas construtivas.
Tudo o que for bom para a banda. E
Jeff escreve todas as letras. Claudeous escreveu todos os solos dele
já que o álbum já estava escrito quando ele entrou. Bobby escreveu 95% de suas partes de baixo. É muito simples
trabalhar com Jeff e esta formação.
E obrigado pelo comentário sobre minhas partes de bateria. Dissecamos cada
parte para ver se ela se encaixa.
Daniel Gonzalez |
MMG: Outra característica que chama a atenção
dos fãs no disco é que 80% da
musicalidade remete aos tempos de “Seven Churches”, mas existem momentos
em que alguns elementos de “Beyond the
Gates” e “The Eyes of Horror” aparecem claramente. Talvez esses
elementos tenha aparecido devido ao tempo tocando as canções desses discos,
concorda?
Emilio: Tivemos que fazer isso, mas com novos
e modernos sons, já que vivemos em 2019. O sentimento é do POSSESSED à moda antiga para os fãs e nós, que também somos fãs. Todo
o som característico e único do POSSESSED. O novo tem que ser o que foi e mais ainda. E Jeff soa surpreendente!
MMG: Indo fundo em “Revelations of Oblivion”: quando a
notícia chegou a vocês, vocês se sentiram pressionados a gravarem um novo álbum
de uma banda lendária após 32 anos sem lançamentos? Todos vocês são músicos
experientes, mas o POSSESSED é
creditado como um dos criadores do Death Metal.
Emílio: Um pouco de pressão, pois sabia fãs,
zines, selos e músicos iriam olhar para esse disco com um microscópio. Isso
significa que se tocássemos em um estilo diferente que não fosse o estilo
original do POSSESSED, seria
suicídio. Como o CELTIC FROST
tocando “Cherry Orchards”. Vejo cada canção como sua própria entidade.
E adoraria tocar esse álbum todo para o Brasil qualquer dia. E sobre seu
comentário sobre ser um dos criadores do Death Metal, é uma honra tocar com
essa formação. Obrigado, Jeff.
MMG: Jeff e Daniel produziram o disco, mas Peter Tägtgren foi contratado para
trabalhar na mixagem, masterização, trabalhou como co-produtor e na gravação
também. Como foi a experiência de trabalhar com Peter, um cara que eu presumo ser também um fã do POSSESSED? E o que a banda acha do
resultado final da qualidade se som? Por falar nisso, existem alguns momentos
em que alguns timbres da bateria me lembram os de “Seven Churches”, logo,
isso é intencional?
Claudeous Creamer |
Emilio: Peter
é fantástico, profissional, tranquilo e um verdadeiro gentleman. É ótimo
trabalhar com pessoas desse nível. Todos fizeram suas partes um dia antes do
programado, o que deu Jeff, no
final, 3 dias para fazer 3 canções. Mais uma vez, os vocais de Jeff ficaram doentios!
Sendo honesto,
de cara esperávamos uma mixagem diferente. Ela soava ótima, mas não fantástica.
Peter, sendo um verdadeiro
profissional, trabalhou duro para satisfazer a vontade de cada um na mixagem.
No final, achei que estava 95% perfeita.
Os outros 5%
perdidos foi de eu pedir por mais ataque na caixa, mas isso era eu sendo
exigente. E não foi intencional soar como “Seven Churches”, mas obrigado pelo
comentário.
MMG: Agora, “Revelations of Oblivion” está
lançado. Quais são as expectativas para o disco? E como tem sido a recepção por
parte da imprensa e dos fãs?
Emilio: Tem sido excelente. Sabíamos que (o
disco) seria aceito, mas como de costume, existem comentários negativos, como
as pessoas fazem. Temos sorte por conta dos fãs e resenhas positivas. Fazemos
isso por vocês, pois sem os fãs, não há nada.
Robert Cardenas |
MMG: Ouvindo o disco duas ou três vezes, os fãs perceberão a
importância do POSSESSED para a
criação do Death Metal, mas talvez alguns fiquem desapontados por estarem
procurando um “Seven Churches” parte 2. O que acha disso, e qual seria um bom
conselho para aqueles que ainda não ouviram “Revelations of Oblivion”?
Emilio: “Seven Churches” é o que é: um clássico.
Estamos indo adiante satisfazendo os velhos e novos fãs do POSSESSED. Por
favor, visitem a Nuclear Blast diretamente para comprar ou resenhar “Revelation of Oblivion”.
@nuclearblastshop.
MMG: “Graven”
é a primeira música retirada de “Revelation of Oblivion” para um vídeo
oficial. Por que a banda escolheu esta em meio
a tantas ótimas canções? E o video é realmente ótimo, então, quem teve a ideia
para ele, a banda, a gravadora, ou alguém mais?
Emilio: “Graven” não foi gravada pensando em
ser mostrada em um vídeo tão doentio, em que se correlacionam os vocais
doentios de Jeff com a apresentação
de Peter Stormare, e é perfeito!
É melhor
mostrar a cara de Jeff e Peter que a minha em um cenário tão
horripilante (risos).
Jeff mencionou o cenário, e a companhia de vídeo fez o resto.
MMG: Não sei
se sabe disso, mas “Revelations of Oblivion” foi lançado aqui no Brasil pela Shinigami Records/Nuclear Blast Brasil.
O que acha disso? E pode ser que tal fato venha a possibilitar o POSSESSED de invadir o país e
desencadear a fúria de “Revelations of Oblivion”. E como
está a agenda de show? Esperamos que o Brazil esteja mesmo nos planos...
Emilio: Eu sempre disse que o Brasil é
maravilhoso. Tenho muito respeito pela cena Metal do Brasil, e suas bandas são
bem brutais \,,/.
E
esperançosamente, logo estaremos aí. Estamos negociando, mas tem alguma dica,
meu amigo?
MMG: esta é bem ingênua, mas como você se sente tocando no POSSESSED? Sim, pois talvez você tenha
crescido ouvindo os discos da banda, se tornou fã, e agora toca nela.
Emilio: É um sonho que se tornou realidade.
Estou honrado em tocar no legado do Death Metal do POSSESSED. Obrigado, Jeff.
MMG: Bem, é isso. Muito obrigado mais uma vez pelo tempo, Emilio, e, por favor, deixe sua mensagem
para os leitores do Heavy Metal Thunder
Brasil.
Emilio: Se o tempo permitir, mantenham
contato.
Contatos:
P.S.: O Heavy Metal Thunder Brasil gostaria de
agradecer a Shinigami Records e a Marcos Franke (da
assessoria de imprensa da Nuclear Blast Brasil) pela oportunidade
de entrevistar o músico.
Veja os vídeos de “No More Room in Hell” e “Graven”,
músicas retiradas de “Revelations of Oblivion”:
No More Room in Hell
Graven
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