segunda-feira, 5 de novembro de 2018

DORO - Forever Warriors, Forever United


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

Disco 1 - Forever Warriors:

1. All for Metal
2. Bastardos
3. If I Can’t Have You - No One Will
4. Soldiers of Metal  
5. Turn It Up
6. Blood, Sweat and Rock ‘n’ Roll
7. Don’t Break My Heart Again (Whitesnake cover)
8. Love’s Gone to Hell
9. Freunde fürs Leben
10. Backstage to Heaven
11. Be Strong
12. Black Ballad
13. Bring My Hero Back Home Again


Disco 2 - Forever United:

1. Résistance
2. Lift Me Up
3. Heartbroken
4. It Cuts So Deep
5. Love is a Sin
6. Living Life to the Fullest
7. 1000 Years
8. Fight Through the Fire
9. Lost in the Ozone (Motörhead cover)
10. Caruso
11. Tra Como e Coriovallum (instrumental)
12. Metal is My Alcohol


Banda:


Doro Pesch - Vocais
Luca Princiotta - Guitarras, teclados
Bas Maas- Guitarras
Nick Douglas - Baixo
Johnny Dee - Bateria


Ficha Técnica:

Geoffrey Gillespie - Arte da capa
Johan Hegg - Vocais em “If I Can't Have You - No One Will”
Helge Schneider - Saxofone em “Backstage to Heaven”


Contatos:

Site Oficial: http://www.doro.de/
Assessoria:
E-mail: info@nuclearblast.de (Imprensa)

Texto: “Metal Mark” Garcia


Apesar das infinitas alegações (muitas justificadas e reais) de machismo que permeiam o Metal nos dias de hoje, o estilo ainda é o que dá a maior probabilidade de crescimento às mulheres. Muitos são os nomes das guerreiras que, hoje, são conhecidas por todo o mundo. Mas não é à toa que uma enorme parte dos fãs de Metal possui enorme respeito quando se fala o nome de Doro Pesch. E em uma comemoração aos 30 anos da banda DORO, e simultaneamente aos 35 anos de carreira da eterna “Metal Queen”, temos o lançamento do 20º disco da musa, que tem por título “Forever Warriors, Forever United”. E óbvio que a dobradinha entre a Shinigami Records e a Nuclear Blast Brasil não deixaria os fãs tupiniquins de fora da comemoração.

O que temos no disco não é nada de novo: é o bom e velho Heavy Metal tradicional alemão com toques à lá JUDAS PRIEST claros, e algumas nuances de Hard Rock clássico e até Glam Metal, algo que Doro e sua trupe fazem desde a fundação da banda (e talvez também por influência dos outros membros o grupo, já que constam nos currículos individuais de cada um passagens por bandas como BRITNY FOX, WAYSTED, BLAZE BAYLEY, AFTER FOREVER e outros). A diferença está que a energia, a aura e jeito de se fazer a coisa é da banda, você ouve e sabe que é o DORO tocando, ponto final. Traduzindo: música de alto nível, bastante pegajosa (quem conhece a banda, sabe que criar refrães marcantes é uma de suas maiores características), bem cuidada e cheia de melodias de fácil assimilação, além de um toque de classe aliado ao peso.

É, “Forever Warriors, Forever United” é um discão!

Produção de alto nível. A sonoridade do disco é justa, pesada e bem seca, com uma estética moderna. Óbvio que há um toque de espontaneidade “plug ‘n’ play” presente, algo que flui dos que fazem parte da Velha Escola. Basicamente, se sente como se a banda houvesse entrado no estúdio, regulado os instrumentos e gravado, evitando muitas edições digitais. E na capa (de autoria do artista Geoffrey Gillespie), temos uma arte icônica, uma alusão clara ao título do disco.

Musicalmente, os 35 anos de experiência da vocalista refletem diretamente no que se ouve em “Forever Warriors, Forever United”. É quase que uma homenagem ao Heavy Metal, uma apologia ao estilo que anda sendo tão violentamente atacado por seus próprios fãs (sim, falo das constantes confusões causadas por política, militâncias politicamente corretas, e outros). E nisso, se percebe que não faltou inspiração, pois o disco inteiro mostra espontaneidade e energia de sobra, o que resulta em músicas de alto nível. E verdade seja dita: os arranjos são perfeitos.

O disco 1 se chama “Forever Warriors”, e tem como seus melhores momentos o hino “All for Metal” (primeiro vídeo de divulgação, que conta com a participação de Mille do KREATOR, Chuck Billy do TESTAMENTE, o pessoal do SABATON, o saudoso Warrel Dane e outros, e a música possui arranjos simples, vocais de primeira e um refrão irresistível), a forte “Bastardos” (uma aura à lá MOTORHEAD permeia a música, com bumbos duplos e ótimos riffs, e novamente um refrão que não sai da mente), a semi-balada pesada “If I Can’t Have You - No One Will” (os contrastes entre os vocais de Doro e Johan Hegg do AMON AMARTH ficaram ótimos, onde o peso e agressividade surgem próximo ao refrão), a lenta e introspectiva “Soldiers of Metal” (uma Power Ballad com refrão pesado, onde a dupla de guitarras mostra sua versatilidade), o Hard ‘n’ Roll nervoso de “Turn It Up”, a declaração de amor em forma de música ao Rock em “Blood, Sweat and Rock ‘n’ Roll” (outra com muita inclinação ao Glam Metal, permeada por uma acessibilidade musical deliciosa), a versão encorpada e mais pesada para “Don’t Break My Heart Again” (do velho WHITESNAKE, que ganhou peso, e tem boas partes de teclado e uma interpretação vibrante dos vocais), a elegância da bem construída “Freunde fürs Leben” (que segue o padrão de uma música em alemão nos discos da banda, que também é uma balada, mas com maior inclinação ao peso que as anteriores), e o Hard Rock Arrasa-quarteirão de “Backstage to Heaven” (as passagens de saxofone feitas por Helge Schneider encaixaram como uma luva no instrumental da canção).

Mas não acabou. Nada disso, o disco é duplo, logo, tem mais vindo!

No disco 2 (“Forever United”), a hipnótica “Résistance” (nada com o que vemos na internet por aqui nos últimos dias, uma canção de andamento pesado, evidenciando a boa técnica de baixo e bateria), o jeitão acessível e grudento de “Heartbroken” (chega a beirar o Pop em alguns momentos, mas logo o peso toma conta),  o peso tradicional do Metal germânico presente na elegante “Love is a Sin”, o jeito melancólico de “Living Life to the Fullest” (homenagem da “Metal Queen” ao saudoso “Motorbastard” Lemmy, adornada com riffs muito bons), a energia mais moderna de “1000 Years”, e a despojada e quase Punk Rock “Metal is My Alcohol”. Falar do cover da banda para “Lost in the Ozone” do MOTORHEAD nem é necessário: algo lindo, que respeita a original, mas imprimindo o estilo do quinteto.

Óbvio que a presença de várias baladas pode incomodar muitos, mas um pouco de abertura ajudará assimilar cada uma delas.

Nota: 88%



If I Can’t Have You - No One Will: https://www.youtube.com/watch?v=NeaYkEzpvLo





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