sexta-feira, 26 de outubro de 2018

SOULFLY - Ritual


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Ritual
2. Dead Behind the Eyes
3. The Summoning
4. Evil Empowered
5. Under Rapture
6. Demonized
7. Blood on the Street
8. Bite the Bullet
9. Feedback!
10. Soulfly XI


Banda:


Max Cavalera - Vocais, guitarra base
Marc Rizzo - Guitarra solo, guitarra flamenca
Mike Leon - Baixo
Zyon Cavalera - Bateria, percussão


Ficha Técnica: 

Randy Blythe - Vocais em “Dead Behind the Eyes”
Ross Dolan - Vocais em “Under Rapture”
Josh Wilbur - Produção, gravação, mixagem
Brad Blackwood - Masterização
Nick Rowe - Engenharia de som
Josh Brooks - Engenharia de som
Eliran Kantor - Artwork
Marcelo Vasco Arts - Artwork do encarte (adicional), design


Contatos:

Assessoria:
E-mail:  

Texto: “Metal Mark” Garcia


Sempre envolto em polêmicas por conta da relação azeda com os membros de sua antiga banda, ou pelas turnês tocando músicas da mesma, Max Cavalera acaba ficando mais conhecido por isso que por seu trabalho musical de qualidade. E verdade seja dita: ele não precisa, pois o SOULFLY mostra sempre ser uma banda diferenciada e capaz de suportar todo o caos experimental que ele possa conceber. Nisso, “Ritual”, mais novo disco do grupo, prova como isso é fato. E graças ao lançamento nacional feito pela Shinigami Records e sua parceira Nuclear Blast Brasil, fica mais fácil de ter acesso ao disco.

Para os que acompanham a carreira da banda há longos anos, sabe que há certa intermitência entre seus discos, sempre oscilando entre algo mais agressivo e algo mais “swingado”. Em “Ritual” temos um equilíbrio, onde a banda soa pesada e com aquele groove moderno que estamos acostumados a ouvir em seus discos, que permeia o estilo Thrash/Industrial experimental do quarteto. Mas ao mesmo tempo, as melodias modernas do grupo estão bem compreensíveis, e de certa forma, mais simples de serem compreendidas.

Ou seja, “Ritual” vai de encontro ao que os fãs esperam do grupo, apenas mais seco e direto que antes.

Josh Wilbur (conhecido por seus trabalhos com LAMB OF GOD, GOJIRA, TRIVIUM e outros) é quem cuidou da produção, gravação e mixagem do disco, enquanto a masterização é assinada por Brad Blackwood, o que resulta em uma qualidade sonora mais bem delineada, com tudo claro e compreensível, mas sem retirar o lado mais gorduroso que é característico da música do grupo. E mesmo nos momentos mais tribais ou agressivos, tudo está muito bem definido. A capa, assinada pelo conhecido artista Eliran Kantor mostra as raízes quase espiritualizadas de Max, mas se adequando ao trabalho musical do grupo.

É preciso entender que a pluralidade musical sempre fez parte do trabalho do SOULFLY, logo, há momentos em que há maior inclinação para o groove do New Metal, em outros para a pancadaria do Thrash Metal, e isso dentro de uma mesma canção. Mas óbvio que “Ritual” é o mais equilibrado dos trabalhos do grupo. Esta dualidade fica evidente até mesmo pela participação de Randy Blythe (vocalista do LAMB OF GOD) nos vocais em “Dead Behind the Eyes” e de Ross Dolan (baixista/vocalista do IMMOLATION) nos vocais em “Under Rapture”, logo, se preparem. Mas ao mesmo tempo, a solidez de 5 anos dessa formação nos concede músicas bem arranjadas e com uma enorme espontaneidade.

Os melhores momentos de um disco com esse amplo leque de possibilidades musicais residem em “Ritual” (esta com uma vibração e energia mais moderna, voltada ao Groove/New Metal, com um trabalho ótimo dos vocais), o peso mais agressivo de “Dead Behind the Eyes” (aqui, temos algo mais voltado ao Thrash Metal, com guitarras pesadas em riffs mais simples, embora cheia de arranjos minimalistas) e de “The Summoning” (muita influência do Crossover de Nova York aparece, especialmente nos andamentos), a opressão cavalar de “Evil Empowered” (reparem como baixo e bateria estão muito bem em termos de técnica e peso, além da influência percussiva latina em certos momentos), o jeito que transita entre o Thrash/Groove dos anos 90 com algo de Death Metal de “Under Rapture”, o jeito “hardcorizado” de “Blood on the Street” e “Feedback” (os vocais de Max continuam inconfundíveis, mesmo depois de tantos anos), e a viagem experimental de “Soulfly XI” (violões flamencos de Marc Rizzo e toques de saxofone mostram a versatilidade experimental do grupo, e reparem bem no uso de percussões latinas e uma ambientação introspectiva dada pelos teclados).

No mais, “Ritual” mostra-se um disco cheio de frescor e vitalidade, logo, vem para manter em alta o nome do SOULFLY e de Max entre os fãs.

Nota: 92%


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