Ano: 2019
Tipo: Full Length
Selo: Shinigami Records
Nacional
Tracklist:
1. Tuistos Herz
2. Der Tod Wuotans
3. Ansuzgardaraiwô
4. Die Liebe Nerþus'
5. Frijôs Einsames Trauern
6. Einfühlungsvermögen
7. Frijôs Goldene Tränen
8. Der Weinende Hadnur
Banda:
Varg Vikernes - Teclados
Ficha Técnica:
Pytten - Masterização
Tanya Stene
- Arte da Capa
Stephen
O'Malley - Design, Arte Adicional
Contatos:
Site Oficial:
http://www.burzum.org/
Instagram:
Assessoria:
E-mail:
Texto: “Metal Mark”
Garcia
Introdução:
Quando o
assunto é o Black Metal feito na Noruega, por mais que o país seja berço de
incontáveis bandas, a verdade é que os 3 grupos seminais gênero do início dos
anos 90 sempre estarão envoltos em polêmicas, ao mesmo tempo em que a idolatria
de seus fãs é capaz de justificar tudo. Ao mesmo tempo, é inquestionável a
contribuição de MAYHEM, DARKTHRONE e
BURZUM para aquilo que conhecemos
como Black Metal. É antes e depois deles, basicamente, embora bandas da Grécia,
Finlândia e Suécia tenham dado contribuições substanciais nesse sentido.
Na segunda
metade dos anos 90, como conseqüência de causar incêndio em igrejas e pelo
assassinato de Øystein Aarseth (que
todos já estão cansados de saber que se trata de Euronymous, guitarrista e líder do MAYHEM), Varg Vikernes foi
preso. E entre 1993 (quando foi preso inicialmente) até 2009, Varg lançou dois discos com um enfoque
diferente do estilo mais conhecido pelos fãs em “Burzum” (1992) e “Det Som
Engang Var” (1993). São eles “Dauði Baldrs” de 1997, e “Hliðskjálf”
de 1999. Este último foi relançado no Brasil pela Shinigami Records.
Análise geral:
Até hoje,
muitos se perguntam o que teria acontecido ao BURZUM nesses discos. A explicação tem duas frentes:
1. Na prisão,
ele não tinha acesso á instrumentos que não fosse o teclado. Era uma questão de
“faça assim, ou não faça nada”;
2. Uma
análise mais calma e detalhista pode ver influências de Dark Ambient Music já
estavam começando a surgir de forma sutil em “Hvis Lyset Tar Oss” (1994)
e “Filosofem”
(1996).
Em “Hliðskjálf”
(nome do trono do deus Odin na mitologia Nórdica), a música fica ainda
mais voltada à Dark Ambient/Darwave Music, cada vez mais grandiosa em termos de
ricas ambientações. Basicamente, a falta de recursos acabou forçando Varg a um “insight” diferente, mas nem
por isso ruim.
Ou seja, “Hliðskjálf”
é um ótimo disco.
Arranjos/composições:
Obviamente, os arranjos são fluidos e cheios de melodias melancólicas. É o que se esperaria de um disco de Dark Ambient Music. É preciso deixar claro que o minimalismo clássico/Folk de “Dauði Baldrs” está ausente, com linhas melódicas mais simples, o que não impediu Varg de fazer partes grandiosas.
Qualidade
sonora:
Se os
teclados e os aparelhos para gravação só foram concedidos por uma semana, pode
se dizer que ele soube fazer bom uso. Justamente pelo uso exclusivo de teclados
(e sem vozes), a qualidade sonora ficou muito boa, clara, mas sem deixar de ter
seu toque de sinistra obscuridade.
Óbvio que o
profissionalismo de Pytten na
masterização ajudou a dar um toque de classe às canções.
Arte
gráfica/capa:
Tanya Stene fez uma capa muito boa para o disco, o
desenho de uma floresta sinistra, aparentemente à noite. Há ainda a
contribuição de Stephen O'Malley no
design e na arte (algumas adições). Basicamente, é a mesma estruturação pagã/épica
que foi usada no antecessor de “Hliðskjálf”, mas sempre mantendo certa
simplicidade.
Destaques
musicais:
Basicamente, “Hliðskjálf”
é um disco indicado para fãs não só do BURZUM, mas para aqueles que gostam de PAZUZU, MORTIIS, e outros que preferem o uso de teclados e sintetizadores
para criar algo denso e atmosférico.
O disco é
ótimo, com canções hipnóticas e soturnas como “Tuistos Herz”, “Der
Tod Wuotans” (esta possui ótimos momentos épicos), a beleza Folk introspectiva
de “Die
Liebe Nerpus’” (alguns pianos ficaram providenciais em meio aos
elementos Folk) e de “Frijôs Einsames Trauern”, o toque
de horror melancólico de “Einfühlungsvermögen”, e
a curta (mas excelente) “Der Weinende Hadnur”, quase uma
canção de ninar no piano.
Conclusão:
Para os dias
de hoje, após o retorno do BURZUM ao
Black Metal mais elétrico e agressivo, a bela expressão Dark Ambient/Folk de “Hliðskjálf”
possa parecer sem sentido. Mas é um enfoque diferente e, para os que
gostam da banda, agora ele está mais acessível.
Nota: 8,4/10,0
Spotify
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