segunda-feira, 5 de novembro de 2018

MAKINÁRIA ROCK - Mundo Imundo


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Não Me Representa
2. O Tempo Voa
3. Gata no Cio
4. Eu Quero Rock
5. Mundo Imundo
6. Lemmy “Imortal”
7. Eleição ou Gozação
8. Eu Só Quero Paz
9. Brasil
10. Cansado (remasterização)


Banda:


Carlos Digger - Vocais 
Augusto Abade - Guitarras, backing vocals 
Lucas Tomé - Baixo
Alexandre Tomé - Bateria


Ficha Técnica:

Lau Andrade - Produção, mixagem, masterização
Xande Saraiva - Vocais em “Eu Quero Rock”
Augusto Abade - Guitarras em “Mundo Imundo”, arte da capa
Juliana Kosso - Vocais em “Eu Só Quero Paz”


Contatos:

Assessoria:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Diante da realidade dura do país em meio à uma crise econômica extrema, a um governo sem eira e nem beira, à divisão do povo em duas frentes políticas por causa da eleição (que já acabou e era para a poeira baixar de vez), é necessário sair um pouco da realidade. Sim, cair na gandaia, com cerveja (ou água para os que não bebem), amigos e muito Rock ‘n’ Roll. Nisso, “Mundo Imundo”, novo disco do quarteto paulista MAKINÁRIA ROCK é um item obrigatório para a audição.

Basicamente, pode-se dizer que o grupo tem compromisso apenas com sua música, que pode ser descrita como uma forma densa, pesada e divertida de Rock ‘n’ Roll sujo. Óbvio que as letras soam engajadas algumas vezes (embora longe do partidarismo pedante que tomou conta das redes sociais e que ninguém aguenta mais), mas há seus momentos em que tudo que importa é ser Rock. A banda não exagera na técnica, e por isso, suas canções soam pesadas e orgânicas, cheias de energia e melodias que grudam em nossos ouvidos. Algo que transita entre MOTÖRHEAD, AC/DC, BARÃO VERMELHO, CAMISA DE VÊNUS e VELHAS VIRGENS, e por isso, é tão bom.

A gravação de “Mundo Imundo” foi feita no estúdio Conspiração, tendo Lau Andrade acompanhando tudo. A sonoridade do disco é aquilo que os fãs e aqueles que os conhecem esperariam: uma sonoridade suja e orgânica, sem muitas edições. Direto e reto ao ponto de, durante os solos de guitarras não existirem bases, e assim, preserva-se o feeling “alive”. E a arte da capa é um reflexo da sujeira que permeia a realidade brasileira em todos os seus aspectos, o que nos leva a buscar o Rock para nos livrarmos de tanta coisa ruim (por isso o disco soa divertido).

Basicamente, o MAKINÁRIA ROCK não tem nenhum tipo de compromisso com quem quer que seja, e por isso, cria algo espontâneo e ao modo deles. Nada de se preocuparem se alguém vai amar ou odiar, é reto, sujo e direto ao ponto. E como é, soa muito bem aos ouvidos. Mas é preciso dizer que o grupo mostra refrãos ótimos, bons arranjos e uma dinâmica instrumental-vocais de primeira.

Musicalmente, percebe-se que os anos ajudaram o quarteto a amadurecer sua musicalidade, e assim, momentos como o jeito Hard Rock/Punk Rock de “O Tempo Voa” (reparem bem como o refrão é ótimo, e as guitarras fazem riffs e solos muito bons), o jeito Blues/Rock sujo de “Gata no Cio” (baixo e bateria mostrando um ritmo pesado e denso, mas sem exagerarem na técnica), o ritmo deliciosamente envolvente de “Eu Quero Rock” (uma canção com melodias mais acessíveis, novamente com ótimo refrão, e os vocais estão muito bem), o peso cadenciado de “Mundo Imundo”, a homenagem mais que justa ao “Sick MotörBastard” Lemmy em “Lemmy Imortal” (que tem em sua essência a clara influência do MOTÖRHEAD), a balada intensa e melancólica em “Eu Só Quero Paz” (o contraste entre as vozes masculina e feminina ficou ótimo), e a divertida e de ritmo empolgante “Brasil”. E de bônus, temos a versão remasterizada de “Cansado”, do primeiro disco do grupo.

Um disco ótimo, de simples assimilação, e que a Shinigami Records botou no mercado. Logo, sem desculpas: adquira sua cópia de “Mundo Imundo”, e permita que o MAKINÁRIA ROCK o tire dessa realidade obtusa por algum tempo.

Nota: 85%




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