Ano: 1996 (original)/2018 (relançamento)
Tipo: Full
Length
Nacional
Tracklist:
1. King of a
Stellar War
2. A Dynasty
from the Ice
3. Archon
4. Snowing
Still
5. Shadows
Follow
6. One With the
Forest
7. Diastric
Alchemy
8. The Opposite
Bank
9. The First
Field of the Battle
10. Tormentor
(faixa bônus)
11. Flag of
Hate/Pleasure to Kill (faixa bônus)
Banda:
Sakis
Tolis (Necromayhem) - Vocais, Guitarras
Jim
Patsouris (Mutilator) - Baixo
Themis
Tolis (Necrosavron) - Bateria, percussão
Ficha Técnica:
Rotting Christ
- Produção
Andy
Classen - Produção, engenharia,
mixagem
Stephen
Kasner - Artwork, arte da capa, design da capa
Carsten
Drescher - Layout, design
Contatos:
Site Oficial: http://www.rotting-christ.com/
Assessoria:
E-mail: sakis@rotting-christ.com
Texto: “Metal Mark” Garcia
Ano de 1996.
Com a internet ainda engatinhando em termos
tecnológicos, o Brasil não era tão paralelo ao que ocorria lá fora. Logo,
podemos dizer que a explosão do Black Metal que ocorreu na Europa em 1994 só
teve seus primeiros ecos no país em 1996, quando mesmo assim, discos de bandas hoje
estabelecidas só chegavam por aqui como importados. Na época, nem custavam tão
caro (pois a economia estabilizada ajudava nesse sentido), mas esbarrava-se no
número de cópias disponíveis. E digamos de passagem: quase todos tiveram uma
cópia de “Triarchy of the Lost Lovers”,
terceiro disco do grupo grego de Black Metal ROTTING CHRIST. Hoje, a Cold
Art Industry Records nos concede a honra do relançamento por aqui em uma
edição Deluxe (como já havia feito com “A Dead Poem”).
O disco foi lançado em abril de 1996, e sendo o
grupo um dos pioneiros do conhecido Melodic Black Metal, o terceiro disco deles
já mostra o quanto podiam render em termos musicais, já que o enfoque melódico
fica mais evidente, ao mesmo tempo em que a crueza de “Thy Mighty Contract” e “Non
Serviam” cede espaço à elegância (embora ainda existam momentos brutais,
como se ouve em “Archon”). Não que o
trabalho sonoro esteja distante das raízes da banda, mas é uma evolução clara,
inclusive com o uso dos timbres vocais característicos do grupo hoje em dia. As
guitarras estão mais bem definidas em seus acordes, bem como a base rítmica
ficou mais clara, seca e audível. Desta maneira, o trabalho do grupo mostra uma
faceta melódica mais apurada, sem renegar o que já haviam feito. E é o primeiro disco da banda como trio, sem um tecladista efetivo como membro.
Trocando em miúdos: “Triarchy of the Lost Lovers” é uma sequência natural do que o
grupo já fazia, só mais bem lapidado.
O que fez a diferença: a produção. A banda teve,
pela primeira vez, um produtor de ponta tomando conta do trabalho junto com
ela. Andy Classen, que fora técnico
de som ao vivo e produtor ao mesmo tempo em que tocava no HOLY MOSES, era exclusivamente um homem de estúdio desde 1994, e já
trabalhara com ASPHYX e BELPHEGOR, veio para dar uma mão também
na engenharia de som e na mixagem. Por isso, a sonoridade do álbum é a melhor
que tiveram até aquele momento, onde a crueza sonora diminui quase que
completamente, dando lugar a algo límpido, que nos permite ouvir e compreender tudo
que é tocado claramente, e assim, privilegiou bastante as melodias. Ao mesmo
tempo, a arte gráfica de Stephen Kasner (que
deu um toque de H. R. Giger à capa
original) e de Carsten Drescher (que
trabalhou no layout e no design) é sombria e elegante, um refinamento que caiu
muito bem, mas mantendo seu toque macabro (especialmente pela permanência do
logotipo clássico do grupo). E esta versão Deluxe nacional ainda possui um slipcase muito bem feito, exclusivo
dela, fora a desordem das letras (que existia na versão original) estar corrigida.
“Triarchy
of the Lost Lovers” também vem para mostrar que o Black
Metal poderia ser feito de forma profissional sem perder suas qualidades
primordiais. Ou, melhor dizendo, a “estética do feio” (muito bem explicada no
documentário “If the Light Takes Us”) poderia ser descartada, sem que o
produto final perdesse sua essência. Desta forma, o pioneirismo do ROTTING CHRIST é ainda mais claro, pois
nos arranjos instrumentais e vocais do disco, se percebe o quão refinado e
influenciado pelo Metal tradicional eles eram, e abriram o caminho para outros
nomes que viriam no futuro.
Em termos de música, temos um conjunto de canções
que se tornarão clássicos no futuro, e que estão no setlist regular da banda até os dias de hoje em seus shows, como a
beleza cadenciada de “King of a Stellar
War” (cujas linhas melódicas das guitarras são fantásticas, bem como os
vocais e os teclados dando uma sustentação soturna), as harmonias trabalhadas
de “A Dynasty from the Ice”
(reparem como a solidez dos ritmos permite que as guitarras mostrem riffs
ótimos, especialmente em um solo, coisa rara quando se fala em Black Metal), o
jeito mais rápido e brutal de “Archon” (onde ser rebusca os elementos agressivos
de “Thy Mighty Contract”, apresentando um refrão marcante), a sombria e
cadenciada “Snowing Still” (como as melodias lapidadas deram um toque de
melancolia ótimo à canção), a pancadaria mais encorpada de “One With the
Forest” (onde os teclados dão aquela ambientação opressiva dos tempos de “Non
Serviam” claramente), e o jeitão à lá IRON MAIDEN Melodic Black
Metal de “The First Field of the Battle”. Mas como essa versão tem suas
singularidades, temos duas faixas bônus que, antes, estavam presentes apenas na
versão digipak original do CD, que são “Tormentor” e o medley de “Flag
of Hate/Pleasure to Kill”, ambas versões deles para velhos hinos do KREATOR.
Finalizando: “Triarchy
of the Lost Lovers”, enfim, chega em seu potencial total para os fãs
brasileiros em uma tiragem limitada. Corram logo atrás, senão, vão ficar
chupando o dedo.
Unpaking video para o disco:
Nenhum comentário:
Postar um comentário