segunda-feira, 8 de julho de 2019

BURZUM - Hliðskjálf


Ano: 2019
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Tuistos Herz
2. Der Tod Wuotans
3. Ansuzgardaraiwô
4. Die Liebe Nerþus'
5. Frijôs Einsames Trauern
6. Einfühlungsvermögen
7. Frijôs Goldene Tränen
8. Der Weinende Hadnur


Banda:


Varg Vikernes - Teclados


Ficha Técnica:

Pytten - Masterização
Tanya Stene - Arte da Capa
Stephen O'Malley - Design, Arte Adicional


Contatos:

Site Oficial: http://www.burzum.org/
Instagram:
Assessoria:
E-mail:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução: 

Quando o assunto é o Black Metal feito na Noruega, por mais que o país seja berço de incontáveis bandas, a verdade é que os 3 grupos seminais gênero do início dos anos 90 sempre estarão envoltos em polêmicas, ao mesmo tempo em que a idolatria de seus fãs é capaz de justificar tudo. Ao mesmo tempo, é inquestionável a contribuição de MAYHEM, DARKTHRONE e BURZUM para aquilo que conhecemos como Black Metal. É antes e depois deles, basicamente, embora bandas da Grécia, Finlândia e Suécia tenham dado contribuições substanciais nesse sentido.

Na segunda metade dos anos 90, como conseqüência de causar incêndio em igrejas e pelo assassinato de Øystein Aarseth (que todos já estão cansados de saber que se trata de Euronymous, guitarrista e líder do MAYHEM), Varg Vikernes foi preso. E entre 1993 (quando foi preso inicialmente) até 2009, Varg lançou dois discos com um enfoque diferente do estilo mais conhecido pelos fãs em “Burzum” (1992) e “Det Som Engang Var” (1993). São eles “Dauði Baldrs” de 1997, e “Hliðskjálf” de 1999. Este último foi relançado no Brasil pela Shinigami Records.


Análise geral:

Até hoje, muitos se perguntam o que teria acontecido ao BURZUM nesses discos. A explicação tem duas frentes:

1. Na prisão, ele não tinha acesso á instrumentos que não fosse o teclado. Era uma questão de “faça assim, ou não faça nada”;

2. Uma análise mais calma e detalhista pode ver influências de Dark Ambient Music já estavam começando a surgir de forma sutil em “Hvis Lyset Tar Oss” (1994) e “Filosofem” (1996).

Em “Hliðskjálf” (nome do trono do deus Odin na mitologia Nórdica), a música fica ainda mais voltada à Dark Ambient/Darwave Music, cada vez mais grandiosa em termos de ricas ambientações. Basicamente, a falta de recursos acabou forçando Varg a um “insight” diferente, mas nem por isso ruim.

Ou seja, “Hliðskjálf” é um ótimo disco.


Arranjos/composições:

Obviamente, os arranjos são fluidos e cheios de melodias melancólicas. É o que se esperaria de um disco de Dark Ambient Music. É preciso deixar claro que o minimalismo clássico/Folk de “Dauði Baldrs” está ausente, com linhas melódicas mais simples, o que não impediu Varg de fazer partes grandiosas.


Qualidade sonora:

Se os teclados e os aparelhos para gravação só foram concedidos por uma semana, pode se dizer que ele soube fazer bom uso. Justamente pelo uso exclusivo de teclados (e sem vozes), a qualidade sonora ficou muito boa, clara, mas sem deixar de ter seu toque de sinistra obscuridade.

Óbvio que o profissionalismo de Pytten na masterização ajudou a dar um toque de classe às canções.


Arte gráfica/capa:

Tanya Stene fez uma capa muito boa para o disco, o desenho de uma floresta sinistra, aparentemente à noite. Há ainda a contribuição de Stephen O'Malley no design e na arte (algumas adições). Basicamente, é a mesma estruturação pagã/épica que foi usada no antecessor de “Hliðskjálf”, mas sempre mantendo certa simplicidade.


Destaques musicais:

Basicamente, “Hliðskjálf” é um disco indicado para fãs não só do BURZUM, mas para aqueles que gostam de PAZUZU, MORTIIS, e outros que preferem o uso de teclados e sintetizadores para criar algo denso e atmosférico.

O disco é ótimo, com canções hipnóticas e soturnas como “Tuistos Herz”, “Der Tod Wuotans” (esta possui ótimos momentos épicos), a beleza Folk introspectiva de “Die Liebe Nerpus’” (alguns pianos ficaram providenciais em meio aos elementos Folk) e de “Frijôs Einsames Trauern”, o toque de horror melancólico de Einfühlungsvermögen”, e a curta (mas excelente) “Der Weinende Hadnur”, quase uma canção de ninar no piano.


Conclusão:

Para os dias de hoje, após o retorno do BURZUM ao Black Metal mais elétrico e agressivo, a bela expressão Dark Ambient/Folk de “Hliðskjálf” possa parecer sem sentido. Mas é um enfoque diferente e, para os que gostam da banda, agora ele está mais acessível.


Nota: 8,4/10,0


Spotify

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