terça-feira, 4 de junho de 2019

SUNRUNNER - Ancient Arts of Survival


Ano: 2019
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Dawnland (instrumental)
2. Tracking the Great Spirit
3. Inner Vision
4. The Scout
5. Prophecy of the Red Skies
6. Distorted Reflection
7. Palaver
8. Arrive Survive Awaken Thrive
9. Stalking Wolf


Banda:


Bruno Neves - Vocais
Joe Martignetti - Guitarras, Backing Vocals
David Joy - Baixo, Backing Vocals
Ted MacInnes - Bateria, Backing Vocals


Ficha Técnica:

Jimmy Martignetti - Produção, mixagem
Bob Katz - Masterização


Contatos:

Assessoria: www.somdodarma.com.br (Som do Darma)
E-mail:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução:

Cada vez mais o Prog Metal tem sido um estilo em que muitos estão buscando fórmulas mais simples e eficazes de se expressar que as viagens lisérgicas herdadas do lado do Rock Progressivo (ou seja, nomes como YES e GENESIS são referências). Não é algo simples se manter Prog Metal e ter uma musicalidade menos técnica, e alguns grupos acabam metendo os pés pelas mãos.

Mas o quarteto norte-americano SUNRUNNER, de Portland, consegiu essa façanha. Basta ouvir “Ancient Arts of Survival”, seu novo disco, e perceber isso.


Análise geral:

Transitando em um caminho pesado e intenso, a banda une características tanto do Heavy Metal (e Hard Rock clássico) como do Rock Progressivo dos anos 70, e se saindo bem na empreitada (como já evidenciava em seu disco anterior da banda, “Heliodromus”, de 2014). Basicamente, não chega a ser aquilo que se convencionou chamar de Prog Metal na realidade (que reúne influências de outros gêneros musicais), mas um híbrido de Metal e Rock Progressivo muito bom.

E agora o grupo se torna um quarteto, com a adição de um vocalista, o brasileiro Bruno Neves, que permitiu à banda uma maior profundidade melódica e técnica.


Arranjos/composições:

A presença do vocalista parece ter deixado a banda mais solta, e suas composições cresceram em termos de técnica musical. Mas ao mesmo tempo, a espontaneidade, força e peso de suas composições continua a mesma.

Justamente pelo “boost” técnico que os arranjos melhoraram, se tornaram mais dinâmicos e bem encaixados uns nos outros. Além disso, os vocais melhoraram em termos de timbres, fazendo com que a interação de vozes e instrumental também ficasse mais justa e coesa.

Realmente, uma comparação direta entre “Heliodromus” e “Ancient Arts of Survival” mostra o quanto eles melhoraram.


Qualidade sonora:

Os vocais foram gravados no Brasil, enquanto os instrumentos foram todos gravados nos EUA (inclusive a masterização é de Bob Katz, conhecido por suas 3 indicações ao Grammy), mas isso não causou problemas à qualidade sonora do álbum. O feeling Classic Rock de “Ancient Arts of Survival” é evidente, pois o grupo, mesmo mantendo clareza e definição, soa orgânico.

A timbragem dos instrumentos musicais buscou ser bem simples, transpirando um feeling “live”, com certo “q” de crueza que encaixou bem na proposta do grupo.


Arte gráfica/capa:

A arte da capa é belíssima, um painel em que um indígena e a natureza aparecem com alguns elementos futuristas. Algo que encaixou bem com o título do disco, verdade seja dita.


Destaques musicais:

8 canções (“Dawnland” é apenas uma instrumental de introdução do disco) que transitam entre a leveza suave e aconchegante do Rock progressivo e o peso mamutesco e cru do Heavy Metal dos anos 70 é o que o grupo. Aliás, a homogeneidade é um das características mais evidentes de “Ancient Arts of Survival”. Mas se destacam logo nas primeiras ouvidas as seguintes:

Tracking the Great Spirit: peso, técnica e refinamento são apresentados de forma extremamente envolvente, sempre com ótimas melodias. Mas os vocais estão excelentes (com boas variações de timbre), assim como trabalho do baixo.

Inner Vision: essa já tem, apesar do refinamento técnico, certo toque de Stoner Rock por conta da ambientação crua. Mas existem lindos momentos mais limpos e introspectivos que realmente embalam os ouvintes. E que guitarras fascinantes!

The Scout: é a que soa mais próxima dos anos 80, com alguns elementos do Power/Heavy Metal em alguns momentos, justamente por conta das conduções rítmicas (o que deixa claro que a bateria está ótima).

Prophecy of the Red Skies: é a primeira faixa mais longa do CD, passando dos 10 minutos de duração. Aqui, a banda mostra a fluidez da fusão do peso do Metal com a elegância do Rock Progressivo, com boa técnica e muita diversidade em termos de momentos (partes limpas e suaves contrastam com momentos mais sujos e pesados).

Distorted Reflection: com pouco mais de 1 minuto, esse Folk Rock suave e melódico embala o fã. É belíssima, justamente porque foca em vocais e seis cordas limpas.

Stalking Wolf: outra canção gigante em termos de duração, chegando quase aos 20 minutos. Mas a transição de momentos, mudanças de ritmo e ambientações (os momentos mais pesados tem certa aura intimista “noir” muito interessante), e ótima técnica mostra que eles tornam esse momento uma autêntica viagem “heavyssíva” de ótimo gosto.


Conclusão:

Rock Progressivo, Hard Rock, Classic Rock, Heavy Metal, não importa como chamem “Ancient Arts of Survival”. Importa que o SUNRUNNER mostra-se mais uma vez aquela banda que todos precisam conhecer, e o mais rápido possível!


Nota: 86,0/100,0


The Scout



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