sexta-feira, 5 de julho de 2019

ANDRALLS - Bleeding For Thrash


Ano: 2019
Tipo: Full Length
Selo: Distro Rock Records / Metal Under Store
Nacional


Tracklist:

1. We Are the Only Ones
2. Andralls on Fire Part III
3. 64 Bullets
4. Bleeding For Thrash
5. Legion
6. Noiséthrash
7. After Apocalypse
8. Imminent Cancer
9. Acid Rain - Fasthrash Version (Subtera)
10. On Fire
11. 27*02*18


Banda:


Alex Coelho - Vocais, Guitarras
Felipe Freitas - Baixo, Backing Vocals
Alexandre Brito - Bateria, vocais em Noiséthrash”


Ficha Técnica:

Caio Monfort - Produção, Gravação, Mixagem
Neto Grous - Masterização
Edu Nascimentto - Artwork


Contatos:

Site Oficial:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução:

A ausência pode destruir todo um trabalho musical criado na base da raça e de muito suor. Isso porque os fãs tendem a ficar desnorteados. Mas ao mesmo tempo, um retorno depois das dificuldades pode dar sangue novo a um grupo.

E é justamente este o caso do trio de Thrashers ANDRALLS, de São Paulo. Depois de um quase fim com a ruptura da formação em 2015 e outros aspectos, eis que eles voltam com sangue nos olhos com “Bleeding For Thrash”, disco que vai causar dores de pescoço!


Análise geral:

Sem Eddie C. (baixo) e Cléber Orsioli (vocais, guitarras), a banda tinha as alternativas de parar ou reformular-se. Escolheram a segunda alternativa, trazendo de volta Alex Coelho (vocalista/guitarrista original), além da entrada de Felipe Freitas (baixo, backing vocals, e ex-NERVOCHAOS), e junto com o remanescente Alexandre Brito (bateria), o grupo deu continuidade à sua saga Fasthrash.

Óbvio que algumas mudanças sutis são perceptíveis, mas sem que a identidade do grupo tenha sido alterada.

Basicamente, “Bleeding For Thrash” é mais um disco ótimo do trio.


Arranjos/composições:

O trio sempre se caracterizou por arranjos não tão rebuscados e técnicos, sempre deixando um toque de Hardcore evidente. Agora, elementos de Metal tradicional, Death Metal e mesmo estilos não convencionais aparecem de forma subjetiva, dando uma requintada ao trabalho musical deles.

Basicamente, soa mais sujo e encorpado, com um enfoque mais denso, mais ainda assim continuam bem velozes, e mantendo a brutalidade. Mas cuidado: não é porque eles tocam rápido que a diversidade rítmica não existe, sem falar que a dinâmica dos arranjos ficou excelente.


Qualidade sonora:

O disco foi gravado no Papirys Studio, tendo Caio Monfort cuidando da produção, gravação, e mixagem, sendo que a masterização é de Neto Grous do Absolute Máster Studio, tudo para dar uma sonoridade vibrante e feroz a “Bleeding For Thrash”.

Todos os instrumentos podem ser ouvidos com clareza e com ótimos timbres em cada um, além de sua devida quantidade de peso. Tudo soa claro, mas mantendo aquela apresentação pesada e agressiva de sempre.



Arte gráfica/capa:

Edu Nascimentto é quem fez a arte da capa, que mostra um lado agressivo e brutal. É algo chamativo, mas que desperta a curiosidade de quem não conhece a banda, bem como deixa claro que eles não perderam a pegada.

Aliás, existe certo “q” orgânico presente nessa arte, coisa de quem é tatuador (como Edu o é).


Destaques musicais:

Pode-se dizer que “Bleeding for Thrash” reapresenta o ANDRALLS aos fãs depois desse tempo todo sem disco inédito (foram 7 anos desde o lançamento de “Breakneck”), e não irá desapontar os antigos seguidores, bem como deve atrair alguns novos.

“We Are the Only Ones” começa com batidas tribais e riffs gordurosos, antes de virar um ataque velos e insano, um cartão de apresentação da nova formação (e que vocais insanos). A pancadaria veloz continua em “Andralls on Fire Part III” e “64 Bullets”, ambas apresentando toques modernos nos riffs de guitarra (embora a segunda apresente alguns momentos mais cadenciados). Em “Bleeding For Thrash”, tem-se uma canção mais seca e direta, um murro nos dentes que vai causar danos nos moshpits da vida (sem falar alguns momentos mais técnicos do baixo que surgem). Já “Legion” tem algo de Death Metal em certas partes de guitarra, mas impera a atordoante velocidade do grupo (e a bateria mostra boa condução e mudanças de ritmo), e o refrão se refere ao REBAELLIUN. Em “Noiséthrash” é justamente onde algumas influências de Metal Industrial aparecem, e é uma música não convencional, uma declaração de pouco mais de um minuto de duração. O pique veloz e com bom trampo de guitarras surge mais uma vez em “After Apocalypse”, seguida do Crossover/Thrash Metal bruto e reto em “Imminent Cancer”. Fazendo uma releitura de “Acid Rain” do SUBTERA, o trio mostra uma influência Thrash moderna, dando uma cara própria à canção (que é o primeiro cover que o trio grava em seus 21 anos de vida). Em “On Fire”, a velocidade thrasher do trio alcança níveis insanos, embora momentos rockers à lá MOTÖRHEAD permeiem os solos. e elementos de Death Metal apareçam aqui e ali. Fechando, a triste e soturna instrumental “27*02*18”, que é uma homenagem do trio a Fabiano Penna, que chegou a tocar com a banda e produzir seus trabalhos.

É, eles voltaram por cima, e na voadora sonora!


Conclusão:

“Bleeding For Thrash” é uma declaração do ANDRALLS, onde dizem “estamos vivos e mais agressivos que nunca”, e podem acreditar: eles ainda têm muita, mas muita lenha para queimar!

Preparem-se para torcicolos bem longos e sofridos!


Nota: 9,0/10,0


Bleeding For Thrash



On Fire



Spotify

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