Ano: 2004 (original) / 2018 (Relançamento)
Tipo: Full
Length
Nacional
Tracklist:
1. Contact
(instrumental)
2. What Doesn’t
Die
3. Superhero
4. Refuse to Be
Denied
5. Safe Home
6. Any Place
but Here
7. Nobody Knows
Anything
8. Strap It On
9. Black Dahlia
10. Cadillac
Rock Box
11. Taking the
Music Back
12. Crash
13. Think About
an End
14. W.C.F.Y.A.
15. Safe Home
(versão acústica)
16. We’re a
Happy Family (Ramones cover)
Banda:
John
Bush - Vocais
Rob
Caggiano - Guitarra solo
Scott
Ian - Guitarra base, vocais
Frank Bello - Baixo, backing vocals, vocais em “Crash”
Charlie Benante - Bateria, violões
Ficha Técnica:
Scrap 60
Productions - Produção, Mixagem
Charlie Benante - Direção de arte, mixagem
George Marino -
Mastering
Alex Ross - Artwork
(capa)
Luke M. Wilson
- Artwork
Ylana Glickman -
Artwork
Dimebag Darrell
- Guitarra solo em “Strap It On” e “Cadillac Rock Box”
Roger Daltrey -
Vocais adicionais em “Taking the Music Back”
Contatos:
Site Oficial: http://www.anthrax.com/
Assessoria:
E-mail:
Texto: “Metal Mark” Garcia
Os anos 90 foram cruéis para muitas bandas de
Thrash Metal. O fim do sucesso comercial do final dos anos 80 por conta da onda
Grunge/Alternative Rock nos EUA foi um fator de enorme impacto, sem mencionar
que as bandas tentaram evoluir, e acabaram deixando os velhos fãs
insatisfeitos, e sem conseguirem conquistar novos. Um dos que mais sofreu com
isso foi o ANTHRAX, pois quinteto de
Nova York (e um dos membros do Big Four do Thrash Metal norte-americano) teve
problemas em ser aceito em um novo formato por seus fãs mais antigos. Além
disso, a saída do guitarrista solo Dan
Spitz ainda deixou sequelas que se arrastaram por “Stomp 442” e “Volume 8: The
Threat is Real”. Mas a experiência mostra que quem é rei não perde a
majestade, logo, em 2003, vem ao mundo “We’ve Come for You All”, nono
disco de estúdio do grupo, e os trazia de volta ao Thrash Metal. E ele está
sendo relançado, e a dobradinha Shinigami
Records/Nuclear Blast Brasil brinda os fãs com a versão nacional deste.
A solidez que o ANTHRAX apresenta no disco nos leva a deixar para trás qualquer
coisa de ruim feita nos anos 90. O quinteto estava de volta ao Thrash Metal que
ajudaram a criar e divulgar, embora adornado com um alinhavo moderno e algumas
influências de Hard Rock e Rock ‘n’ Roll evidentes (“Cadillac Rock Box” é a prova do disso), e assim, temos
um disco de Thrash Metal feroz, moderno e vibrante, com um ótimo trabalho nas
guitarras (a entrada de Rob Caggiano
na guitarra solo ajudou bastante), mas com melodias intensas e cativantes. É
das linhas harmônicas do grupo que vem a dose de modernidade que a banda se
permitiu, trazendo-os para o presente definitivamente.
E assim, “We’ve Come for You All” nos brinda
com um saudável retorno ao estilo do qual são co-criadores.
Scrap 60 Productions nada mais é que um apelido usado por Rob Caggiano
e sua equipe (que contava com Eddie Wohl
e Steve Regina) em trabalhos de
produção musical (sendo que a mixagem eles dividiram com Charlie Benante), e são eles que deram à sonoridade do disco uma
solidez enorme, peso e clareza, além de um toque de atualização que o trabalho
do grupo tanto necessitava. Tudo soa agressivo, pesado e impactante, mas claro
e bem feito, usando timbres instrumentais modernos (especialmente nas
guitarras). E isso salta os olhos do ouvinte.
Na arte, a capa é assinada pelo conhecido artista
de quadrinhos Alex Ross, além de um
conjunto de vários outros artistas.
A verdade é que este “comeback” ao Thrash Metal não
é uma “back to the roots”. Não, podemos dizer que o ANTHRAX se reinventou. Óbvio que “We’ve Come for You All”
é um disco do gênero, mas mais próximo do futuro, sendo assim uma continuação
lógica para “Persistence of Time”, e
mesmo para “Sounds of the White Noise”.
Aliás, o talento tanto de Rob como
de John Bush dão um toque
diferenciado de peso e classe ao disco, que se mostra bem arranjado e versátil.
Esta versão nos brinda com 16 canções, mas com
algumas diferenças do original, pois aqui, tem-se a versão para “We’re
a Happy Family” do RAMONES,
além de uma versão acústica belíssima para “Safe Home”. Esta última sendo
a primeira vez que aparece por nossas terras.
O disco inteiro é
excelente, distribuindo qualidade de forma bem homogênea por todas as canções.
Mas verdade seja dita: o Thrash Metal insano e vigoroso de “What Doesn’t Die”
(que trabalho de baixo e bateria, mostrando peso, entrosamento e técnica), o
jeito mais introspectivo e denso de “Superhero” (uma aula de
interpretação dos vocais), o jeito moderno e com partes cheias de “feeling” de “Refuse
to Be Denied” (o uso de partes de guitarras limpas casou muito bem com a
estrutura melódica da canção), as lindas melodias de “Safe Home” (uma
canção que remete ao Hard Rock dos anos 70, embora mostre partes agressivas bem
feitas), o arrasa-quarteirão moderno de “Nobody Knows Anything”, os
blast beats bem sacados na agressiva “Black Dahlia” (chega a ter partes
em que parecem vindas do Death Metal), a pegada melodiosa intensa e envolvente
de “Cadillac Rock Box” (muita influência de Hard Rock e Southern Rock
podem ser ouvidas, especialmente no solo de guitarra de Dimebag Darrel,
do PANTERA, que aparece como convidado), os toques providenciais de
acessibilidade musical mostrados em “Taking the Music Back” (onde os
vocais estão ótimos, inclusive com a presença de Roger Daltrey, do
THE WHO, dando uma palhinha) e em “Think About an End” (outra vez, é
possível ver a influência de Hard Rock nas linhas melódicas e vocais). Óbvio
que os bônus merecem menção: “Safe Home” em sua versão acústica ganhou ares
de Country/Folk Music, enquanto o jeitão mais sujo e descontraído de “We’re
a Happy Family” casou bem com o disco.
Verdade seja dita: “We’re a Happy Family” é o começo da retomada do sucesso para o ANTHRAX,
que viria a se tornar a pedra angular do que viria em seus discos futuros.
Nota: 97%
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