Ano: 2019
Tipo: Full Length
Selo: Independente
Nacional
Tracklist:
1. Silent Protest
2. Membership
3. Perpétua 136
4. Blindness
5. Rotten Brain
6. Real Fiction
7. Apatia Social
8. Cemetery of Oblivion
9. Circle of Trust
10. Devil’s Lap
11. Unused Rights
12. Worthless Lives
13. Guzzardi
(bônus)
Banda:
Rômulo Felício
- Vocais, Guitarra Base, Guitarra Solo em “Guzzardi”
Rodrigo Tarelho
- Guitarra Solo
João Manechini
- Baixo, Backing Vocals
André Faggion
- Bateria
Ficha Técnica:
Rômulo
Felício - Produção, Mixagem, Masterização
Necrofobia -
Produção
Roger Gaulês
- Arte (Capa)
Contatos:
Site Oficial:
https://www.necrofobia.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/necrofobiabr
Instagram: https://www.instagram.com/necrofobia/
Assessoria:
http://roadie-metal.com/press/necrofobia/ (Roadie Metal Assessoria)
E-mail: necrofobiaofficial@gmail.com
Texto: “Metal
Mark” Garcia
Introdução:
Basicamente,
fazer Thrash Metal nos dias de hoje é lutar contra muitos fatores negativos, em
especial a erosão que o gênero sofreu pela superexposição ocorrida nos últimos
anos, em que o estilo teve um renascer. Mas é algo cíclico e que ocorre com
todos os estilos de Metal: um tempo no underground, crescimento, alta, e
decadência. É como se existisse uma forma de reciclagem que ocorre de forma
subjetiva.
Mas existem
aqueles que se negam a irem rumo ao silêncio sem fazer esforços para que suas
contribuições musicais não passem sem serem notadas pelos fãs. Nisso, palmas
para o quarteto NECROFOBIA, de
Ribeirão preto (SP), que após longos 15 anos depois de “Dead Soul” (seu primeiro
álbum, de 2004), retorna à carga com tudo em “Membership”.
Análise
geral:
o Thrash
Metal agressivo do grupo é uma mistura bem feita de elementos do passado (nomes
como TESTAMENT, SLAYER e EXODUS são referências) com uma pegada
mais moderna (alguns toques de “groove” à lá PANTERA e SEPULTURA da
fase “Chaos A. D.”, e tempos
quebrados que poderiam vir dos primeiros trabalhos do FEAR FACTORY), além da energia e personalidade do grupo. Óbvio que
essa mistura não chega ao ineditismo, mas é bem pessoal deles.
Aliás,
olhando em perspectiva, é preciso dizer que a evolução é clara em relação a “Dead
Soul”, pois soa mais coerente, agressivo e moderno que antes, mas sem
abrir mão de seu jeito de ser.
Arranjos/composições:
Outro ponto
em que a evolução é sensível: a banda passou a ousar e usar todo seu potencial
musical para criar arranjos fluidos, com toques personalizados em cada um
deles. A dinâmica entre dos instrumentos entre si e a base instrumental e os
vocais ficou ótima, as músicas soam espontâneas e cheias de energia.
O nível
técnico é muito bom (mas sem ser exagerado), e ajuda a dar um “boost” no que já
é bom.
Qualidade
sonora:
O guitarrista
base/vocalista Rômulo Felício é quem
produziu, mixou e masterizou “Membership”, tudo feito no Under Studio. E o resultado ficou muito
bom: uma sonoridade sólida, compacta, pesada e agressiva, com o devido toque de
modernidade, mas sem soar distorcido ao ponto de embolar os instrumentos uns
com os outros.
A ambientação
“grooveada” e moderna é criada pelos timbres escolhidos para os instrumentos,
que soam bem gordurosos, mas longe de serem incompreensíveis.
Arte
gráfica/capa:
Capa e
contracapa são partes de um painel, cuja arte é simples e direta, com uma
mensagem bem clara. O encarte é do tipo pôster, com o painel da arte da capa
inteiro, e do outro lado, as letras disponibilizadas em uma grafia
personalizada em preto sob um fundo cinza bem claro. Um recurso bem usado, mas
que sempre rende bons frutos.
Destaques
musicais:
O disco em si
possui 12 marretadas sonoras bem dadas, além de uma faixa-bônus (“Guzzardi”,
lançada como Single em 2014, em uma homenagem ao falecido guitarrista Raphael Guzzardi). E se destacam nesse
festival de agressividade e bom gosto:
Silent Protest: um típico Thrash Metal agressivo e
gorduroso, cheio de boas passagens de tempo mais cadenciadas e ótimos arranjos
rítmicos (a bateria está ótima, com momentos em dois bumbos bem colocados).
Membership: passagens Thrash rápidas e
convencionais se alternam com momentos mais abrasivos, mas a energia chega a
ser absurda. E que ótimo conjunto de riffs e solos de guitarra!
Perpétua 136: dizer que a mistura de Hardcore nova
yorkino com Thrash Metal não seria ruim, inclusive pelo uso de corais fortes e
backing vocals bem colocados. O ritmo é de primeira, e a coesão de baixo e
bateria cria uma base rítmica sólida e bem trabalhada.
Rotten Brain: aqui surge com mais clareza a força
mestiça dos Thrash Metal anos 90, mas sem que a essência abrasiva do grupo seja
perdida. A energia é intensa, e os vocais ficaram muito bem.
Apatia Social: aqui surge o lado mais Crossover da
banda. O alinhavo é Thrash Metal e tem a pegada mais bruta do grupo, com
algumas passagens mais lentas, mas 70% lembra o Crossover brasileiro dos anos
80, especialmente pelos vocais.
Cemetery of Oblivion: mezzo
Thrash Metal, mezzo Sludge e com
muito groove, é a mais “modernosa” de todas, com passagens ganchudas que grudam
nos ouvidos. Ótimos riffs mais uma vez.
Unused Rights: curta e grosssa (pouco mais de um
minute), é um Thrash Metal intenso e com ritmo cadenciado, mas com toques de
Crossover nova yorkino de primeira. E que energia!
“Guzzardi”: mesmo sendo uma canção bônus (que em
geral é algo visto como sobra de estúdio), é uma pancada, cantada em português,
com mudanças de ritmo (ora cadenciado, ora mais veloz) muito legais e um refrão
muito bom,
Conclusão:
Se
estabelecer-se uma comparação entre “Dead Soul” e “Membership”, o segundo
representará um salto evolutivo enorme. Por isso, o NECROFOBIA merece aplausos, e é um dos nomes do estilo que merece
aquela atenção de todos.
O uso é
indicado a todos, e preparem-se para ver as caixas de som derretendo com a
energia desse quarteto!
Nota: 88,0/100,0
Membership
Guzzardi
Spotify
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