Ano: 2019
Tipo: Full Length
Selo: Heavy Metal Rock Records
Nacional
Tracklist:
1. Of the Blue Fire
2. Black Thunders of Zýr
3. Foreseeing the Future
4. Aquariü
5. Ghostwoods
6. Dunkelelf
7. Summoning the Cryptic Dæmonium
8. No Ímpeto da Fúria
9. Trolls Filthy Madfeast
10. Chthonian Cyclops
Banda:
Dmitry Luna - Todos os
instrumentos, Vocais
Ficha Técnica:
Dmitry Luna - Produção
Roland Grapow - Produção, Gravação,
Mixagem, Masterização, Guitarra Solo #2 em “Chthonian Cyclops”
Emerson Maia - Artwork
Antônio César - Artwork
Christophe Szpajdel -
Logotipo
Antônio Araújo - Vocais
limpos em “Aquariü”
Luiz Carlos Louzada - Vocais
urrados adicionais em “Black Thunders of Zýr”
Renato Matos - Vocais
(coros) em “Summoning the Cryptic Dæmonium”
Trollmannen - Vocais urrados
adicionais em “Trolls Filthy Madfeast”
Liv Kristine - Vocais limpos
em “Chthonian
Cyclops”
Ashok - Guitarra Solo #2 em “Of
the Blue Fire”
Marcus Siepen - Guitarra
Solo em “Black Thunders of Zýr”
Danilo Coimbra - Guitarra
Solo em “Foreseeing the Future”
Vito Marchese - Guitarra Solo
em “Aquariü”
Micha Meyer - Guitarra Solo
em “Ghostwoods”
Rodrigo Berne - Guitarra Solo
em “Summoning
the Cryptic Dæmonium”
Claydson Silva - Guitarra Solo
em “No
Ímpeto da Fúria”
Dr. Leif Kjønnsfleis -
Guitarra Solo em “Trolls Filthy Madfeast”
Kevin Kott - Bateria
Contatos:
Site Oficial: https://myrkgand.com/
Instagram: https://www.instagram.com/myrkgand
Assessoria:
E-mail: myrkgand@gmail.com
Texto: “Metal Mark” Garcia
Introdução:
Embora o cenário Metal
brasileiro viva com problemas constantes de todos os tipos (inclusive causados
por bandas e fãs), é de se surpreender a criatividade e fertilidade. De Norte a
Sul, de Leste a Oeste, em todos os estados do país, bandas de vários gêneros de
Metal criam discos que são memoráveis, e que muitas vezes não recebem a devida
acolhida.
Um deles é “Old
Mystical Tales”, segundo disco do MYRKGAND,
banda de um único integrante de João Pessoa (PB). Realmente, um ótimo disco!
Não é lá tão simples definir
o que a banda faz. Sua música é de origem extrema, mais próxima ao Black Metal
por conta de seus elementos estéticos principais, mas alguns toques de Death
Metal, junto com adornos melódicos e mesmo influências de Pagan/Folk Metal vão
aparecendo e deixando o som mais diversificado. Basicamente, é algo que é
extremo, mas que não tem pudores de ser diferente do modelo “Default” que
tantos usam.
Além disso, em comparação
com “Myrkgand”, primeiro disco do
grupo lançado em 2017, a evolução em termos ecléticos se expandiu muito. E é
preciso citar que, mais uma vez, músicos reconhecidos no cenário participam do
disco. Músicos que possuem experiência em nomes como CRADLE OF FILTH, HELLOWEEN, MASTERPLAN, AT VANCE, BLIND GUARDIAN,
THEATRE OF TRAGEDY, VULCANO, KORZUS, IRON ANGEL, entre outros.
Arranjos/composições:
É onde o MYRKGAND ganha o jogo.
Se em “Myrkgand” a música ainda
era um pouco presa ao horizonte extremo, agora a diversidade impera.
Basicamente, é cheio de melodias (sejam Pagan/Folk, sejam Symphonic Black
Metal, ou mesmo de Metal tradicional), ótima diversidade técnica, com tudo
sendo consensual.
O caos criativo que se
manifesta em “Old Mystical Tales” se mostra em uma dinâmica de arranjos de
primeira. Não existe música “reta” nesse disco, é tudo ritmicamente variado.
Qualidade sonora:
Outro ponto extremamente
forte do álbum.
“Old Mystical Tales” foi inteiramente gravado na Europa, nos Grapow Studios na Eslováquia, sob a
tutela de Roland Grapow (que mixou e
masterizou o disco, e ajudou a produzir, sem contar a participação no solo de
guitarra em “Chthonian Cyclops”). Por isso a sonoridade está ótima, sendo
equilibrado em termos de extremo e melodioso, mas de uma maneira limpa, que o
ouvinte consegue assimilar.
O toque de agressividade vem
dos timbres instrumentais usados, o que deu um toque de crueza interessante ao
resultado final.
Arte gráfica/capa:
A apresentação do disco é em
formato Digipack de 3 partes, em um papel especial, inclusive com as partes
internas decoradas. A arte de Emerson
Maia e Antônio César ficou
excelente, com um jeito mais voltado às pinturas antigas de discos brasileiros,
mas ao mesmo tempo, usando a estética moderna bem feita. Além disso, o uso de
letras prateadas deu um toque extra de requinte.
Veja abaixo alguns detalhes e capa e contracapa:
Veja abaixo alguns detalhes e capa e contracapa:
Destaques musicais:
Basicamente, o MYRKGAND faz de “Old Mystical Tales” uma
exibição de músicas de alto nível, equiparadas ao nível europeu. E de suas 10
canções, o disco marca o ouvinte de forma que a audição contínua se torna um
vício. “Of the Blue Fire” mostra um corpo típico de Black/Death Metal
melodioso, com ótimas mudanças de ritmo e guitarras de primeira. Alguns ritmos
quebrados não convencionais aparecem em “Black Thunders of Zýr”, além de
momentos mais extremos e velozes (baixo e bateria mostram criam uma base
rítmica sólida e com boa técnica), mas as melodias nos solos de guitarra são
algo reconfortante, sem mencionar o uso pontual de vocais limpos. O lado
Pagan/Folk épico começa a aflorar mais evidentemente nos tempos mais refreados
de “Aquariü”,
outra canção rica em ambientações e com ótimos teclados. Evocando uma
ambientação mais sinistra e seca, vem “Ghostwoods”, onde os riffs cortantes
realmente cativam. Em “Dunkelelf”, mais uma vez o
andamento se torna cadenciado, priorizando todas as partes de teclados
elegantes e sinistras, além do uso de vocais contrastando entre o urrado e o
suave agonizante. Ainda em tempos mais lentos, vem a aconchegante e permeada
por melodias Folk “Summoning the Cryptic Dæmonium”, com um trabalho bem variado
na base rítmica. A opressão musical imposta por “Chthonian Cyclops” vem
justamente da fusão de partes extremas com momentos mais melodiosos, inclusive
com “inserts” de vocais femininos que encaixaram como uma luva. Estas são as
melhores, embora o disco inteiro seja ótimo.
Conclusão:
A verdade é que “Old
Mystical Tales” é um disco ótimo, que eleva o nível do que o MYRKGAND já havia feito. E pelo visto, pode
levar a banda a um reconhecimento maior no exterior.
Que assim seja!
Nota: 9,4/10,0
Of the Blue Fire
Spotify
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